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domingo, agosto 27, 2006

A MÚSICA QUE VEM DE LONGE
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Essa semana descobri que há uma alma (espero que viva, né?!) no meu bairro que toca saxofone pela manhã. Não sei de que casa ou apartamento vem o som, mas passei uma manhã inteira ouvindo a música LINDA FLOR (que só conhecia por causa da novela Alma Gêmea).
E eu bem gostaria de dizer que essa música foi o fundo musical do meu estado de espírito do momento, mas não: apenas ficou na minha cabeça a semana inteira.
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DO LIVRO QUE ESTOU LENDO:
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- Ora, os outros, os outros, os outros. Hilda também tem todo o direito de gostar de se molhar inteira. Ela quer, ela vai. Por que tu, Herna, não vais também? Chuva é bom, Herna, lava todas as porcarias e frustrações. Só a má língua é que a água não pode lavar, minha cara. (O guarda-roupa alemão, de Lausimar Laus)
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domingo, agosto 20, 2006

E essa sede de mar...
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domingo, agosto 13, 2006

SUGESTÃO DE ALGUNS FILMES (BEM) DESANUVIANTES E UM ANGUSTIANTE:
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- NÃO RECOMENDÁVEL PARA OS MATERIALISTAS:
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E SE FOSSE VERDADE: O filme é bem leve embora trate de um assunto que causa polêmica no mundo, principalmente entre os religiosos - de qualquer religião - e os limitados materialistas. Prestem atenção no que o vendedor daquela livraria fala sobre a personagem da Reese Witherspoon: É o espírito mais vivo que já conheci.
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- RECOMENDÁVEL PARA AS LEITORAS ADOLESCENTES QUE TÊM GRANDES AMIGAS (bloguista do AVODKA, recomendo este filme para você e sua melhor amiga!):
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QUATRO AMIGAS E UM JEANS VIAJANTE - é filme adolesente e é americano, mas não é tão fútil como a maioria dos filminhos-adolescentes-americanos, em que o maior problema da garota é conquistar o boboca do líder do time de futebol americano. Reparem: que a calça jeans vai passar pelas amigas duas vezes. Na primeira vez, elas vão achar que a calça só trouxe azar. Mas esse "azar" é justamente o que vai trazer o que elas precisavam, e isso só será notado quando a calça passar por elas na segunda vez.
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- RECOMENDÁVEL PARA QUEM QUER VER UM FILME LEVE NUM DOMINGO À TARDE:
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A GRANDE VIRADA DE DANNY e TÚMULO COM VISTA: são dois filmes ingleses. O segundo é um dos mais engraçados a que já assisti. Há uma empresa funerária na cidadezinha e chega uma outra empresa para fazer concorrência. Essa nova empresa é americana e prepara enterros "mirabolantes". O dono da antiga empresa é um homem tímido, fã de Fred Astaire e Ginger Rogers, e apaixonado (em segredo) por uma moça que acabou se casando com o repugnante prefeito (acho que era esse o cargo dele) da cidade.
A GRANDE VIRADA... é a história de um homem que vem levando uma vida arrastada na cidade grande. Um dia ele senta numa cadeira, amarra uns balões a gás nela e sai voando pelo céu (uma cena muito naïve. Adorável!) e vai parar numa cidadezinha do interior. Ali, é tratado com todo o carinho e respeito que nunca recebeu na vida.
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- O ANGUSTIANTE:
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MATCH POINTE, do Woody Allen: Rapax, eu fiquei angustiada com esse filme. Tensão com a bolinha de tênis que ameaça cair de um lado e de outro. Prenúncio de tragédia com a ópera logo no começo do filme. (E a ópera como fundo musical do começo ao fim). Um enredo muito literário, muito bem escrito.
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- E PARA FINALIZAR, O FILME QUE VI ONTEM (FINALMENTE!):
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ORGULHO E PRECONCEITO: o seriado feito pela BBC foi perfeito! E para completar: era em capítulos, então não era preciso cortar tantas partes do livro. Este novo filme, apesar de ter sido reduzido, ficou bastante fiel ao (excelente) livro. Alguns detalhes não me agradaram: cabelos do Mr. Darcy e do Mr. Bingley. Ficaram muito moderninhos e o Mr. Darcy está de chapinha (estranho!). Aliás, o Mr. Darcy do seriado era melhor. (Mas a nova Elizabeth ganha!).
Algo que fica bem ressaltado no livro e que poderia ter sido ressaltado no filme também é como o Mr. Wickham foi adorado por todos quando chegou à cidade, ao contrário do Mr. Darcy.
O pai da Lizzy ficou um pouco mais bobo do que no livro, mas isso dá pra passar.
O patético Sr. Collins, eu achei ótimo! Ao lado da mandona Lady Catherine, não conseguia ficar com as pernas firmes, revelando o seu caráter frouxo. Chega a ser engraçado!
E o que está lindo neste novo filme: as imagens e a fotografia. Extremamente artísticas. Há várias cenas simbólicas e poéticas. Fotografia talentosa!
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Mas mais recomendável ainda é o livro ORGULHO E PRECONCEITO. Bem como os demais livros da dama Jane Austen.
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sábado, agosto 12, 2006

