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segunda-feira, março 31, 2008

Emails que recebi de leitores do Desanuviando ontem e que também lembram os versos do Meister Eckhart. Boa semana!
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O pássaro dá admiráveis exemplos de finura e independência. Canta, canta em qualquer lugar, e vai-se embora sem querer saber de aplausos nem de pagamento. (Murilo Mendes, pensamento n° 649, de "O DISCÍPULO DE EMAÚS)
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Não tente adivinhar o que as pessoas pensam a seu respeito. / Faça a sua parte, se doe sem medo. / O que importa mesmo é o que você é. / Mesmo que outras pessoas não se importem... / Atitudes simples podem melhorar sua vida. / Não julgue para não ser julgado... / Um covarde é incapaz de demonstrar amor - isso é privilégio dos corajosos. (reflexão atribuída a Gandhi)
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domingo, março 30, 2008

GOSTEI MUITO DESTES VERSOS:
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The Rose is without why
She blooms because she blooms
She does not care for herself
Asks not if she is seen.
(Meister Eckhart)
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Photobucket
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Me lembrou de um outro poema...
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Sugestão
Sede assim — qualquer coisa serena, isenta, fiel.
Flor que se cumpre, sem pergunta.
Onda que se esforça, por exercício desinteressado.
Lua que envolve igualmente os noivos abraçados
e os soldados já frios.
Também como este ar da noite: sussurrante de
silêncios,
cheio de nascimentos e pétalas.
Igual à pedra detida,
sustentando seu demorado destino.
E à nuvem, leve e bela,vivendo de nunca chegar a ser.
À cigarra, queimando-se em música,
ao camelo que mastiga sua longa solidão,
ao pássaro que procura o fim do mundo,
ao boi que vai com inocência para a morte.
Sede assim qualquer coisa
serena, isenta, fiel.
Não como o resto dos homens.
(Cecília Meireles)
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FUTILIDADE PÚBLICA:
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Como este verão foi muito chuvoso, duas vezes comentei com pessoas diferentes que as galochas deveriam voltar à moda. Elas são grosseiras, reconheço, mas são muito úteis, principalmente se São Pedro resolveu dar um tempo de Joinville e passar férias aqui na Minha Aldeia.
Eis que ontem chegou às minhas mãos uma pequena reportagem da Antonia (não a conheço...) que escreve para a revista do JB. Veja o que ela diz:
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OLHO NO PÉ
A grife de sapatos espanhola Camper elegeu as galochas como um must have já faz tempo. Eu confesso que não tenho uma no armário desde a infância em Itaipava, quando as chuvas de verão deixavam um palmo de lama no jardim e a diversão era calçar galochas vermelhas e ajudar na limpeza. Só que a moda nem sempre se explica. A Sete Léguas, do grupo Alpargatas, está desenvolvendo em parceria com grifes e estilistas, como Farm e Adriana Barra, uma linha feminina que, faça chuva, faça sol, vai arrebentar de vender.
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Olha, estou torcendo pra que essa moda pegue!
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sábado, março 29, 2008

Estou orgulhosa do meu bairro!
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Em toda a minha vida, nunca recebi um convite destes:
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Convidamos a todos para
AUDIÊNCIA PÚBLICA DO BAIRRO ***
do novo Plano Diretor
Participativo
Dia ***/***/08 -*** horas – local:*********

DELIBERAÇÃO SOBRE OS SEGUINTES ASSUNTOS:

