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sexta-feira, janeiro 30, 2015

Ah, essas palmeiras-reais... 


(Palmeiras-reais ou Palmeiras-imperiais)



















Morei oito anos no Rio de Janeiro e nunca parei para contemplar uma palmeira-real. Em dezembro de 2014, no entanto, passei três dias naquela cidade e me apaixonei por essas palmeiras.
A vida tem dessas coisas, né?! Olhamos sempre para o mesmo objeto sem ver nada de mais, e, de repente, algo muda. Não o objeto, que continua o mesmo, mas o nosso olhar, que passa a enxergar de forma diferente.
Foi assim com as palmeiras-reais. 
O primeiro exemplar dessa palmeira foi plantada, aqui no Brasil, por dom João VI em 1809. Não me admira que um rei tenha se encantado por essa vegetação. Ela tem mesmo porte de nobreza! 
Mas eu que sou plebeia também me encantei. Talvez porque tenhamos que olhar para o céu, que é onde elas alcançam. E, olhando para o céu, me lembro da minha pequenez. Não é ruim me sentir pequena. É bom: assim posso mirar o alto. E, olhando para o alto, e para toda a imponência dessas palmeiras, sinto que não me resta mais nada, a não ser reverenciar.

segunda-feira, janeiro 26, 2015

RETROSPECTIVA (TARDIA) DOS LIVROS DE 2014 


Uma retrospectiva tardia corre um grande risco: o de ser pincelada pelo esquecimento e, com isso, se apresentar incompleta.
É o que acontece com a retrospectiva que ora lhes apresento: não me lembrando de todos os livros que li em 2014, vou falar dos melhores livros que li nos últimos meses do ano passado.

- UM ANO NA PROVENCE, de Peter Mayle





















Já tenho uma tendência a gostar de livros que nos façam viajar a outros lugares. Quando li que esse ganhou o prêmio de Melhor Livro de Viagem, do British Book Awards, fiquei ainda com mais vontade de o ler. Valeu a pena! É bem escrito, tem humor inglês (o autor, Peter Mayle, é um publicitário inglês que resolveu se mudar com a esposa para a região da Provença), tem curiosidades interessantíssimas (por exemplo: a tradição da trufa e a luta para evitar seu contrabando; a briga dos moradores locais com os turistas de outros países; o clima ameno em algumas estações, mas com mudanças bruscas desagradáveis etc) e te faz sonhar e viver o dia-a-dia do autor naquela região.
Minha surpresa ficou por conta de uma descoberta: pesquisando sobre o autor, li que ele é o autor de, nada mais, nada menos que...UM BOM ANO, livro que inspirou Ridley Scott a fazer o filme de mesmo nome com o Russell Crowe. Isso me deixou muito empolgada, pois adoro esse filme. Podem falar de Gladiador, Mestre dos Mares, mas meu filme favorito com o Russell Crowe é mesmo UM BOM ANO. Já o assisti algumas vezes: gosto da luz que o diretor colocou no filme, gosto das paisagens, do enredo, das mudanças dos personagens, das lições... Agora fiquei com vontade de ler o livro que o inspirou!

- ORGULHO DE PRECONCEITO, de Jane Austen (de novo e sempre, não tem como!)

Reli e continuo adorando. Não tem como! Nem adianta falar sobre ele. Já fiquei repetitiva. Jane Austen, a digníssima, continua sendo uma das grandes da literatura. Só quem lê o seus livros sabe do que estou falando. E ponto final.

- UM SAFADO EM DUBLIN, de J. P. Donleavy






















Nunca tinha ouvido falar desse escritor. Fiquei curiosa. 
O livro é sórdido, mas engraçado. O autor vai misturando a narração dos fatos com os fluxos de pensamento do protagonista de uma forma genial. A história não fica nem um pouco confusa e você percebe, pelos pensamentos do personagem, como ele se engana o tempo todo e, com isso, vai enganando todo mundo: sua esposa, seu pai, suas amantes, seus credores, seus colegas. Ele é o que chamamos de "um cara perdido na vida". No começo, você até vai na onda dele e acha que as coisas vão melhorar, mas, logo em seguida, ele se complica ainda mais. Até que uma hora você, leitor, percebe que não pode se deixar enganar pelo que o protagonista está pensando: ele só está tentando se convencer de que alguma tramoia vai dar certo e quer te enganar também.
Li por aí que o ator Johnny Depp anda sondando o autor para fazer o filme desse livro. Será que sai? Tomara! 

- DO QUE EU FALO QUANDO EU FALO DE CORRIDA, de Haruki Murakami.





















Posso falar? Sempre acho que um livro japonês contará histórias de samurais, terá muita descrição de luta sangrenta, aquela coisa de toda hora "vingar a honra" e nenhum humor. Preconceitos meus, me desculpem.
Mas passei na livraria, me senti atraída pelo título, me lembrei do escritor que tem sido muito (bem) falado e...bom, resolvi dar uma chance. 
Voltei de ônibus para casa e, ali dentro, comecei a ler o livro. Não larguei mais e já faço parte do enorme fã clube desse escritor! 
No DO QUE EU FALO QUANDO EU FALO DE CORRIDA, Haruki Murakami conta sobre sua experiência como corredor e escritor. E nessa de "diário de corrida", você fica fascinado pelo jeito como ele escreve, pelos conselhos que, sem querer, ele te dá e pelas resoluções que ele se dá. 
Eu sempre copio passagens de livros que, por algum motivo, me inspiram. Desse livro, eu registrei váaarios trechos, embora seja um livro pequeno. O cara é um gênio, um mestre, um baita escritor e um aconselhador de primeira! E, ainda por cima, é maratonista e triatleta! 
Ele diz que as pessoas estranham o fato de um escritor ser atleta, mas ele explica que é o jeito que ele encontrou de lidar com o "veneno do artista". "Um espírito doente necessita de um corpo saudável", diz ele. 
Gostei tanto desse livro que, só para vocês terem uma ideia, o dei de presente para duas pessoas. Essas duas pessoas já o leram e me disseram que também adoraram e querem conhecer os demais livros desse autor. Recomendo! Sem dúvida, Haruki Murakami é um dos grandes escritores do nosso tempo!
Aliás, inspirada por ele, vou continuar com as minhas corridinhas (tranquilas, sem exagero, no melhor estilo "devagar e sempre"), mas também começo a me preparar para uma maratona especial: a de ler todos os livros do Murakami este ano!


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