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domingo, outubro 05, 2008

MEU COMENTÁRIO SOBRE EMMA
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Acabamos de ler Emma no dia 30 de setembro, mas só agora enviei o meu comentário sobre o livro.
Está aqui:
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Antes de dar a minha opinião sobre EMMA, farei uma leve "enrolação", mas garanto a vocês que tem um propósito; é só ler até o final!
Quando cursei Letras-Espanhol, fiz uma matéria em que tivemos que ler os ensaios escritos por Jorge Luís Borges. (Apenas um parêntese: um pouco menos lido no Brasil, Jorge Luis Borges é valorizadíssimo na Argentina, sua terra natal, além de ser considerado um dos grandes da literatura mundial. Alguns brasileiros que o admiram dizem que Borges está para a Argentina, assim como Machado de Assis está para o Brasil.). Pois um desses ensaios falava sobre o escritor inglês Chesterton. Não lembro exatamente as palavras usadas por Borges, mas ele falava muito do estilo impecável de Chesterton, de suas ironias inteligentes, sua escrita genial. Parece que as pessoas voltaram a ler Chesterton por causa de Borges, confessadamente um grande admirador dos livros do inglês. Mas uma "omissão" no texto de Borges me chamou a atenção: o entusiasmo que muitos leitores religiosos (especificamente os católicos) tinham por Chesterton. Conversei com algumas pessoas a esse respeito e chegamos a uma conclusão: Chesterton "viveu" tudo aquilo que escreveu e, por um talento inato, transmitiu essa vivência por meio de uma escrita admirável, bem elaborada. Já Borges era um esteta: ele não sentiu isso que Chesterton sentiu; apenas admirava – e muito! - sua escrita, que merecidamente era considerada arte. Talvez se perca um pouco do conjunto da obra ao se separar o que motivou a arte do modo com que isso foi transmitido, mas Borges teve o mérito de resgatar esse escritor (ainda que se atendo mais ao estilo, que propriamente ao sentido da obra).
E o que isso tem a ver com Emma? Bom, eu nunca tinha lido EMMA, nem visto o filme feito pela Emma Thompson; só conhecia a "versão moderna" da história, As Patricinhas de Beverly Hills, mas que tinha visto há uns 10 anos (por aí...). Resolvi ler o livro no inglÊs original mesmo para reativar o meu inglês que andava parado. Resultado: acho que os 10 primeiros capítulo foram os mais difíceis. Não conseguia entender de quem estavam falando, tinha que voltar várias vezes na mesma frase, me perdia nos nomes e em algumas palavras. Às vezes entendia que estavam planejando juntar alguém com outra pessoa, mas não identificava quem eram – achava que eram uns; depois descobria que eram outros. Enfim, quase encomendei o livro em portuguÊs ainda no começo do livro; acabei não fazendo isso e insisti mais um pouco no inglês. Mas, depois do capítulo 10, parece que tudo foi ficando (um pouco) mais claro... E na medida em que ia lendo o livro, não eram as futilidades de Emma & cia que me chamavam a atenção; elas até ficaram mais interessantes, pois eram narradas em um estilo muito agradável. Por isso me lembrei do Borges elogiando o estilo do Chesterton. Não "vivi" a história do livro (como "vivo", por exemplo, Orgulho e Preconceito), mas fiquei admirada pelo estilo da Jane Austen. Foi simplesmente o prazer de ler. Podiam estar falando das coisas mais fúteis do mundo, mas aquela escrita deixou tudo mais atraente; e o jeito como os personagens falavam também ficou mais atraente. Exemplo: "After a few minutes of entire silence between them, John Knightley began with – 'I never in my life saw a man more intent on being agreeable than Mr. Elton. It is a downright labour to him where ladies are concerned. With men he can be rational and unaffected, but when he has ladies to please, every feature works.' (capítulo 13). Tenho a impressão de que são frases de quem pensa antes de falar. Até quando se trata de fofoca sobre outra pessoa, é de um jeito mais elaborado. Comparando EMMA com as telenovelas, Jane Austen coloca Abreu, Perez e outros no chinelo!
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p.s.1: Ainda penso em reler o livro em português só para ver o que deixei passar despercebido...
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