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sexta-feira, outubro 31, 2008

UMA CARTA BEM ESCRITA....
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No filme Clube de Leitura da Jane Austen, a personagem que criou o clube diz para o ex-marido de uma das integrantes do grupo, quando ele expressa a vontade de voltar para a esposa (depois de ter cometido um ato muito próximo do imperdoável): Nunca despreze uma carta bem escrita.
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Sábias palavras... No capítulo 35 do querido Orgulho e Preconceito, Elizabeth é pega totalmente de surpresa por uma carta do Mr. Darcy (e ainda tem gente que não gosta dele...). Não a vou transcrever por inteiro, mas somente alguns trechos para vocês perceberem o fundamento daquele conselho:
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Be not alarmed, madam, on receiving this letter, by the aprehension of its containing any repetition of those sentiments or renewel of those offers which were last night so disgusting to you. I write without any intention of paining you, or humbling myself, by dwelling on wishes which, for the happiness of both, cannot be too soon forgotten; and the effort which the formation and the perusal of this letter must occasion, should have been spared had not my character required it to be written and read. You must, therefore, pardon the freedom with which I demand your attention; your feelings, I know, will bestow it unwillingly, but I demand it of your justice. (na minha edição do livro, isso começa na página 269 e vai até a 273. Cinco páginas, meu caro leitor. Não estou inventando!)
(...)
This, madam, is a faithful narrative of every event in which we have been concerned together; (...)
I shall endeavour to find some opportunity of putting this letter in your hands in the course of the morning.(...) “Fitzwilliam Darcy”.
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É uma delícia essa carta. Tão bem escrita. Jane Austen tinha o dom de fazer seus personagens escreverem bem (!). Uma carta bem escrita...tem razão a personagem do filme.
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Mas...e como vocês acham que Elizabeth ficaria depois de ler uma carta dessas? (*) A reposta está no mesmo capítulo:
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Elizabeth awoke the next morning to the same thoughts and meditations which had at length closed her eyes. She could not yet recover from the surprise of what had happened; it was impossible to think of anything else (...)
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E ela, caros leitores, não deu uma pronta resposta. It was impossible to think of anything else... Mas Mr. Darcy (mesmo não sendo do agrado de alguns...) sabia que ela jamais brincaria com os sentimentos de alguém. É o que ele diz no final da história.
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Imagino a ansiedade por que ele passou. Mas não foi só ele. Elizabeth ficou...hum, em tumulto com essa carta. Os críticos dizem que é um dos momentos chaves da história. É quando ela passa a ver tudo de forma diferente... Ela imaginava uma coisa, mas era outra...
É, também, um dos segredos de Orgulho e Preconceito e dos demais livros da Jane Austen: essa espera por que os personagens passam. E, devo dizer, os leitores também. Mas, calma! Não desistam dos livros da Jane Austen: essa espera é só enquanto eles decidem qual caminho seguir.
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(*) Na verdade, na verdade, Elizabeth fica assim antes de ler a carta; depois de o Mr. Darcy ter se declarado para ela. Fitzwilliam a escreveu para esclarecer alguns assuntos pendentes. De qualquer maneira, Elizabeth ficou sem palavras. Fosse a declaração por carta, ela teria ficado do mesmo jeito.
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terça-feira, outubro 28, 2008

JÁ VOLTO
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(by Fragonard)
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domingo, outubro 26, 2008

