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domingo, outubro 30, 2011

TEMPORARIAMENTE FORA - ou: Estou matando dragões, e já volto!
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(Ilustrução de Gustave Doré. Seu estilo é inconfundível!)
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Queridos leitores, apesar da ventania que está lá fora, não vejo nenhum Moinho de Vento - somente dragões. E preciso eliminá-los, um a um. É esse o motivo da minha ausência.
Assim que os desgraçados sumirem, volto com mais calma.
Até breve!
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Desculpem-me, elegantes leitores, se vou parecer escatológica com a seguinte revelação: Descobri por que um dos dragões está sempre com cara de entojo: é que ele come sua própria bosta!
Calma, calma! Não se ofendam! Era importante contar isso, para que vocês olhassem para aquele monstrinho com um pouco mais de compaixão. Porque descobri que alguns dragões se transformam em Moinhos de Vento quando olhamos para eles com olhar complacente. No caso desse dragão - se ele vier a se transformar realmente -, ele será o Moinho de Vento mais enojado, mas, ainda assim, é melhor ser um Moinho de Vento enojado que um Monstro fedorento comedor do próprio excremento, não acham?!
É isso, meus leitores - homens que abrem a porta para as damas e cedem lugares no ônibus e mulheres que sabem sentar-se sem mostrar a calcinha e só falam palavrão quando realmente não há outra palavra que traduza as emoções do momento -, espero que vocês tenham compreendido.
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Coincidência ou não - não! -, acendi uma velinha para São Jorge, o santo guerreiro, que mata o dragão!
Ajude-me, santinho, com sua coragem e sua espada, nessa fase da vida!
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domingo, outubro 23, 2011

DEPOIS DE FLORBELA ESPANCA, É A VEZ DO POETA GUILHERME DE ALMEIDA
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Depois de reler uns poemas de Florbela, fiquei com saudades de Guilherme. Então li um poema dele que me lembrou da história do casal de velhinhos americanos que morreu de mãos dadas (ver post do dia 21 de outubro de 2011). Vejam que lindo:
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LONGE DA VISTA
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Vou partir, vais ficar. "Longe da vista,

longe do coração" - diz o ditado.

Basta, porém, que o nosso amor exista,

para que eu parta e fiques sem cuidado.


Dentro em mim mesmo, o coração egoísta,

quanto mais longe, mais te quer ao lado;

tanto mais te ama, quanto mais te avista

e, antes de ver-te, já te havia amado.


Vou partir. Para longe? Para perto?

- Não sei: longe de ti tudo é deserto

e todas as distâncias são iguais.


Como eu quisera que, na despedida,

quando se unissem nossas mãos, querida,

nunca pudessem desunir-se mais!

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sábado, outubro 22, 2011

O QUE IMPORTA É O NOSSO MUNDO!
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Hoje senti saudades de Florbela Espanca. Como se ela estivesse por perto, tentando me lembrar de algo, talvez me aconselhar. Reli alguns de seus poemas, buscando pela mensagem secreta que ela queria me dizer, e então fiquei com este poema (senti que era este o conselho):
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O nosso mundo
Que importa o mundo e as ilusões defuntas?...
Que importa o mundo seus orgulhos vãos?...
O mundo, Amor?... As nossas bocas juntas!.
(Florbela Espanca)

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sexta-feira, outubro 21, 2011

NOSSA, DISSE TUDO!
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Sempre existe uma certa ligação entre a cultura política e a moral de uma sociedade, de um lado, e o nível intelectual e as atitudes morais de seus líderes do outro. (Apesar de eu ter citado bastante o Tocqueville esses dias, essa inteligente observação é de outra pessoa: do autor de um livro que estou lendo para o meu trabalho de conclusão de curso: Mieczyslaw Maneli, em A NOVA RETÓRICA DE PERELMAN - FILOSOFIA E METODOLOGIA PARA O SÉCULO XXI)
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NÃO É SÓ EM FILME QUE ACONTECEM ESTAS COISAS!
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Vejam esta notícia:
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Casados há 72 anos, americanos morrem de mãos dadas

Casal sofreu acidente de carro há uma semana e permaneceu junto até os momentos finais

Sábado, 19 de Outubro de 2011, 19h00

DES MOINES - Um casal de idosos casados há 72 anos morreu de mãos dadas nesta quarta-feira, 19, em Des Moines, cidade do Estado americano de Iowa, informa o site do grupo MSNBC. Os dois americanos haviam sofrido um acidente de carro no último dia 12.