SEGURANÇA
GABARITO DE EDIFICIOS,
TRANSFERENCIA DE INDICE,
SANEAMENTO E MEIO AMBIENTE,
TRANSITO E SISTEMA VIÁRIO,
REVITALIZAÇÃO DA ORLA
DENTRE OUTROS
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Participe e traga sua reivindicação e apoio à manutenção da qualidade de vida em nossos bairros.
Não deixe que outros decidam por você !!
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No bairro onde moro, havia um lixão. Várias vezes pediram para a prefeitura dar um jeito naquilo, mas nada. Um dia, alguns moradores, por conta própria, começaram a construir um parque. Parque pronto, tudo bonito e arrumado...a prefeitura pegou o parque para si. Se foi melhor ou não, como já deu polêmica, nem vou entrar no mérito (embora o mérito do parque seja todo dos moradores do bairro!). Mas a lição que se tira é: as coisas funcionam quando nós tomamos a iniciativa - e não o Estado e afins. (Em um bairro bem próximo ao meu, soube de um condomínio simples, em que havia um grave problema de esgoto. Diversas vezes, moradores de lá suplicaram para que a prefeitura desse um jeito, mas nunca eram atendidos. Então, os moradores se reuniram e, também por conta própria, ou seja, com o próprio dinheiro, começaram a resolver o problema do esgoto. Chamaram até a imprensa para mostrar o que estavam fazendo. - E depois de ter aparecido no jornal, não sei se a prefeitura sentiu vergonha e foi fazer algo. (O injusto nisso, como disse um dos moradores, é que pagamos imposto para não nos preocuparmos com essas coisas, mas só dessa maneira é que as coisas funcionam...Será que o imposto serve para algo?) (*)
Outra coisa em que sempre penso: muitos problemas de cidade seriam resolvidos se todos se sentissem um pouco mais responsáveis pelas suas cidades, seus bairros. Com isso, também se orgulhariam mais do lugar em que vivem e, conseqüentemente, cuidariam mais. Quem é que tem coragem de jogar papel no chão do lugar que ama? Só o mais porco dos porcos. Mas acho que mesmo esse infeliz, se visse tudo arrumadinho, tudo limpo, sentiria vergonha de ser o sujismundo.
Até problema de superpopulação em algumas cidades poderia ser sanado se as pessoas já estivessem satisfeitas com o lugar em que moram. Durante a última Copa do Mundo, era bonito ver as cidades alemãs. Tirando as principais, as demais tinham, no máximo, 300 mil habitantes. E eram todas caprichadas. Aqui no Brasil, em uns estados mais que outros, há cidades do interior que parecem abandonadas. Mesmo sem a desculpa de hiperpopulação, a cidade fede, é suja e maltratada.
Isso também traz outra reflexão: está tão na moda ser politicamente correto, mas, antes disso, é preciso ter, intríseco a cada pessoa, muitos outros valores. Quando isso acontecer, nem precisaremos clamar pelos clichês modernos, simplesmente porque não haverá os problemas que tais clichês querem combater.
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(*) Me lembrei de uma cena do filme MATAR OU MORRER. Depois comento.
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AINDA FALANDO EM CIDADES...
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Um amigo que trabalha com a fiscalização da distribuição de renda para hospitais e escolas disse que, em Santa Catarina, o menor índice de analfabetismo está em Pomerode (cidade colonizada por imigrantes alemães, e onde até hoje se fala esse idioma.) Lá, meu amigo disse que toda a verba destinada à educação é integralmente revertida para... a educação. Já em outra cidade (que agora não lembro o nome), onde há o maior índice de analfabetismo, quando perguntam "Cadê o dinheiro das escolas?", ninguém sabe, ninguém viu...
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E sobre ensino e a não dependência do cidadão com relação ao Estado, entre aqui e leia o artigo A POLÊMICA DA EDUCAÇÃO EM CASA
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sexta-feira, março 28, 2008

DO HAGAR (*) DESTA SEMANA:
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Estão o Hagar e o amigo no bar, bem à vontade.
HAGAR diz: O mundo fica mais simples quando entendemos o significado de apenas 3 palavrinhas.
AMIGO DO HAGAR (que eu não lembro o nome): "Eu te amo"?
HAGAR: Não..."Que se dane".
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(*) Aquela tirinha que sai no jornal, de autoria de Chris Browne. Essa tirinha em questão, eu a cortei, vou plastificá-la e transformá-la em marcador de livro. Gosto dessa serenidade do "que se dane", em certas situações. Há coisas que não valem as nossas rugas de preocupação.
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segunda-feira, março 24, 2008

ME DESVIEI DA (MINHA) LISTA DOS FILMES
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por causa dessa onda de FAROESTES. Os dois últimos foram: MATAR OU MORRER - que não é com o John Wayne, mas tem a ótima interpretação de Gary Cooper - e O HOMEM QUE MATOU O FASCÍNORA, com os excelentes John Wayne e James Stewart.
Hoje não tenho muito tempo para comentar. Só posso dizer que os dois estão na minha lista de favoritos, e que faroestes são, definitivamente, filmes para os nossos tempos. Sério!
Comentando no geral: os melhores títulos de filmes são os dos faroestes. Até quando mudam o nome em português o título é bom, como "Matar ou Morrer", que no original é HIGH NOON. E os diálogos idem. (*)
Rapidamente: do MATAR OU MORRER veio esta sábia reflexão: "ombros largos não fazem um homem". E quem a proferiu foi...uma cortesã.
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Volto a comentar...
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(*) CASABLANCA é outro que tem ótimos diálogos, embora não seja faroeste. É do protagonista que vem uma frase deste tipo: "I stick my neck out for nobody", ainda que suas ações o contradigam de vez em quando.
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domingo, março 23, 2008

