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quarta-feira, abril 30, 2008

JÁ QUE ESTÁ CHEGANDO o mês em que menos escrevo posts, até depois!
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terça-feira, abril 29, 2008

Ô, GENTE COMPLICADA. ASSIM NÃO DÁ.
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O cara paga pensão para três ex-esposas, não tem dinheiro para pagar uma multa de carro, mas fez uma tatuagem no braço e tem uma corrente de prata no pescoço. Está com a carteira de motorista vencida, mas mesmo assim saiu com o carro no domingo e, para piorar: bêbado. Resultado: acabou batendo o carro. Para completar, portava maconha. E por aí vai...
Tem muita gente assim. Muita mesmo. E o jornal diz que o ibope do Lula cresceu.
Meus filhos, um pouco de juízo não faz mal a ninguém.
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CONSELHO DO GANDALF, N' O HOBBIT:
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- Adeus! Sejam bons, cuidem-se e NÃO SAIAM DA TRILHA.
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domingo, abril 27, 2008

Assim eu vejo a vida
(Cora Coralina)
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A vida tem duas faces:
Positiva e negativa
O passado foi duro
mas deixou o seu legado
Saber viver é a grande sabedoria
Que eu possa dignificar
Minha condição de mulher,
Aceitar suas limitações
E me fazer pedra de segurança
dos valores que vão desmoronando.
Nasci em tempos rudes
Aceitei contradições
lutas e pedras
como lições de vida
e delas me sirvo
Aprendi a viver.
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SÓ CURIOSIDADE...
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Uma amiga que é descendente de gregos disse que hoje foi a Páscoa deles. Eles não têm o costume do ovo de chocolate nesse dia. A comida principal é outra (que agora não lembro o nome). Mas a avó, mesmo assim, sorteou entre a família um ovo de chocolate comprado durante a nossa Páscoa.
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sábado, abril 26, 2008

É MUITO O QUE SE DIZ SEM PALAVRAS
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Todo dia, um velhinho fica na esquina esperando pela chegada de uma van. Isso é em torno das 11h da manhã. Dessa van, desce um outro velhinho, ajudado por uma senhora sorridente. Mas esse velhinho que chega, ao contrário do que fica esperando, tem algum problema mental; parece autismo, ou outra coisa. Ele tem até uma lancheira. É como uma criança envelhecida.
O que espera o segura pelo braço, e ambos vão caminhando devagar pela calçada.
Isso acontece todos os dias da semana. Já tinha visto eles - que devem ser irmãos - várias vezes, pois moram perto do meu prédio, mas só um dia desses é que reparei na cena e vi que um ajuda enquanto o outro é ajudado. E tudo de forma cotidianamente natural, sem acompanhar o mundo corrido dos capazes.
É todo o dia a mesma coisa. Um espera, o outro chega, ajudado pela senhora atenciosa, e os dois vão caminhando bem devagar.
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UMA BOA DISTRAÇÃO - MARC CHAGALL
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Entre aqui.
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quinta-feira, abril 24, 2008

O ENCONTRO DAS QUINTAS
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Semana retrasada, em uma quinta-feira, caiu o maior pé-d'água na hora em que saí de casa para ir à faculdade. Fui correndo até o ponto de ônibus, molhei todo o pé e, no exato momento em que cheguei ao ponto (coberto), parou de chover. Paciência...
Entrei no ônibus e peguei um baita engarrafamento. No terminal, onde tenho que trocar de ônibus para ir à universidade, encontrei um amigo, e notamos que estávamos atrasados para a aula. Como chegar tarde seria inevitável, fizemos questão de perder o ônibus que já estava de saída para podermos ir no próximo com dignidade: sentados.
Nos demos bem. Nesse outro ônibus, três músicos - um garoto com acordeón, um outro com pandeiro e uma garota com clarinete - foram tocando várias músicas, do terminal de ônibus até a universidade. Teve chorinhos diversos, Chiquinha Gonzaga e outros músicos menos conhecidos, mas que contagiaram os passageiros. No meio do caminho, um deles passou com o pandeiro recolhendo dinheiro. Todos contribuíram com umas moedas e ainda aplaudiram bastante.
Imagina terminar o dia (ou partir para uma outra etapa do dia) com isso? Pé molhado, atraso, mas música que alegra.
Meu amigo gravou um pedacinho de uma das músicas e ficou a noite inteira mostrando a gravação para os colegas.
Uma hora, ele foi mostrar a música no corredor, perto das salas de aula, e alguém cutucou o seu ombro. Ele, que é uma das pessoas mais tranqüilas que conheço, disse para a pessoa: Espera um pouquinho, e quando olhou, notou que era a professora mais temida - e menos humorosa - do curso. Ela só falou: A sua música está atrapalhando a minha aula. Ele desligou o celular na hora, e o corredor inteiro riu. (Uma cena muito Chaves, convenhamos!)
Na quinta-feira passada, não os encontrei, mas hoje lá estavam os três. Desde o terminal até a faculdade. E era em um horário de pico: o ônibus foi enchendo muito durante o trajeto. Eles tocando, e o ônibus enchendo. Já não havia espaço para ninguém mais entrar nem circular pelo ônibus, mas a musiquinha fluía por entre as pessoas. Acho que foi a primeira vez na vida em que vi os passageiros, quase saindo pelo latrão, não reclamarem da falta de ônibus naquele horário.
E os músicos avisaram: todas as quintas estarão pelos ônibus, tocando os seus instrumentos.
Para o pessoal da Minha Aldeia, é essa a dica das quintas-feiras.
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Eu poderia estar roubando, eu poderia estar matando, mas estou aqui...contando esse episódio para vocês.
Falando sério, era para ser um post poético, narrando a música do ônibus, a pérola que surge no meio do dia em que tudo deu errado, mas Orfeu não pára de me chamar e daqui a pouco será sua última chamada (Atenção, última chamada para a passageira Rebeca. Embarque nos braços de Orfeu imediatamente.). Mas imaginem os músicos, o ônibus, os ânimos dos passageiros sendo transfigurados. O episódio fala por si. Pena que não tem áudio no Desanuviando, pois deixaria a pequena gravação que o meu amigo fez no celular tocando repetidas vezes.
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Sem mais.
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(De Daniel F. Gerhartz, daqui)
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sexta-feira, abril 18, 2008