Norma Stock, 90, e Gordon Yeager, 94, morreram de mãos dadas na unidade de tratamento intensivo do hospital, disse um dos quatro filhos do casal. O intervalo de morte entre os dois foi de apenas 70 minutos. "Eles acreditavam no casamento 'até que a morte os separasse'", disse Dennis Yeagar.

O filho do casal afirmou à televisão local que seus pais nunca gostaram de ficar separados desde o casamento - em 26 de maio de 1939. A família, porém, ficou feliz em saber que os dois passaram seus últimos momentos juntos. "Eles foram colocados no mesmo quarto de tratamento intensivo e estavam de mãos dadas", disse Dennis.

Gordon morreu às 15h38 locais, cercado pelos parentes. Ele havia parado de respirar, mas o monitor mostrava batimentos cardíacos. A enfermeira responsável pelo casal, porém, explicou aos filhos que a pulsação do coração de Norma refletia no corpo do marido, justamente pelo fato de estarem de mãos dadas. Pouco mais de uma hora depois, a americana não resistiu. (EU QUE GRIFEI ESSA PARTE!)

"Nenhum dos dois ia querer ter ficado sem o outro. Não consigo pensar se isso aconteceria", disse Donna, outra filha do casal. "Honestamente, fomos abençoados que eles puderam partir desta forma", completou.

(Notícia lida no site do Estadão, AQUI.)

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quinta-feira, outubro 20, 2011

MÚSICA PARA OS OUVIDOS - ou: A melhor música de Londres!
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Pergunto para o policial inglês se posso visitar o Parlamento.
Ele responde que não, pois está sendo reformado para as Olimpíadas.
"Que pena", penso com os meus botões, e ele finaliza:
- Sorry about that.
O quê? Pára tudo! - O que você disse?
- Que está fechado para reforma.
- Não, não, a última parte.
- Sorry about that.
- Repete?
- Sorry about that.
- Outra vez!
- Sorry about that.Itálico- Mais uma!
- Sorry about that.
- Última vez.
- Sorry about that.
- Última mesmo, prometo.
- Sorry about that.
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quarta-feira, outubro 19, 2011

QUE AMOR!
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Fechei os olhos e procurava adaptar-me ao incômodo monte de palha quando senti um bafo quente perto do meu rosto. Voltei-me e vi que era Capi! Talvez pressentindo minha aflição e meu abandono, o cão se aproximara de mim, procurando consolar-me. Lambeu-me as mãos e deitou-se ao meu lado, e eu, comovido, agradeci-lhe com um beijo a solidariedade. Capi me respondeu com um latidozinho breve e abafado e, pouco depois, adormecíamos ambos, aconchegados um ao outro, aquecidos mutuamente pelo calor dos nossos corpos e da nossa afeição. Eu encontrara um amigo. Já não estava sozinho no mundo. (do livro SEM FAMÍLIA, de Hector Malot, Editora e Livraria do Chain)
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SEM FAMÍLIA é o livro que estou lendo no momento. Presente do meu namorado, que, quando esteve em Curitiba, no início do ano, entrou na LIVRARIA DO CHAIN, onde o próprio Chain veio atendê-lo e o convenceu a comprar esse livro.
Chain disse que a edição de SEM FAMÍLIA era um sonho que estava se tornando realidade porque tinha lido esse livro há mais de quarenta anos, e sempre o relê de tempos em tempos.
Eu não conhecia essa história, mas a vontade que tenho, quando o começo a ler, é de não parar mais. Como não estou podendo me dar esses luxos, tenho que me segurar, então leio um pouquinho cada dia (e, às vezes, um pouquinho de manhã e um pouquinho à noite!).
Hector Malot, seu autor, era francês. E esse livro, diz a minha edição, "já foi traduzido praticamente em todo o mundo e continua fascinando quem o descobre ou quem volta a viajar nele."
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Disse o Chain (dono da livraria) para o meu namorado:
- Leve este livro para a sua namorada, que ela vai adorar!
Acho que os dois acertaram: o Chain, com a sugestão; meu namorado, com o presente!
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terça-feira, outubro 18, 2011