PAI DOS ESFORÇADOS
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O dicionário (livro que recebe uma alcunha injusta, pois duvido que seja consultado pelo nosso presidente) é sempre uma boa distração.
Uma das palavras que busquei hoje, no velho e bom Aurélio, enquanto estudava uma determinada matéria para a faculdade, foi "escrutínio". Conhecia essa palavra pelo sentido de "exame minucioso", mas, no contexto, esse significado não servia. Então descobri outro sentido: "votação em urna, apuramento dos votos". Coincidência que hoje foi dia de escrutínio, e eu, particularmente, não acho uma coisa muito empolgante. É direito do povo, exercício da democracia etc, etc... Sei disso, mas prefiro ler Emma a ficar escrutando (e não escrutinando!) essa politicagem (e não política!). Por isso, achei que "escrutínio" combina com votação. É uma palavra pesada, cansativa. Só mesmo por obrigação.
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A outra palavra que me fez ir ao dicionário veio do querido Orgulho e Preconceito. Uma delonga: é a quarta vez que leio esse livro - a primeira em inglês -, e ele continua fascinante! Sei tudo o que vai acontecer, mas não deixo de me empolgar com as passagens, nem de suspirar pelo Mr. Darcy, ai, ai... Mas voltando. Como estou lendo pela primeira vez em inglês, há muitas palavras que me obrigam a ir ao dicionário. Uma delas, que está na carta do Mr. Collins à família Bennet, foi "olive branch" na seguinte frase: (...) and not lead you to reject the offerd olive-branch. Fiquei curiosa para saber qual o sentido de "ramo de oliveira" nesse contexto. Fui ao Oxford e, quando vi o significado, me dei conta de que deveria ter me lembrado do que já escrevi aqui sobre um dos florais de Bach, o OLIVE. Eis o que me diz o eficiente dicionário: an offer of reconciliation. (...) ORIGIN in allusion to the story of Noah in Gen. 8:1, in which a dove returns with an olive branch after the Flood, taken as a symbol of peace after God's punishmente of mankind.
Que bonito usar uma expressão assim, simbólica, na língua. Vou usá-la em português. Se brigar com alguém, trarei um ramo de oliveira e, humildemente, direi, estendendo a minha mão: que tal um ramo de oliveira? Aliás, o dia em que for à Grécia (com licença, minha lei da atração!), trarei um ramo de oliveira na mala e o deixarei em algum lugar da casa. É para que nunca falte, em meu lar, este espírito de reconciliação, de bonança.
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E para encerrar esse dia de escrutínio, uma reflexão para a semana: Se quiser paz, leve sempre um ramo de oliveira no coração.
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(Reproduced by courtesy of www.myolivetrees.com)
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sábado, outubro 25, 2008

ADORO A REVISTA SELEÇÕES!
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Na edição de setembro deste ano, na página 108, há o resultado para um teste em que a gente fica sabendo quantas horas de sono precisa ter por noite. Vejam o meu resultado:
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Você dorme muito; uma média de mais de nove horas. Não deixe seu companheiro ou sua família acabarem com esse seu hábito. Você simplesmente precisa dormir mais que os outros.
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Eu sabia! Eu sabia!
Apenas uma observação: precisar, eu preciso de nove a dez horas de sono, mas infelizmente esse mundo moderno é cruel com os dorminhocos. Então, enquanto uns vivem à base de sonífero, eu vivo à base de despertador.
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sexta-feira, outubro 24, 2008

"Depois de ler o seu post..."
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Eis o email que recebi de um querido leitor do Desanuviando, depois de ter lido a reflexão da Elizabeth (post de ontem):
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Você conhece a canção MAIS ALGUÉM, cantada por Roberta Sá?
Eu gosto dessa música.
Lendo o seu post, Rebeca, lembrei-me destes versos da canção:
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"O amor é um descanso
Quando a gente quer ir lá,
Não há perigo no mundo
Que te impeça de chegar ."
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Eu não conhecia a música, nem a cantora. Procurei no youtube e compartilho com vocês essa doce descoberta. Aqui. Um bom e suave fim de semana a todos!
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quinta-feira, outubro 23, 2008

REFLEXÃO DO DIA, by Elizabeth Bennet:
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The distance is nothing when one has a motive.
(Capítulo 7, de Orgulho e Preconceito)
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quarta-feira, outubro 22, 2008