O POST QUE DUROU 10 MINUTOS
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Hoje de manhã, entrei aqui e escrevi um post bem grande. Dez minutos depois deletei-o. Acho que ninguém teve tempo de ler. Pois esse post nunca mais vai aparecer, por motivos pessoais. Uma pena, devo admitir, mas a discrição falou mais alto... Em compensação, alguns trechos dele estarão aqui, mas, claro, de forma mais solta, menos explícita e um tanto incompleta.
Segue:
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Uma mulher bastante detestada, que tem idéias gélidas e que não acredita em nada, exceto na desgraça do ser humano, estava chorando. Todos que a conhecem e que a detestam ficaram impressionados com a cena. É capaz de ela, passado o choro, voltar à frieza habitual. Mas esse vislumbre que se teve dela jamais será esquecido. Isso prova que, por mais frio, mais seguro que aparente de suas convicções - às vezes desumanas -, mais analisado e mais interpretado, o ser humano continua sendo um mistério.
Isso me lembrou duas coisas:
Primeiro, da música da Maria Rita, a CARA VALENTE, que diz assim: Esse humor é coisa de um rapaz / Que sem ter proteção / Foi se esconder atrás da cara de vilão / (...) / Ele não é de nada / Essa cara amarrada / É só um jeito de viver / nesse mundo de mágoas (...). Cara amarrada - ou é fome ou é um jeito que a pessoa encontra de viver em um mundo de mágoas. Coragem mesmo é desamarrar a cara e o espírito e viver a vida.
Segundo: de uma passagem de O SENHOR DOS ANÉIS. Frodo reencontra o Sr. Magote, de quem ele sempre tivera medo, pois quando ia roubar cogumelos da casa desse senhor, este mandava os cães atacarem. No reencontro, a nova situação os faz ficarem amigos. No entanto, como Frodo tem que partir logo, diz ao senhor:
- Tive pavor do senhor e de seus cachorros por mais de trinta anos, Sr. Magote, apesar de o senhor poder rir do que digo. É uma pena. Perdi um grande amigo. E agora sinto em partir tão depressa (...).
Engraçado como uma nova situação pode trazer um novo sentimento.
E já estava para encerrar este post, mas acabo de encontrar um poema da Cora Coralina que há anos guardo em um caderno. Não é à toa que Carlos Drummond de Andrade se apaixonou por ela. Essa, definitivamente, não tinha a cara amarrada!
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EU CREIO
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Eu sou aquela mulher
A quem o tempo muito ensinou
Ensinou a amar a vida
Não desistir da luta
E ser otimista
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Creio numa força imanente
Que vai ligando a família humana
Numa corrente luminosa
da Fraternidade Universal
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Creio nos valores humanos
E na superação dos erros
E angústias do presente
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Acredito nos Moços,
Exalto sua confiança,
Generosidade e idealismo
Creio numa profilaxia futura
dos vícios e violências do presente.
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FELIZ PÁSCOA!
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Na sacola da Cacau Show: Chocolate é mágico. Abre sorrisos, traduz desejos, une pessoas, traz alegria, dá energia.
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sexta-feira, março 21, 2008

CONSELHO DO GANDALF:
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Tudo o que temos de decidir é o que fazer com o tempo que nos é dado.
(O SENHOR DOS ANÉIS, J.R.R.Tolkien)
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quinta-feira, março 20, 2008