ALGUMAS DEFINIÇÕES (*)
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REGREDIR NA VIDA É...
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Fazer o Cabo da Boa Esperança voltar a ser Cabo das Tormentas.
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- AMAR É...
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- O quê? Não ouvi.
- Amar é...
- O quê? Ainda não ouvi. Venha falar baixinho no meu ouvido...
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(*) Da série "POSTS ESPORÁDICOS" (quase semanais).
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É MEU, É MEU, É MEU! Mas foi escrito pela Sophia de Mello Breyner Andresen:
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No mar passa de onda em onda repetido
O meu nome fantástico e secreto
Que só os anjos do vento reconhecem
Quando os encontro e perco de repente
(No mar passa)
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Aliás, todos os poemas da Sophia sobre o MAR são meus. Mas foi ela quem os escreveu.
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domingo, agosto 06, 2006

1. Série “Posts Esporádicos” (*)

1.2. Pedaços da semana que guardei em uma gaveta e agora repasso para o blog.

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"A luz se propaga no vácuo."
"O som não se propaga no vácuo."
E a escrita?

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Alegria que não se sensibiliza com a dor alheia não é alegria – é egoísmo.

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Paulo, Perry e Celeste:

Paulo virou Paula.
Perry foi pro céu.
E Celeste emagreceu.

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NO “BAR NÃO FUNCIONAL”

Amiga: Amor que não traz e não faz alegria não é amor.
Amigo: Ou é um amor ignorante.
Amiga: Mas dá pra agüentar a ignorância por muito tempo?
Amigo: É, não dá. Nem a própria ignorância se agüenta.
Amiga: Só o Lula se agüenta.
(risos)
Amigo: Se bem que o Lula é mais malandro do que ignorante. Inteligente é o...
Clarice Lispector (que parecia um tanto distraída): Eu sempre achei que há vários tipos de inteligência, mas a maior delas é a bondade.
Tolstoi (que é sério, e muito profundo nas reflexões): A verdadeira sabedoria não é o conhecimento de tudo, mas o conhecimento do que na vida é necessário, o que é menos necessário e o que é completamente desnecessário saber. O conhecimento mais necessário é o de como viver bem, isto é, como produzir o menor mal possível e o máximo de bondade em nossa vida. Hoje em dia, as pessoas estudam ciências inúteis, mas se esquecem de estudar isso, que é o conhecimento mais importante.

A conversa prossegue. A imagem sai dessa mesa e vai para uma outra, onde um filho de Oxalá escreve um poema. Num determinado trecho, ele o lê em voz alta para ouvir como está:

Ó vós que pedis pouco à vida que dá muito
Erigis a esperança em bandeira aguerrida
Sem saber que a esperança é um simples dom da vida
E tanto mais porque é um dom público e gratuito.