MINHA NOVA TENTAÇÃO - post gastronômico
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Se já fiz minha declaração de amor ao chocolate com pimenta (post do dia 02 de setembro de 2005), agora é a vez de me declarar a um outro doce com pimenta: geléia de pimenta.
Experimentei um dia desses e foi rendição na hora.
Acho essa mistura de doce com pimenta fascinante: o doce que mitiga com a pimenta que atiça. E é essa disputa que sentimos no paladar: doce, pimenta, doce, pimenta.
A geléia de pimenta que provei é tão saborosa, mas tão saborosa, que, para vocês terem uma idéia, saí do convencional de passar geleia na torrada e a coloquei na salada, na carne, no ravioli e no feijão com farofa (!). Em todos esse pratos, garanto, ficou sublime! Verdadeiro prazer gastronômico.
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terça-feira, outubro 21, 2008

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(feito pela Raquel Sallaberry Brião)
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Estamos com 52 pessoas (*) no CHÁ COM JANE AUSTEN e, por incrível que pareça, das mulheres, nem todas amam o Mr. Darcy. Eu apostava que haveria unanimidade, mas não: algumas o odeiam, outras defenderam até mesmo o Mr. Collins (há gosto para tudo...), outras, ainda, preferem os personagens do Jane Eyre e d' O Morro dos Ventos Uivantes.
Essas que não simpatizam pelo Mr. Darcy disseram que não ficariam com um homem arrogante, preconceituoso e mais: que chamou a mocinha da história de "barangona" (exagerando, claro!).
Mas as que amam o Mr. Darcy (eu me incluo nessa categoria), não deixaram por menos: falaram de todas as suas qualidades (que vão se mostrando e surpreendendo ao longo da história) e ainda adotaram esse banner, feito pela Raquel.
Quanto ao fato de Mr. Darcy não ter feito nenhum elogio a Elizabeth no primeiro encontro, eu também o defendo veementemente!
Foi o que disse:
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SOBRE MR. DARCY - mais defesa! : gente, Orgulho e Preconceito tem 61 capítulos. No capítulo 3, Mr Darcy diz que Elizabeth é apenas "tolerable', mas já no capítulo 6, ele começa a vê-la com outros olhos... (...Mr. Darcy had at first scarcely allowed her to be pretty; he had looked at her without admiration at the ball; and when they nest met, he looked at her only to criticise. But no sooner had he made it clear to himself and his friends that she had hardly a good feature in her face, then he began to find it was rendered uncommonly intelligent by the beautiful expression of her dark eyes). Vejam! Ele mudou de opinião muito cedo! Desse capítulo em diante sabemos que a admiração dele por Elizabeth só vai crescendo. Portanto, imagino que o menosprezante "tolerable" tenha sido motivado pelo contexto do momento, do lugar onde ele estava meio a contragosto, do desdém que ele tem por pessoas interesseiras e apenas preocupadas com a fortuna e com a aparência. Comentei com a Raquel, no site dela, que se eu estiver em uma boate (lugar que não vejo graça), vou achar todos os homens de lá desprezíveis. Na melhor das hipóteses, haverá um "tolerable", mas não passará disso, por ele estar num lugar daqueles. É um preconceito que tenho. Me coloco no lugar do Mr. Darcy nesse ponto.
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Por esses motivos e outros mais, continuo fã do nobre Mr. Darcy.
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(*) Estamos com 52 pessoas, mas este final de semana farei uma limpa. Há uns poucos que até agora não se apresentaram, nem comentaram nada. Permancer anônimo, só lendo o que outros estão expondo, não dá.
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segunda-feira, outubro 20, 2008

TOO LATE...
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Sábado passado choveu muito, muito. Estava só com a minha mãe e nós tínhamos que ir ao banco, apesar da vontade de ficar em casa num dia desses.
No caminho, calças e tênis molhados (pois o guarda-chuva não dava conta), todas as pessoas que encontramos pelo caminho disseram:
- Daqui a pouco vamos virar sapos!
Pois logo depois de uma terceira pessoa ter nos dito isso, sabem o que que aconteceu? Um sapo bem grande pulou na nossa frente!
Levamos um susto, e minha mãe fez o seguinte comentário:
- Ih, esse aí já virou sapo.
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domingo, outubro 19, 2008