O POST DE HOJE
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vai para a minha amiga Pati, a Grega! É um vídeo e está AQUI. Divirta-se!
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P.s.: Ainda vou encontrar uma manifestação dessas no meu caminho! (#Lei da atração!#)
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segunda-feira, outubro 17, 2011

ALGUNS DIÁLOGOS:
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1)
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Moça, no supermercado, pergunta ao funcionário:
- Tem chuchu?
E ele responde:
- Tem, meu bem.
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2)
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Namorado está lendo sobre como melhorar a memória.
Namorada pede:
- Amanhã, me liga quando estiver saindo de casa, pra me acordar?
Garantia do namorado:
- Claro! Vou me lembrar de te acordar. Assim já treino a minha memória.
Manhã seguinte...
Só o despertador se lembrou de acordar a namorada...
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3)
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Irmã fala pros irmãos que ligou pra casa dos avós, mas eles não estavam, pois tinham ido ao teatro.
Irmão pergunta:
- Como você sabe que eles foram ao teatro?
Resposta da irmã:
- O cachorrinho atendeu o telefone e me disse.
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4)
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Filha para os pais:
- Há anos não recebo presente no Dia das Crianças, nem mesmo um "faz-me rir".
Pais:
- Isso nos fez rir.
Filha para os botões:
- Não deu...
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domingo, outubro 16, 2011

OUTRO COMENTÁRIO INTERESSANTE DE ALEXIS DE TOCQUEVILLE EM SEU LIVRO VIAGEM À INGLATERRA E À IRLANDA DE 1835:
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O radical francês é quase sempre um homem na miséria, amiúde grosseiro, no mais das vezes presunçoso e profundamente ignorante da ciência política, que só compreende o emprego da força e se contenta com palavras vazias e noções superficiais e gerais.
Em resumo, concebo até o momento que um homem culto, de bom senso e boas intenções, se torne radical na Inglaterra. Jamais concebi a reunião dessas três coisas no radical francês.
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Gostei dessa reflexão, pois vejo muito brasileiro que se encaixa nessa descrição de "radical francês".
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sábado, outubro 15, 2011