AO PESSOAL DA MINHA ALDEIA:
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MARCELO HENRIQUE CÂMARA - A todos que o conhecem ou que têm um amigo em comum com o Marcelo Henrique Câmara - e que sempre se referem a ele como um "santo" ou como "alguém com uma luz diferente"- , é com tristeza que venho informar que ele faleceu hoje à tarde. Com a falta de uma medula para o transplante, a saúde dele ficou muito fraca e, domingo, ele entrou em coma.
O velório começou hoje à noite, e o enterro será amanhã, Sexta-feira da Paixão (21/03/08), às 16h no cemitério do Itacorubi.
Rezem pelo Marcelo, pois o consolo e a luz que ele sempre passou àqueles que o conheciam, ele certamente está encontrando em sua plenitude.
Abraços,
Rebeca
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Buscando o nome do Marcelo no Google, encontrei um texto religioso, sobre o Advento, escrito por ele - que não era padre, nem carola chato; ele era jovem - embora não mais um jovem .
Um dos trechos, dizia isto:
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Há um lugar especial no qual Jesus quer ser acolhido, sendo que o Advento e o Natal são sempre propícios para fazermos memória disto: no coração de cada homem – independente de qualidades, condição social, raça, língua – Jesus quer estabelecer morada. São Bernardo foi o responsável pela associação desta "segunda vinda do Senhor" – a primeira é a natividade e terceira é a Sua volta – ao período litúrgico do Advento. Esta vinda intermediária tem natureza espiritual, concerne ao tempo presente – ao hoje –, depende do nosso sim e compõe o significado místico do Advento e do Natal. Melhor deixar a palavra com o próprio São Bernardo: "Esta vinda intermediária é como entrada que conduz da primeira para a última vinda. Na primeira, Cristo foi a nossa redenção, na segunda, surgirá como nossa vida; nesta vinda intermediária ele é o nosso repouso e o nosso consolo". Há belos textos, nas Sagradas Escrituras, que falam desta vinda do Senhor ao coração do homem, e que denotam o sentido de comunhão que deve reger a relação entre Deus e o fiel. Exemplo disto está no livro do Apocalipse: "Eis que estou à porta e bato: se alguém ouvir a minha voz e me abrir a porta, entrarei em sua casa e cearemos, eu com ele e ele comigo". Alguns bem-aventurados abrem-se de tal forma a Cristo que são capazes de afirmar, em um testemunho cristão sem igual, que sua relação com o Ele já tomou conta de todo o seu viver: "Eu vivo, mas já não sou eu; é Cristo quem vive em mim. A minha vida presente, na carne, eu a vivo na fé do Filho de Deus, que me amou e se entregou por mim". Que o Advento e o Natal deste Ano Santo possam produzir em cada cristão frutos espirituais abundantes, fortalecendo nossa relação com o Mestre de Nazaré, nascido pobre em Belém, que nos revela a face invisível de Deus Pai Criador e nos envia o Espírito Santo Paráclito.
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O Marcelo tinha muita certeza disso. E todos que o conheciam concordam que era impossível não se contagiar por essa certeza - a de que Cristo vivia nele e que pode viver no coração daqueles que Lhe abrem o coração.
Um amigo que acaba de me responder o email, escreveu o seguinte:
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É com certeza que ele encontrou nosso Criador. Imagino que ele irá orar por nós mais do que nós iremos por ele, sinceramente. Não sei se vc chegou a conhecê-lo, Rebeca, mas realmente ele chamava a atenção.
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Pois é, apesar da saudade que todos sentirão, há, também, o consolo que ele já havia plantado em nossos corações. Todos têm certeza de que ele estará bem.
Que Deus o tenha, se diz. Mas todos crêem que ele já está com Deus - o que nos faz crer ainda mais NEle.
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terça-feira, março 18, 2008

PARECE COISA DE CHAVES (*), MAS ACONTECEU NA MINHA SALA
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O professor perguntou:
- Onde ficava a Mesopotâmia?
Um aluno respondeu:
- Entre os rios Tigre e Eufrates.
Então o professor voltou a perguntar:
- E onde é agora?
E o mesmo aluno não titubeou:
- Ué?!, continua lá.
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(*) Chaves, o que presta, o amigo do Kiko e da Chiquinha. O que toda criança deve assistir, e que os meus filhos vão ver. Tenho uma priminha temporona que ficou ainda mais esperta depois que começou a assistir ao Chaves.
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Ontem foi SAINT PATRICK'S DAY
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E em sua homenagem, me esqueci de usar verde ... mas sonhei com um trevo de quatro folhas e senti vontade de ouvir umas musiquinhas daquelas bandas.
Para não passar em branco, aí vão algumas bênçãos irlandesas (*):
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May the blessings and love
Of Saint Patrick fall
On yourself, on your home,
On your dear ones and all.
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God's might to direct me
God's power to protect me
God's wisdow for learning
God's eye for discerning
God's ear for my hearing
God's word for my clearing
God's hand for my cover
God's path to pass over
God's buckler to guide me
God's army to ward me.
(from the breastplate of Saint Patrick)
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(*) De um livro que adquiri há pouco tempo, chamado Irish Blessings - An Illustrated Edition, curiosamente "printed in China".
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segunda-feira, março 17, 2008