VOLTOU À MINHA VIDA:
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Um dia desses, estava no salão de beleza quando, no meio daquelas Caras, Contigos e outras revistas do tipo, estava uma revista em tamanho menor que as outras. Me pareceu familiar...Então a peguei e vi: era a SELEÇÕES!
Que alegria! Há anos não lia uma Seleções. E para transformar a surpresa em coincidência, naquela mesma semana, meus pais compraram um exemplar dessa revista e me mandaram. Assim, do nada, sem que eu lhes houvesse dito qualquer coisa a respeito da minha felicidade por esse reencontro. Acho que agora Seleções voltou para ficar.
Explico melhor: quando era criança, meus pais sempre compravam essa revista (além das revistinhas da Turma da Mônica!). Para quem não conhece, Seleções tem artigos diversos: histórias de leitores, dicas de saúde, dicas de culinária, dicas de várias outras coisas e também conta com seções eternas, tais como "Enriqueça o seu vocabulário", "Flagrantes da vida real", "Ossos do ofício", "Entre aspas", "Rir é o melhor remédio". Essas quatro últimas eram as minhas favoritas. Começava por elas sempre, pois contam piadas e causos engraçados. (Havia também o "Piadas da caserna", mas não vi mais nessa nova edição; devem ter tirado.)
Para completar, essa revista tem um tamanho super prático, pode ser levada tranquilamente (ops, corrigindo: eu disse 'tranqüilamente') na bolsa; é bom para ler no ônibus, em filas de espera, nos momentos entediantes em que você não está com nenhum livro por perto.
Foi num desses momentos em que tive que controlar o riso por causa dessa piadinha:
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Um homem chega atrasado numa conferência e, ao entrar, o porteiro pede:
- Por favor, não faça barulho!
- O quê?! Já tem gente dormindo?
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E, depois, lendo a seção 'Ossos do Ofício', também comecei a rir sozinha com este causo:
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Passei 20 minutos explicando diferentes opções de seguro de vida para um de nossos funcionários. Depois de revisar os variados planos, ele escolheu o maior de todos, no valor de 100 mil dólares, mas ainda tinha uma última pergunta:
- E então, o que eu tenho de fazer para receber o dinheiro?
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E há muitas outras páginas da revista que acabam dando alegria extra a momentos corriqueiros.
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sábado, outubro 18, 2008

MAIS NOTÍCIAS DO FRONT:
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Um amigo enviou um email comentando rapidamente sobre a Batalha de Azincourt (que foi mencionada ontem):
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A Batalha de Azincourt foi uma batalha que aconteceu em 25 de outubro de 1415 ( Saint Crispin's Day), no norte da França e que faz parte da Guerra dos Cem Anos ...
Ali a cavalaria francesa sofreu um duro revés, porque ficou presa num lamaçal e sob a tradicional habilidade dos arqueiros ingleses. (...)
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Volto depois.
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sexta-feira, outubro 17, 2008

RAPIDAMENTE (*)
De uma das enquetes do CHÁ COM JANE AUSTEN - sobre filmes favoritos - uma curiosidade:
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Depois que uma das participantes, a Raquel, do site Jane Austen em Português, disse que gostava de Band of Brothers, conversamos:
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Rebeca: Meu Deus! Vc gosta de Band of Brothers?!? Eu sempre dizia que odiava filme de guerra (*), mas depois que vi esse seriado, revi os meus conceitos!
Raquel: Rebeca, justa homenagem..."We few, we happy few, we band of brothers" Henry V, Ato IV, Cena 3 (batalha de Azincourt)"Dear Ould Shake"
Rebeca: foi daí mesmo que veio (o nome do seriado) ?
Raquel: Sim, Rebeca. Essa é uma das frases mais famosas do bardo inglês. Sabemos que Henrique V venceu a batalha de Agincourt com um número muito inferior de soldados em relação aos franceses, eram poucos, estavam famintos e doentes e em terreno inimigo para completar. Sabe-se lá o que disse o rei nesse dia, mas o velho Shake era mesmo demais e soube cunhar uns versos maravilhosos!
Rebeca: adorei saber! :-)
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(*) porque hoje é sexta, acabei de tomar um café "Viena" (que tem Amarula (**)), não estou na aula e a Joice me deu uma cópia do documentário sobre a Jane Austen.
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(**) Mais uma curiosidade, para terminar bem a semana: me disseram que a amarula foi descoberta na África quando perceberam que os elefantes, após comer uma certa frutinhade de árvore, ficavam "doidos". Resolveram experimentar essa tal fruta também. Daí saiu a bebida.
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Vocês se lembram da "sweetest thing"? Entrem aqui. (E vejam o trabalhão que dá ter esquecido o aniversário da esposa!)
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domingo, outubro 12, 2008

