<$BlogRSDURL$>

segunda-feira, maio 31, 2004

Um adendo

Fico devendo a continuação da viagem que fiz com Viramundinho. Por enquanto ela deve permanecer em segredo, guardada no caderno de anotações. Para tudo há uma hora e há de chegar o post em que tomaremos conhecimento dela.

domingo, maio 30, 2004

POR QUE SE ESCREVE? (ou POR QUE NÃO CONSEGUI ESPERAR PELO FIM DESTE SEMESTRE PARA VOLTAR A POSTAR?)

No post do dia 24 de maio, o Alfredo fala sobre o “escrever sobre o escrever”. Ter como assunto “o escrever” é uma tentativa de resposta à pergunta “Por que se escreve?”.

Acho que qualquer resposta a essa pergunta é pessoal e nenhuma pode servir como regra geral. Cada um vai ter a sua e todas, se somadas, resultarão na verdadeira resposta. Acredito numa verdade única, mas até se chegar a ela vai-se passando por tons e formas, como se a verdade estivesse no âmago, no centro, rodeada de caminhos diferentes. Quem tenta chegar a essa verdade (devo escrevê-la com letra maiúscula?) pode não alcançá-la, mas, seguramente, terá vislumbres dela, o que já é alguma coisa (um raio de sol que entra pela fresta da persiana e toca seus olhos, ainda adormecidos, não faz uma diferença no seu dia?). Já aquele que nem se empenha por nenhum desses caminhos está sempre com as persianas fechadas, com um pedaço de jornal tapando a única fresta que havia.

Bem, se me estendi foi para sugerir que cada resposta à pergunta (“Por que se escreve?”) tem o seu valor e pode estar num dos caminhos em direção ao Âmago. E darei a minha que não fugirá da regra.

Adianto que minha resposta tem a ver com o surgimento do DESANUVIANDO. (Antes escrevia, mas não quero pensar porque escrevia sem ter um blog. Fica para outra vez, outro dia, quem sabe, talvez...). Escrevo para conversar com os meus amigos. Com os amigos que moram em outras cidades e, por isso, não tenho contato diário, e com os amigos que moram perto, mas com o quais o tempo corrido, as obrigações diárias, os deveres, me privam de comentar coisas banais, sem pressas, que desanuviem.

O Desanuviando é para os amigos e não faz questão de ter um público grande, mas aceita novos amigos (e como são bons os que têm aparecido!). E se limita a falar de coisas “leves” (como nuvem, vento, fusquinha azul etc), pois as demais podem ser lidas em outros blogs (muitos muito bons) e escutadas na rua.

E por causa dos amigos, também, não agüentei esperar pelo fim do semestre para voltar a escrever regularmente. Foi para contar-lhes algo! Uma novidade! (Não, senhores, não é fofoca!). Contar-lhes que vi o velhinho do fusca azul!!

...

Ok, ok, contando assim não parece grande coisa, mas juntem os fatos: desconfio que o fusquinha mora perto de mim, pois toda sexta-feira, dia em que volto mais cedo da faculdade, quando subo a ladeira, ele está descendo. Na primeira sexta em que o vi, achei que fosse mera “coincidência”, mas agora o vejo toda semana. Já decorei a placa dele e sempre diminuo o ritmo dos meus passos para o ver passar. Da última vez eu quase acenei para o velhinho, mas lembrei a tempo que ele não me conhece.
E foi num sábado que o vi fora do fusca e pude refletir sobre a possibilidade de aquele senhor e o fusquinha não serem um “ser” único.

Caminhava por uma calçada do meu bairro, quando vi um fusquinha azul estacionado próximo à padaria. Olhei para a placa e descobri que era o velho fusca! Sondei ao meu redor se vinha alguém. Não vinha. Resolvi entrar na padaria, fingindo que ia comprar um iogurte. Lá dentro havia seis pessoas: uma senhora ruiva e baixinha, um garoto de boné e skate na mão, um senhor de tipo alemão, alto e forte, um homem com blusa do tio Patinhas (!), o padeiro e a moça do caixa. O dono do fusquinha devia estar em outro lugar. Acabei comprando um iogurte e saí ao mesmo tempo que o senhor alemão, que foi andando uns dois passos a minha frente e parecia que ia atravessar a rua, mas acabou parando ao lado do fusquinha, tirou uma chave do bolso, abriu a porta e...entrou nele!

Fiquei surpresa! Aquele era o dono do fusquinha azul! Como que um senhor daquele tamanho cabe dentro de um carro tão pequeno?!? Eu o imaginava miudinho, mais risonho e mais velho. Devo ter levado em conta o fusca, que é miúdo, risonho e velho.

Na sexta-feira seguinte, eu o vi novamente (como um ser único: homem-fusca), e outra vez me segurei para não acenar. Ele passou com aquela aparência simpática, de forma lenta e barulhenta, me fazendo desdenhar todos os carros possantes, velozes e furiosos. (Assim como desdenho qualquer filme que tenha alguns desses adjetivos no título.)

Um fusquinha azul parado não é nada. Vi pelo menos uns dois nessa mesma cor aqui no meu bairro. Um senhor grandalhão numa padaria é um senhor numa padaria, mas O Fusquinha Azul passando na rua, me lembrando para não ter pressa, me ajudando, sem querer, a pegar o ônibus, é um causo a mais no meu cotidiano e um motivo para eu voltar a escrever neste blog.

sábado, maio 08, 2004

(Feliz aniversário, Daniel!)

This page is powered by Blogger. Isn't yours?

Site Meter