JOHN WAYNE É UM SÁBIO - ou: Já tá parecendo um tributo ao John Wayne...
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Este blog, ultimamente, só está falando de filmes e, agora, só do John Wayne. Não é tanto a minha intenção; é mais uma fase. Foram muitos os filmes de que gostei, e que só agora fui contar aqui no blog. Mas ontem assisti a outro filme do John Wayne e um comentário feito por seu personagem me obriga a falar novamente desse ator.
O filme foi OS COMANCHEROS e, em uma determinada cena, John Wayne, que aí se chama Capitão Cutter, está escoltando um pilantra procurado pela polícia. O tal pilantra tem o nome de Paul Regret - e esse sobrenome não é sugestivo à toa. Ambos, Cutter e Regret, estão ficando amigos, e Cutter diz que pensou em deixar o escoltado escapar. Eis o diálogo que se segue:
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CUTTER: - "Deixe-o escapar" eu disse comigo mesmo.
REGRET: - E o que você respondeu?
C: - Respondi: "não pode deixá-lo fugir". "Fez um juramento quando lhe deram a insígnia."
R: - É importante?
C: - Disse que fiz um juramento.
R: - Palavras.
C: - Os homens se guiam por palavras. Palavras que dizem e cumprem. Você deve ter tido uma criação muito pobre.
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domingo, março 16, 2008

A CENA DE QUANDO UM HOMEM É HOMEM, em que o personagem de John Wayne, Mclintock, conversa com sua filha Becky:
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Entendendo: Becky tinha ido ao Leste para estudar na faculdade. Sua mãe, Katherine (personagem de Maureen O'Hara), havia brigado com o marido, Mclintock, e, por isso, acompanhou a filha. De lá, Katherine enviou uma carta ao marido com um pedido de divórcio. Mclintock simplesmente a ignorou. Quando Becky volta ao Oeste para visitar o pai, Katherine vai junto, com o intuito de colocar um ponto final na relação com o marido. (Quem assistir ao filme vai saber o que acontece com os dois.) Na cena em questão, Becky aproveita estar a sós com o pai para perguntar o que houve na relação dos pais. Eis o diálogo:
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Becky: - Bom dia, pai.
Mclintock: - Boa tarde (sic). O que a fez sair tão cedo?
B: - Há algo que preciso acertar na minha cabeça.
M: - É? O quê?
B: - A mamãe...Por que você e a mamãe deixaram de viver juntos, pai? Por que se separaram?
(O pai finge que não ouve.)
B: - Não vai me responder?
M: - Não.
B: - Eu acho que é da minha conta.
M: - Eu não.
B: - É outra mulher? Geralmente é.
M: - Na sua idade, vocês sempre sabem o que é comum.
B: - É a Sra. Warren?
M: - Becky, não quero começar a ditar regras no seu primeiro dia em casa, mas não conversarei mais sobre isso. A primeira vez que vi a Sra. Warren foi na semana passada. Ela tem um emprego aqui, para o qual é muito boa. E espero que você tenha boas maneiras para não se intrometer nos problemas dos outros, da sua mãe e meus.
(Instante de silêncio entre os dois...)
B: - Posso entender seu problema. A mamãe é sempre tão petulante.
M: - Petulante? Você aprendeu muitas palavras lá no Leste, Becky. Deus queira que tenham lhe ensinado os significados. Você tinha apenas seis meses de idade quando sua mãe ficou sozinha com você numa choupana, sob dois metros de neve, enquanto eu levava o rebanho 500 km ao sul, para tentar salvá-lo. Salvei mais ou menos a metade. Você tinha pouco mais de um ano, na época dos ataques dos comanches. Nós nos escondemos de 500 índios, por nove dias. Petulante, Becky? Acho melhor voltar para casa.
(Becky, que está em cima do cavalo, se vira para ir embora em silêncio, quando o pai a chama:)
M: - Becky, venha cá. Preciso lhe dizer algo. Acho que agora é a melhor hora. Você terá todos os jovens do oeste do Missouri por aqui tentando casar com você. Primeiro porque é uma garota linda. Mas também porque eu sou dono de tudo nessa região e eles pensam que vão herdar isso. Bem, você não vai. Vou deixar a maior parte para... Bem, para a nação, na verdade. Para um parque onde nenhum madeireiro cortará todas as árvores para casas com goteiras. Ninguém matará todos os castores para fazer chapéus para grã-finos, nem assassinarão os búfalos para fazer mantos. O que vou lhe dar é uma extensão de quinhentas cabeças no Rio Green. Pode não parecer muito, mas é mais do que tivemos, sua mãe e eu. Alguns camaradas vão dizer que estou fazendo tudo isso para poder sentar lá no além e olhar aqui para um parque com meu nome ou por ter me decepcionado com você e não querer lhe dar todo o dinheiro. Mas o principal motivo, Becky, é que a amo e quero que você e algum jovem tenham o que eu tive. Porque todo o ouro do tesouro dos Estados Unidos e toda a música de harpa no céu não se igualam ao que acontece entre um homem e uma mulher amadurecendo juntos daquela forma. Não posso explicar melhor que isso.
B: - Está bem, pai. (E se prepara para se retirar outra vez, um tanto cabisbaixa, mas o pai a chama novamente:)
M: - Becky. Quando tiver a minha idade, me agradecerá por isso.
B: - Pai, já estou totalmente madura. Não estava preocupada comigo. Estava pensando no senhor e na mamãe.
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sábado, março 15, 2008