NOSSA SENHORA
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Tenho um amigo por quem tenho grande estima e que é alguém que contraria vários estudos sociológicos - e deveria ser exemplo para um certo presidente que nos governa...
Ele é muito honesto (trabalha em um lugar onde, infelizmente, esse adjetivo anda escasso), é correto, é generoso, tem um afã impressionante pelo estudo, por se tornar uma pessoa melhor. E, no entanto... ele veio de uma cidade do interior de Santa Catarina, onde seu pai era mineiro (trabalhava em minas de carvão). Aqui, mal tinha dinheiro para se sustentar. Morou em uma favela d'A Minha Aldeia e tratou de pegar o primeiro emprego que encontrou. Ele queria fazer faculdade, mas sabia que, para isso, e com a vida que tinha, antes teria que ter um emprego que lhe desse melhores condições. Então, além do trabalho simples que tinha, começou a fazer um cursinho para concursos públicos.
Como todo o dinheiro do trabalho ia para o cursinho, muitas vezes deixava de comer, e essa situação foi ficando tão grave que, um dia, no desespero por causa da fome, comeu pasta de dente.
Quando isso aconteceu, ele viu que estava na pior. Contou que saiu de casa para espairecer a mente e acabou entrando em uma igreja. Lá dentro, a primeira imagem que viu foi a da Nossa Senhora Desatadora de Nós. Então, se ajoelhou, chorou, chorou, chorou, e, como filho que confia na mãe, pediu a Ela que desatasse o nó que a vida dele tinha se transformado. Em agradecimento, prometeu que compraria a primeira (maior) imagem que encontrasse, assim que sua vida começasse a tomar um rumo.
Pois bem, um tempo depois, ele conseguiu passar no concurso público que queria e, lembrando-se da promessa de comprar uma imagem da santa, foi até uma loja de artigos religiosos. Para sua surpresa e comoção, a santa que aparecia logo na entrada era justamente a da Nossa Senhora Desatadora dos Nós. Meu amigo perguntou para o vendedor se havia uma maior, e o vendedor respondeu que aquela era a maior que havia.
Esse amigo a comprou e a levou para casa, onde está até hoje. Ano passado fui visitá-lo, e lá estava a santinha, em um lugar de destaque da casa.
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Hoje, no Brasil, é dia de Nossa Senhora Aparecida. Nossa padroeira. Nossa Senhora Aparecida e Nossa Senhora Desatadora de Nós são uma só. Assim como a Nossa Senhora da Medalha Milagrosa, Nossa Senhora de Guadalupe, de Fátima. Muda o nome conforme os lugares em que ela apareceu e conforme a aparência que ela tinha nessas aparições.
A história do meu amigo, ele tinha me contado faz uns dois anos. Mas parece que só hoje, quando fui contá-la a outra pessoa, é que me dei conta da sua intensidade. Dizem que a fé brasileira é meio gauche, mas há tantas histórias como a do meu amigo por este Brasil, de pessoas que chegaram ao fundo do poço, clamaram ajuda divina e a obtiveram, que algo na nossa fé deve funcionar. Talvez a sinceridade nos pedidos e a humildade de quem reconhece uma Força Maior.
Rilke aconselhava: trata de não excluir nada, nem mesmo os mistérios da vida. Pois isso é uma das proezas da fé: quando a temos, os mistérios da vida passam a fazer parte de nossas vidas. Passamos a acreditar nos milagres e, mais que isso, a conviver com eles. A tal ponto que, se estamos no fundo do poço, sabemos, em nosso íntimo, que há Alguém que pode nos ajudar.
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Que Nossa Senhora Aparecida aumente a fé de nosso povo.
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sábado, outubro 11, 2008