VIAGENS À INGLATERRA E À IRLANDA - me referindo às feitas por Tocqueville!
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Já comentei de relance sobre esse livro, mas ele é tão bom que merece um post!
Considerações iniciais: é o primeiro livro completo que leio do Alexis de Tocqueville. Até então, só tinha lido alguns ensaios dele, e a maioria sobre democracia. Por esses ensaios, eu o considerava inteligente, mas, agora, com este livro, eu o acho brilhante!
Mas vamos ao que interessa: não sei vocês, mas eu sempre aprendi melhor história quando a estudava indiretamente. Explico: aprendia menos na escola e mais por conta própria, quando eu queria entender um assunto específico. Dou um exemplo: lembro que assisti à trilogia da Imperatriz Sissi, da Áustria. Um pouco depois, assisti à versão Sissi de Luchino Visconti - uma Sissi bem mais "crua" que a romântica Sissi daquela trilogia -, e, então, quis me localizar na história: estudei sobre o império austro-húngaro, as guerras dessa região, cheguei ao Francisco Ferdinando, sobrinho da imperatriz, então, obviamente, à Primeira Guerra Mundial e, logo, à Segunda Guerra. Tudo para entender onde "entrava" a imperatriz Sissi nessa história. Dessa forma, todo esse período ficou mais claro na minha cabeça do que quando era jogado de uma forma solta e desconexa na escola.
Com esse livro de Alexis de Tocqueville, o VIAGENS À INGLATERRA E À IRLANDA, foi a mesma coisa: com os seus relatos lúcidos e bem escritos, entendi melhor a Inglaterra e a Irlanda do século XIX. Mas também consegui encaixar outras peças, graças às informações que ele vai deixando ao longo do texto. Querem alguns exemplos? Aí vão:
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- A primeira "lição" que aprendi com Tocqueville foi que os ingleses eram mais tolerantes com as mães solteiras que os franceses. Parece uma informação boba? Pois eu tinha acabado de assistir ao seriado OS MISERÁVEIS, baseado na obra de Victor Hugo (*), e esse detalhe me fez entender por que Fantine "comeu o pão que o diabo amassou". Se Victor Hugo fosse inglês, e Fantine idem, OS MISERÁVEIS talvez tivessem um desenlace diferente.
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- Por que houve Revolução Francesa, mas não houve uma revolução igual na Inglaterra? Porque, na França, além de todo abuso cometido pela aristocracia, só existia aristocrata de nascimento, enquanto, na Inglaterra, havia 'de nascimento' e 'por aquisição'. Quer dizer, na Inglaterra, quem se tornasse bastante rico, poderia comprar seu título de nobreza, então, os que não eram nobres de nascimento, não criticavam tanto os que o eram, pois poderiam se tornar nobres também e participar das mesmas rodas sociais.
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- Uma reflexão interessante de Tocqueville: "É do espírito francês não suportar superior. Do espírito inglês é aceitar inferiores. O francês está sempre erguendo os olhos acima de si com inquietude. O inglês os abaixa com complacência. Isso tanto da parte de um quanto do outro é orgulho, mas compreendido de maneira diferente..."
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- Briga dos protestantes com os católicos na Irlanda: não tinha como não surgir o IRA e todos aqueles espetáculos sangrentos que vimos, anos atrás, ocorrer na Irlanda. Quando Tocqueville esteve na Ilha Esmeralda, observou as rivalidades que ocorriam entre uns e outros. A Inglaterra praticamente jogou os protestantes dentro da Irlanda e lhes deu todos os direitos políticos, retirando todos os direitos dos católicos. A religião católica, subjugada, passou a ser, também, um partido político. Era questão de honra.
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- Ainda sobre os protestantes e os católicos da Irlanda: é interessante ver como o Tocqueville chega bem imparcial ao país. O que mais gostei nele foi essa sinceridade na busca pela verdade. Em mais de uma passagem, ele diz que quer ver onde está a verdade: se com os católicos da Irlanda ou com os protestantes. E, interessante: mais para o final do livro, notamos que ele foi ficando do lado dos católicos. Também pudera: a desigualdade entre católicos e protestantes era gritante: católicos morrendo de fome (morrendo mesmo!) e morando em casebres, enquanto protestantes esbanjavam riquezas. Mas outro dado interessante: alguns católicos, quando enriqueceram, viraram as costas ao seu povo: com posses materiais, eles queriam ser como os aristocratas ingleses. Vários padres entrevistados pelo pensador francês afirmaram: aqui, quem ajuda o pobre é o pobre. É o pobre que deixa de comer duas batatas para dar uma ao vizinho faminto. (Isso me tocou bastante!)
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- E falando em batatas: o imposto do terreno era tão caro que os irlandeses pobres só podiam cultivar um pequeno pedaço de terra. O alimento mais produtivo - e que mais rendia em um espaço minúsculo - era a batata. Na época da fome, coitados, muitos irlandeses adoeceram porque comiam a batata antes de ela amadurecer totalmente.
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- Em uma passagem do livro, Tocqueville comenta que passou por uma cidadezinha irlandesa miserável. As casas não tinham nem janela; era só porta. Tocqueville só comenta isso. E daí? Pois eu fiquei contente por ter lido isso, pois sei o motivo de as casas só terem porta. É que, faz pouco tempo, fiz um trabalho sobre impostos e encontrei uma curiosidade: na Irlanda, lançaram um imposto sobre as casas, e seu valor era proporcional ao número de janelas que cada casa possuía, ou seja, quanto mais janelas na casa, maior o imposto. O que aconteceu? Os irlandeses construíram casas sem janelas. Conseqüência? Milhares de pessoas morreram de tuberculose. Eu li essa curiosidade, e o Tocqueville a confirmou para mim.
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- Liberdade, liberdade, abre as asas sobre nós...!: Durante todo o livro, Alexis de Tocqueville defende a liberdade do povo. Vejam que contundente esta reflexão: Para ser livre é preciso saber conceber uma empreitada difícil e perseverar nela, ter o costume de agir por si mesmo; para viver livre, é preciso habituar-se a uma existência repleta de agitação, de movimento, de perigo; vigiar sem cessar e dirigir a todo instante um olho inquieto em torno de si: a liberdade tem esse preço. Então, no parágrafo seguinte, ele elogia a força da Inglaterra, suas conquistas, a segurança das leis, suas riquezas. Diz que tudo isso é fruto da liberdade.
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(*) O seriado é com o ator Gérard Depardieu. São quatro capítulos, de uma hora e meia cada um. Comecei a assistir ao primeiro. Quando terminou, estava doida para ver o segundo. Então quis ver o terceiro e o quarto. (**) Resultado: foi um sábado em que passei seis horas seguidas, sentada no sofá, vendo a história de Jean Valjean. O seriado está excelente! Recomendo!
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(**) Algo assim, até então, só tinha me acontecido com o seriado Band of Brothers, em que passei um final de semana inteiro assistindo aos capítulos, sem fazer mais nada.
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quarta-feira, outubro 12, 2011