REPITAM COMIGO: NIGHT SHYAMALAN, NIGHT SHYAMALAN
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Já estou em contagem regressiva. Em junho vem o mais novo filme do indiano Night Shyamalan, o único artista a quem eu pediria um autógrafo.
Lembram-se de OS SINAIS, que parecia ser mais um filme de ETs? Pois este novo parece ser mais um filme sobre "a revolta da natureza". Sem graça, né? Mas como se trata de um filme do Shyamalan, isso só será o fundo da história. O principal, como sempre, é a "essência" dos homens: a espiritualidade, com a fé e a solidariedade - as únicas coisas que podem salvar o homem.
Aqui, você pode ver o trailler, que, adianto, já é misterioso. (Em inglês se chama THE HAPPENING. Em português colocaram o nome de O FIM DOS TEMPOS. Em junho vamos saber se foi uma boa escolha de tradução.)
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E aqui, só para os fãs do indiano. É uma entrevista com ele.
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ÉTICA? NÃO ME FALEM ÉTICA!
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Ainda no filme QUANDO UM HOMEM É HOMEM, com John Wayne, há uma cena (*) em que sua filha se refere à mãe como "petulante".
O personagem de John Wayne, Mclintock, a interpele:
- Petulante? Você aprendeu muitas palavras lá no Leste, Becky. Deus queira que tenham lhe ensinado os significados.
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Pois eu queria que John Wayne assistisse a aulas na faculdade e, toda vez que alguém falasse em "ética", ele perguntasse (com sua espingarda intimidando):
- Ética? Você aprendeu muitas palavras no meio acadêmico. Deus queira que tenham lhe ensinado os significados.
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É que eu já estou cansada de ouvir essa palavra. Primeiro que quem mais fala em "ética", seja de qual curso for, é quem menos a tem. (Pode não ser regra, mas é um fato observado). Segundo, posso estar falando a maior baboseira, mas se terminar meu discurso com "é questão de ética", pronto! Serei laureada. Terceiro, ética? Bullshit! O negócio é ser bom, justo, honesto, respeitar o meu próximo, ter a consciência tranqüila. Tendo tudo isso, não se sentirá falta de nenhuma outra palavra, nem será preciso criar outras. Ética virou mais uma dessas palavras vazias, que falam, falam, mas não fazem. Mais ou menos como os políticos. Aliás, se criarem um partido chamado PARTIDO ÉTICO ou PARTIDO DA ÉTICA ou, pior, PARTIDO DOS ÉTICOS, estou bem longe deles.
Ética? Sabes mesmo o que significa? (**)
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(*) Vou transcrever as falas dessa cena em que Mclintock conversa com a filha. É uma parte bonita do filme. Aguardem, como já devem estar aguardando eu falar da Miss Marple e dos demais filmes.
(**) Ética, segundo o dicionário Aurélio: Substantivo feminino. 1.Filos. Estudo dos juízos de apreciação referentes à conduta humana suscetível de qualificação do ponto de vista do bem e do mal, seja relativamente a determinada sociedade, seja de modo absoluto. [Cf. bem (1) e moral (1).]
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segunda-feira, março 10, 2008