REFORMA GRAMATICAL
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Minha nova colega, a portuguesa, e eu conversamos sobre a reforma gramatical durante uma aula sonolenta. Foi tudo no papel, então transcrevo o que ela escreveu:
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Em Portugal está a dar o que falar, grande celeuma mesmo. É que esta unificação vai implicar que o português de Portugal sofra grandes alterações, tipo:
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acção -- ação
óptimo -- ótimo
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Para os mais conservadores, isso não tem sentido. Deveria ser, dizem eles, o português do Brasil e dos outros países lusófonos a adaptar-se ao nosso português.
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Estão vendo?! Lá também tem gente - seja contra ou a favor da mudança - que acha que língua é assim: é só fazer umas adaptações, excluir uma e pronto. Grande absurdo!
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Sobre tirar os acentos...
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O que custa estudar os acentos? Só porque o presidente fala "pobrema" não significa que estudar seja um problema. É bom estudar regras de acentuação.
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Disseram que retirando os acentos, facilitará a vida dos estrangeiros. Será mesmo? Imaginem a palavra "cinqüenta", com aquela coisinha linda chamada trema. Vão excluí-la da gramática. Ok, o estrangeiro vai aprender que "cinquenta" se fala "cin/kw/enta", apesar de não ter nenhuma indicação. Mas e quando ele vir a palavra "queijo"? Ele vai dizer "/kw/eijo"?!?
Sinceramente, ainda acho que os acentos só facilitam a nossa vida...
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E outra: qual o problema de em Portugal se escrever "óptimo", com o "p" ali? Quem vê a palavra assim sabe que está diante de um texto com português de Portugal, ora pois!
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sexta-feira, outubro 10, 2008

SÁBIOS (!?!) CONSELHOS
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I
Meu amigo disse que a última coisa que o avô lhe disse antes de morrer foi:
- Nunca despreze um fusca. Se você tiver um Mercedes, e ele parar na estrada, o técnico vai levar um tempão para consertá-lo. Já o fusca, num instante vai estar pronto.
Até hoje meu amigo guarda muito respeito pelos fuscas.
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II
Um dia desses, no trabalho, começou uma discussão sobre uma janela aberta que estava incomodando metade das pessoas por causa da ventania nas costas. (A outra metade, a que ficava longe da janela, estava reclamando do calor.) Acabamos decidindo por fechar a janela e ligar o ar-condicionado. E eu, contente com a decisão (pois estava na direção do vento), me lembrei do que o meu irmão caçula já disse cheio de propriedade:
- Há duas coisas que matam nessa vida: vento pelas costas e sogra pela frente.
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segunda-feira, outubro 06, 2008

EXTRA, EXTRA! JANE AUSTEN PODE MUDAR SUA VIDA!
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Quer saber como Jane Austen pode mudar sua vida? Clique no lugar indicado e você terá acesso a um ótimo artigo do português João Pereira Coutinho. Não é a primeira vez que indico um texto dele aqui no blog. O primeiro, que eu meu lembre, foi o excelente A ARTE DOS ADOLESCENTES.
Não perca mais tempo e entre logo aqui!
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domingo, outubro 05, 2008