DE ASTRONAUTAS E DINOSSAUROS - ou: POST PARA O KIKO CRIANÇA E OUTRAS CRIANÇAS TAMBÉM
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Neste Dia das Crianças, me lembro de alguns fatos que mostram crianças curiosas e espertas. Sorte a delas se tiverem pais com um mínimo de sensibilidade para incentivar essa curiosidade sadia que muitas têm!
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#1#
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Estava na livraria com o Kiko (*). Uma voz de criança nos chamou a atenção. Não tanto pela voz em si, mas pelo o que dizia. Era uma garotinha de uns 10 anos que segurava um livro sobre planetas e dizia para a mãe e para a vendedora:
- Este livro está ultrapassado porque Plutão não é mais planeta. Agora temos X (não lembro o nome, shame on me!: sonho com as estrelas, mas estou por fora do sistema espacial!) e Z.
A mãe deu uma risadinha para a vendedora, que, entendendo o recado, pegou um livro novo.
A garotinha logo abriu as páginas e consentiu:
- Agora sim. Olha: estão todos aqui: X, Y, Z...(**) - E virou-se para a mãe:
- Mãe, vou levar este livro. Este está completo!
A mãe foi ao caixa, embrulhou o livro e o entregou para a menina. A vendedora, ainda admirada dos conhecimentos da garota, perguntou como ela sabia tudo sobre o espaço. Ao que a menina respondeu:
- É que eu vou ser astronauta.
Achei uma fofura ouvir isso. Até porque nunca tinha ouvido uma garota querer ser astronauta; só meninos.
E então me lembrei do que o Kiko me contou um dia: como aquela garotinha, ele também queria ser astronauta. Quando era criança e ia para os almoços da casa do avô, ele aproveitava que os adultos estavam comendo e falando alto na sala e ia para o sótão, onde havia um monte de livros velhos, incluindo uns sobre o sistema planetário. Na sua curiosidade de criança, pegava folha branca e lápis e desenhava o sistema, tal qual estava nos livros, mas disse que sempre ficava aflito quando encontrava um livro com uma informação e outro livro com outra. Disse que era a maior angústia, pois não sabia qual dos dois livros dizia a verdade.
Tadinho...
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#2#
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O Kiko também já foi uma criança fã de dinossauros. Como tem uma ótima memória, um dia, estava contando tudo sobre os dinossauros para seus primos menores: os tipos que havia, como surgiram, como morreram, quais eram carnívoros, quais não eram. Os priminhos ouviam isso, sem piscar. Só interrompiam quando queriam tirar uma dúvida. Sentiam um fascínio por cada detalhe.
Uns dias depois, veio a mãe deles comentar com o Kiko:
- Meus filhos vieram me dizer: - Nossa, mãe, como o Kiko é inteligente! Ele sabe tuuudo sobre dinossauros!
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#
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Esse mundinho das crianças é tão gracioso, que só uma amostra do que se passa na cabeça delas já vale o post de hoje. Mas também me faz refletir outras coisas: que sonhos, bons livros e adultos pacientes deixam qualquer criança feliz.
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E já que hoje também é dia de Nossa Senhora Aparecida, que Ela abençoe as crianças do nosso Brasil e que faça com que os pais fiquem mais tempo com elas, mostrando livros, carinhos e falando de planetas, dinossauros, insetos, bolhas-de-sabão...
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(*) Pseudônimo, claro! Ainda vou contar o porquê desse apelido...só adianto que não tem nada a ver com o Kiko do Chaves. É por motivo bem diverso.
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(**) Finjam que são os nomes dos planetas.
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E FALANDO NISSO, FOTINHOS QUE TIREI ESPECIALMENTE PARA O KIKO! (hehehe Estou agradando o lado criança do Kiko!)
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(ASTRONAUTA!)
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(Uuuuh, que medo! TIRANOSSAURO REX em tamanho real!)
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domingo, outubro 09, 2011