EMAIL DE UM QUERIDO LEITOR QUE TAMBÉM VIU O FILME QUANDO UM HOMEM É HOMEM:
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Assino embaixo do seu post sobre John Wayne (que vc publicou ontem no Desanuviando).Guardo bem na memória a cena em que ele diz para a filha que ela não iria receber de mão beijada uma grande herança, porquanto poderia criar vícios de preguiça e outros.
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Mostro esse comentário para que vocês fiquem com vontade de assistir ao filme. Além das passagens sábias e sensatas a que me referi, há passagens engraçadíssimas, como as que mostram o cozinheiro japonês ou o "almofadinha" da cidade grande que causará ciúmes no futuro genro do senhor McLintock (personagem de John Wayne). Aliás, esse genro no filme é, na vida real, filho de John Wayne. A esposa de John Wayne devia ser muito bonita.
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domingo, março 09, 2008

continuando...
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Nanny MacPhee - A Babá Encantada faz muitas referências ao filme Mary Poppins, e é o tipo de filme sobre o qual diria: "esse os meus filhos vão ver". É uma boa distração. Tem gente que se enfada com filme desse tipo, mas eu acho que na vida há momentos (uns mais do que outros) em que precisamos de um pouco de despretensão e das características do filme A Babá Encantada: "sem maldade, engraçadinho, colorido, com bons ensinamentos". Recomendo, hum... sentada. E com um algodão doce na mão.
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QUANDO UM HOMEM É HOMEM é um faroeste com John Wayne e me fez gostar de faroestes. Tá certo que ele está mais pra comédia e se inspirou na obra de Shakespeare A MEGERA DOMADA, mas tem um humor diferente dos filmes atuais: não é tão politicamente correto - é bem mais sensato -, sem "frescura", até porque John Wayne não tem frescura e encarna o tipo machão. Mas é um macho em um sentido mais nobre, com mais sabedoria (com exceção de uma parte em que ele aconselha o futuro genro a colocar a filha "na linha", de maneiras não muito delicadas - as mulheres hão de concordar comigo). É de seu personagem que vêm ensinamentos para se guardar no bolso. Por exemplo, ao se referir ao bobão do prefeito, ele diz :"antes de o homem se tornar um cavalheiro, ele precisa se tornar um homem (e o Fulano não é nem um nem outro)". Ele também diz para a filha que ela não vai herdar todas as suas terras porque quer que ela e o marido descubram, como seus pais, o valor do esforço conjugal na vida. (Ah, se essas pessoas e esses políticos que têm tudo fácil tivessem essa consciência johnwayniana...). E quando ele vai defender os índios, diz que esmola é para órfãos e viúvas, mas é uma ofensa para os caciques. (E deferia ser uma ofensa para tanta gente...).
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Não é um filme para os nossos tempos? Se eu pudesse mudar a situação do Brasil, o Capitão Nascimento seria algum ministro do governo. John Wayne seria o presidente. Recomendo Quando um homem é homem, de pé, atirando para cima com uma arminha de espoleta.
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CAMPANHA JOHN WAYNE PARA PRESIDENTE:
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Photobucket
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Os filmes continuam em outro post...
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sábado, março 08, 2008