As luzes se apagam porque é para ser um episódio inconcluso.
O tal filho de Oxalá é Vinícius de Moraes e o poema é Carta aos Puros.

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Água mole em pedra dura tanto bateu, tanto bateu. Mas a pedra era tão dura e tinha o coração tão endurecido, que a água mole se cansou da pedra dura e voltou para o rio, para se jogar, em rios de lágrimas, nos braços abertos e afetuosos do Mar.

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Minha história do outro (para plagiar um pouco o Zuenir Ventura.):

A história mais interessante que ouvi nessa semana é a de uma moça que conheci. Ela se formou em Enfermagem, em 2002, e trabalha num posto de saúde. Há três meses se casou e agora começou um cursinho pré-vestibular para tentar Medicina. Ela me disse que a mãe é técnica em enfermagem – a “melhor técnica em enfermagem que existe”, acrescentou orgulhosa – e, por isso, vive com a “enfermagem” desde pequena. Fez a faculdade e logo começou a trabalhar no posto de saúde onde está até hoje. Acontece que de uns tempos pra cá um ímpeto de poder fazer algo mais foi crescendo. Explico melhor com alguns exemplos que ela me deu: tinha chegado ao posto de saúde um paciente com todos os sintomas de ataque cardíaco. Ela o levou até o médico, um doutor recém-formado. Quando este o analisou, disse que aqueles sintomas eram psicológicos, devido a stress. A moça ficou pasma ao ouvir o prognóstico do doutor, mas, por ela ser enfermeira, não podia fazer nada. Só que ela tinha certeza de que se o homem voltasse para casa ia acabar morrendo. O que ela fez? Não podendo receitar remédio, nem medicá-lo – por ser enfermeira – deu um jeito de sair do posto, pegar o próprio carro e levar, escondida, o senhor a outro posto de saúde, onde verificaram que, de fato, ele estava para ter um enfarte. Um outro caso, foi o de uma mulher que estava para dar à luz por cesariana e não havia nenhum médico disponível. Ela, a moça que estuda para medicina, já viu várias vezes como se faz esse parto, mas ela – por ser enfermeira – não pode fazer. O médico acabou chegando, mas foi o momento mais angustiante da sua vida. Outros casos não pararam de acontecer, fazendo com que ela começasse a se sentir presa e limitada às atividades do posto, e foi quando percebeu que a vida está exigindo dela um passo a mais.
Só de ouvir isso, já dá para esperar uma boa médica, não acham? Ela não está fazendo o curso só pelo status de “doutora”, mas pelo que realmente poderá fazer. E uma médica que já sentiu na pele o trabalho (pesado) das enfermeiras, terá uma sensibilidade extra.

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Sobre arrependimentos:

Tenho um peso em minha alma. Durante minha longa vida, não fiz ninguém feliz, nem meus amigos, nem minha família, sequer eu mesmo. Fiz muitas coisas más... Fui a causa do começo de três grandes guerras. Cerca de 800 mil pessoas foram mortas por minha causa no campo de batalha, e suas mães, seus irmãos e viúvas choraram por elas. E agora isso se posta entre mim e Deus.
(Otto von Bismarck)

Sempre ouvi alguém repetir uma frase proferida por Otto von Bismarck: “Burro é aquele que não aprende com os erros dos outros”.
Pois bem, acho que dá para aprender muito com o arrependimento do chanceler alemão. Se bem que “arrependimento” não é erro, mas acerto. Erro é o que causou o arrependimento e é isso que nos ensina algo.

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Um mendigo loiro que tem no meu bairro, ontem estava com uma cachorrinha preta de laço verde no colo. Quando passei por eles, o mendigo, que devia estar meio bêbado, disse, apontando para a cachorrinha:
- Essa é a única que gosta de mim. É a minha Penélope Charmosa!
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(*) Porque não postar nada é que é difícil.
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