ESPANHA EM TRÊS ATOS
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A pedido (insistência!) de um amigo (*), vou compartilhar estes três fatos observados na Espanha.
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#Primeiro ato#
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Janeiro de 2011. O tenor Plácido Domingo completa 70 anos. A rainha Sofia, para comemorar o aniversário desse ilustríssimo espanhol, organiza um grande jantar para ele no Teatro Real.
A festa é dentro do Teatro e somente para convidados. Mas, "representantes da plebe" (ou seja, o povão mesmo!), sabendo desse jantar, ficam do lado de fora, na esperança de que o ilustre aniversariante mostre as caras, dê algum espetáculo.
Detalhe que não posso esquecer: estava friíssimo! A temperatura, certamente abaixo dos 3 graus Celsius (bem abaixo...). Um frio cortante e incômodo por causa da secura do ar.
Mas havia uns corajosos ali, apesar do frio, apesar da noite, apesar da falta de convite para o jantar real, apesar de o Plácido Domingo não saber da presença deles.
Mentira! Ele sabia que havia um público corajoso do lado de fora. Então, já tarde da noite, o tenor foi para o balcão do Teatro. Saiu todo agasalhado, com a garganta protegida e cantou MADRID, MADRID... Era o que o público queria. E foi o que bastou para a plebe voltar para o calor de sua casa, mais contente e ainda mais orgulhosa de seu grande artista.
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#Segundo ato#
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Toledo. Uma das cidades mais encantadoras que já vi. Notas musicais vinham em desarranjo de uma escola de música. Parece que todas as crianças da cidade tinham aula de música naquele horário, pois todas iam àquela direção, carregando instrumentos musicais, de mãos dadas com pai ou mãe. Minutos depois, as notas musicais se harmonizaram e ressoaram pelas ruelas medievais, nos envolvendo com um fundo musical puro e cheio de paz.
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#Terceiro ato#
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O meu guia de viagens, Antonio Machado, quando lhe perguntei qual o melhor roteiro de viagem, me respondeu com os seus versos: caminante, no hay camino, el camino se hace al andar. Segui esse conselho tanto quanto pude. Prova disso é que resolvi conhecer Segóvia (que não estava nos planos), na última hora, mais precisamente, no último dia da viagem!
Gratíssima surpresa: Antonio Machado, um dos melhores poetas espanhóis, e um dos meus favoritos, havia morado em Segovia e dado aulas por lá. A cidade, depois soube, tem uma gratidão enorme por ele. Já lhes conto o porquê. Antes, vejam a estátua do poeta na Plaza Mayor de Segóvia:
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(foto retirada do site de turismo português Trivago)
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Agora lhes conto o porquê da gratidão de Segovia por Antonio Machado. Segundo nos contou a guia do Museu Antonio Machado (sim! outra surpresa em Segovia!), por iniciativa do poeta, ele e outros intelectuais se reuniam semanalmente para ensinar a população carente da cidade. Eles iam, de forma totalmente voluntária, ensinar a população a ler, a escrever, a ouvir e a tocar música erudita, a conhecer os clássicos da literatura. Esses encontros atraíam cada vez mais gente da cidade. E hoje, filhos e netos dessas pessoas dizem que os antepassados deixaram de ser analfabetos, graças a Antonio Machado e seus amigos.
Vocês não imaginam como esse exemplo do poeta me tocou. Alguém conhece um intelectual brasileiro que faça o que ele fez? E faça essa caridade de forma limpa, com cultura de verdade, sem ideologia venenosa por trás?
Antonio Machado, com esse exemplo que eu desconhecia, me deu uma lição que não quero esquecer.
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(*) Esse amigo tem razão: andamos tão carentes da boa cultura, que bons exemplos devem ser mostrados e copiados.
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AH! O episódio do Plácido Domingo, vocês podem ver neste vídeo: AQUI.
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quinta-feira, outubro 06, 2011