MEU COMENTÁRIO SOBRE EMMA
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Acabamos de ler Emma no dia 30 de setembro, mas só agora enviei o meu comentário sobre o livro.
Está aqui:
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Antes de dar a minha opinião sobre EMMA, farei uma leve "enrolação", mas garanto a vocês que tem um propósito; é só ler até o final!
Quando cursei Letras-Espanhol, fiz uma matéria em que tivemos que ler os ensaios escritos por Jorge Luís Borges. (Apenas um parêntese: um pouco menos lido no Brasil, Jorge Luis Borges é valorizadíssimo na Argentina, sua terra natal, além de ser considerado um dos grandes da literatura mundial. Alguns brasileiros que o admiram dizem que Borges está para a Argentina, assim como Machado de Assis está para o Brasil.). Pois um desses ensaios falava sobre o escritor inglês Chesterton. Não lembro exatamente as palavras usadas por Borges, mas ele falava muito do estilo impecável de Chesterton, de suas ironias inteligentes, sua escrita genial. Parece que as pessoas voltaram a ler Chesterton por causa de Borges, confessadamente um grande admirador dos livros do inglês. Mas uma "omissão" no texto de Borges me chamou a atenção: o entusiasmo que muitos leitores religiosos (especificamente os católicos) tinham por Chesterton. Conversei com algumas pessoas a esse respeito e chegamos a uma conclusão: Chesterton "viveu" tudo aquilo que escreveu e, por um talento inato, transmitiu essa vivência por meio de uma escrita admirável, bem elaborada. Já Borges era um esteta: ele não sentiu isso que Chesterton sentiu; apenas admirava – e muito! - sua escrita, que merecidamente era considerada arte. Talvez se perca um pouco do conjunto da obra ao se separar o que motivou a arte do modo com que isso foi transmitido, mas Borges teve o mérito de resgatar esse escritor (ainda que se atendo mais ao estilo, que propriamente ao sentido da obra).
E o que isso tem a ver com Emma? Bom, eu nunca tinha lido EMMA, nem visto o filme feito pela Emma Thompson; só conhecia a "versão moderna" da história, As Patricinhas de Beverly Hills, mas que tinha visto há uns 10 anos (por aí...). Resolvi ler o livro no inglÊs original mesmo para reativar o meu inglês que andava parado. Resultado: acho que os 10 primeiros capítulo foram os mais difíceis. Não conseguia entender de quem estavam falando, tinha que voltar várias vezes na mesma frase, me perdia nos nomes e em algumas palavras. Às vezes entendia que estavam planejando juntar alguém com outra pessoa, mas não identificava quem eram – achava que eram uns; depois descobria que eram outros. Enfim, quase encomendei o livro em portuguÊs ainda no começo do livro; acabei não fazendo isso e insisti mais um pouco no inglês. Mas, depois do capítulo 10, parece que tudo foi ficando (um pouco) mais claro... E na medida em que ia lendo o livro, não eram as futilidades de Emma & cia que me chamavam a atenção; elas até ficaram mais interessantes, pois eram narradas em um estilo muito agradável. Por isso me lembrei do Borges elogiando o estilo do Chesterton. Não "vivi" a história do livro (como "vivo", por exemplo, Orgulho e Preconceito), mas fiquei admirada pelo estilo da Jane Austen. Foi simplesmente o prazer de ler. Podiam estar falando das coisas mais fúteis do mundo, mas aquela escrita deixou tudo mais atraente; e o jeito como os personagens falavam também ficou mais atraente. Exemplo: "After a few minutes of entire silence between them, John Knightley began with – 'I never in my life saw a man more intent on being agreeable than Mr. Elton. It is a downright labour to him where ladies are concerned. With men he can be rational and unaffected, but when he has ladies to please, every feature works.' (capítulo 13). Tenho a impressão de que são frases de quem pensa antes de falar. Até quando se trata de fofoca sobre outra pessoa, é de um jeito mais elaborado. Comparando EMMA com as telenovelas, Jane Austen coloca Abreu, Perez e outros no chinelo!
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p.s.1: Ainda penso em reler o livro em português só para ver o que deixei passar despercebido...
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quinta-feira, outubro 02, 2008

O RESTO DA MÚSICA:
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O Luís me enviou por email o resto daquela musiquinha que fala de Portugual. É assim:
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Portugal não foi à guerra,
mas tb não acorvardou-se,
cobriu Lisboa com uma lona
e escreveu por cima:
"Portugal mudou-se!"
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Muito boa! Ótima quinta-feira a todos!
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