E MEU OSCAR VAI PARA...
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- HOLLYWOODLAND - BASTIDORES DA FAMA
- MINHA VIDA NA OUTRA VIDA
- BARRY LYNDON
- A VIDA NO PARAÍSO
- KOLYA
- O ULTIMATO BOURNE
- QUANDO UM HOMEM É HOMEM
- EM LUTA PELO AMOR
- NANNY MACPHEE - A BABÁ ENCANTADA
- RAPSÓDIA EM AGOSTO
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Todos esses filmes ficaram em primeiro lugar. Deu empate. E, como vocês podem ver, tem de vários estilos, e nenhum é deste ano. Eu os assisti em DVD e enriqueci um pouco mais a locadora nessas férias.
Sobre o Hollywoodland-Bastidores..., já comentei no post do dia 28 de fevereiro.
O O Ultimato Bourne é filme norte-americano, de ação, com muitas corridas de carro, muitas perseguições, mas um dos melhores. É o terceiro da "trilogia Bourne", com o Matt Damon. Um homem que havia sido treinado pela CIA, com lavagem cerebral, para matar, para fazer tudo o que lhe mandassem, sem nem ao menos questionar se é correto ou não fazer aquilo que lhe pedem. Um maquiavelismo medonho se você for parar para pensar. Mas para o azar da CIA, Bourne começa a ter uns insights e resolve buscar sua verdadeira identidade. Isso teve início no primeiro filme da trilogia - A IDENTIDADE BOURNE -, e agora, no terceiro, ele está sendo perseguindo, ao mesmo tempo em que procura as últimas peças do quebra-cabeças que sua vida se tornou. Recomendo, de pé, com pipoca na mão.
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Em luta pelo amor é a história de uma poeta e cortesã, Verônica Franco, que viveu em Veneza no século XVI. Naquela época, ela foi uma das raras mulheres que teve educação - com livros, e não com agulhas -, o que não servia de vantagem para conseguir um marido. Para piorar a situação, ela ainda pertencia a uma classe inferior. Verônica acabou se tornando uma cortesã, impulsionada por sua própria mãe, que também fora cortesã.- E alguém comentou a esse respeito com muita crueza: tem mãe que sempre sonhou isso para a filha. Com essa vida, ela enriqueceu e se tornou a cortesã mais nobre de Veneza. Na época da inquisição, ela foi julgada, mas a libertaram. O filme mostra que a libertaram porque toda a cidade - entenda-se: todos os nobres - tinham se envolvido com ela, e que Veneza seria a cidade mais hipócrita do mundo se permitisse que a condenassem. Alguns detalhes devem ter sido romanceados - pois não encontrei informações que comprovassem isto -, como o fato de ela ter sido apaixonada, desde jovem, por um nobre que também a amava, mas que a abandonou porque só poderia se casar com uma mulher da mesma linhagem. No final, depois de todos os desencontros, os dois ficam juntos. Por isso o nome - EM LUTA PELO AMOR. Você pode ler mais a respeito da Verônica Franco aqui. Recomendo, sentada, com uma taça de vinho.
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Nanny MacPhee - A Babá Encantada me faz lembrar do que o ator Hugh Grant disse sobre a atriz Emma Thompson : ela escreve ótimos roteiros (*). ...Mas continuo amanhã, pois tenho que sair neste exato momento.
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(*) Na verdade, Hugh Grant disse que os roteiros da Emma Thompson eram tão bons que ficavam melhores que os livros da Jane Austen (se referindo ao filme RAZÃO E SENSIBILIDADE, baseado no livro da digníssima escritora inglesa). Claro que considero isso um exagero, mas a Emma Thompson tem, sim, uma certa dignidade que a faz escrever bons roteiros.
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quinta-feira, março 06, 2008

NO POST SOBRE O PERDÃO, FALTOU ACRESCENTAR ISTO:
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Entrei pra escola do perdão
A minha casa vive aberta
Abri todas as portas do coração
(Vinícius de Moraes e Tom Jobim, em ÁGUA DE BEBER)
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Tenho ouvido essas bossas na voz suave de Nara Leão. De tempos em tempos faz bem ouvir Bossa Nova.
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quarta-feira, março 05, 2008

SAMBA DE UMA NOTA SÓ - (perfeito! Sem mais!)
(composição: Tom Jobim / Newton Mendonça)
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Eis aqui este sambinha
Feito numa nota só
Outras notas vão entrar
Mas a base é uma só
Esta outra é conseqüência
Do que acabo de dizer
Como eu sou a conseqüência
Inevitável de você
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Quanta gente existe por aí
Que fala, fala e não diz nada
Ou quase nada
Já me utilizei de toda escala
E no final não sobrou nada
Não deu em nada.
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E voltei pra minha nota
Como eu volto pra você
Vou contar pra minha nota
Como eu gosto de você
E quem quer todas as notas
Re, mi, fa, sol, la, si, do
Fica sempre sem nenhuma
Fique numa nota só
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