PALAVRAS DE SABEDORIA
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O post de hoje vem de um email que recebi da minha querida amiga Magda. Para estes tempos de muitas preocupações e pouca criatividade (esta talvez por causa daquelas), é bom se lembrar destas sábias palavras:
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"Todos os dias são difíceis para os que estão aflitos,
mas a vida é sempre agradável para as pessoas que
têm coração alegre".
Provérbios 15:15
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terça-feira, outubro 04, 2011

OUTUBRO NO CALENDÁRIO DA JANE AUSTEN
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("To be fond of dancing was a certain step towards falling in love." - From PRIDE AND PREJUDICE)
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(Dancing was very popular during Jane's time as it offered the perfect (and in some cases, the only) opportunity for flirtations and courtship. Jane loved to dance and referred to it often in letters to her sister: "There were twenty dances, and I danced them all, and without any fatigue.")
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segunda-feira, outubro 03, 2011

THANK'S, SAINT PATRICK!
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2011 definitivamente é o meu ano de St Patrick/Irlanda. Ontem, em pleno domingo, recebi dos Correios (sim, eles fizeram uma entrega ontem!) o pacote que uma tia enviou cheio de presentes. Para mim, havia um lindo colar... da Irlanda!
Vejam:
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(Aqui, como veio na caixinha. Preciso contar a minha alegria quando vi que era da Irlanda?)
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(E, aqui, ele solto, e os dizeres da caixinha: A LITTLE IRISH LUCK - Real Four Leaf Clover .)
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Como tinha uma prova à tarde, aproveitei e já fui com o colar para dar sorte!
Obrigada, Santinho, pelo sinal enviado!
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Aproveitando o ensejo, uma frase de St. Patrick, retirada do livro A LITTLE BOOK OF SAINT PATRICK:
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It was not without reference to God
or for merely human purposes
that I came to Ireland.
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