Para aqueles que insistem em achar que o jardim do outro é melhor que o seu e se esquecem de regar as próprias plantas (*)
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Segue o teu destino,
Rega as tuas plantas,
Ama as tuas rosas
O resto é a sombra
De árvores alheias.
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A realidade
Sempre é mais ou menos
Do que nós queremos.
Só nós somos sempre
Iguais a nós próprios.
(...)
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(Ricardo Reis ou Fernando Pessoa, o que decidirem)
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(*) Essas pessoas fazem um mal danado - para si e para os outros.
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O poema completo, você pode ler aqui.
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quinta-feira, abril 17, 2008

BUON GIORNO!
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Hoje fui ao hospital e um senhor bem velhinho me cumprimentou:
- Buon giorno, ragazza! Tutto bene? (os italianistas me corrijam se escrevi errado!)
Eu comecei a rir e respondi com um buon giorno.
Então me lembrei de uns anos atrás, na época em que morei no Rio de Janeiro, quando, dentro do ônibus, um senhor também bem velhinho se sentou ao meu lado e, por causa da chuva, trocamos umas palavras sobre as janelas que estavam embaçando.
Na hora, eu percebi que tinha alguma coisa de diferente no português dele. Era perfeito (talvez até demais), e algo denunciava que esse senhor não era brasileiro. Perguntei se ele era de fora, por causa do sotaque, e ele respondeu:
- Puxa, já moro há anos no Brasil e ainda não passo por brasileiro... Sou italiano, mas vim para cá na época da guerra (imagino que seja a Segunda Guerra...).
Então ele contou que quando veio para o nosso país conheceu a atual esposa dele, uma brasileira de cabelos pretos "mais bonita que as Fontanas di Trevi", e me mostrou a foto dela daquela época (era bonita mesmo!).
Logo em seguida, ele me mostrou uma outra foto - as fotos estavam na carteira dele -, onde apareciam quatro homens elegantes, de terno e chapéu (*), e me perguntou:
- Adivinha qual deles sou eu.
Não consegui descobrir; os quatro eram bem parecidos: altos, magros, bonitos e ainda vestidos daquela forma alinhada. Eles estavam em Veneza, pelo que o senhor falou. Aparecia a água por trás.
Ele me disse que aqueles eram os seus melhores amigos na época em que viveu na Itália, e aquela fora a última foto que tirou com eles. Depois que veio ao Brasil, nunca mais encontrou os quatro ao mesmo tempo. E um morrera na guerra.
Indaguei ao senhor se ele tinha saudades de lá, ao que ele me respondeu sem pensar duas vezes:
- Guardo as lembranças de lá, mas aqui estão a minha esposa, os meus filhos e os meus netos. Não os trocaria por nada.
É claro que me comovi. Foi um desses encontros casuais que enlevam o dia da gente.
Logo em seguida, nos despedimos e ele desceu do ônibus. Nunca mais o vi. Assim como ele nunca mais viu um dos amigos. Ficou só a lembrança.
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(*) Já falei aqui no blog e volto a repetir: os homens deveriam voltar a usar aqueles chapéus. São um charme!
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O INVERSO
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Mas também já ouvi a história de um homem que fez o inverso. Foram os meus pais que contaram, pois ouviram de um ex-combatente da Segunda Guerra Mundial. (**)
Esse ex-combatente disse que durante a estadia na Itália teve um amigo, brasileiro, que, no dia do retorno ao Brasil, estava passando por uma rua, quando viu uma "linda ragazza" na janela. Quando ela percebeu que o brasileiro a estava olhando, se escondeu fechando a janela.
O brasileiro ficou com aquilo na cabeça e disse para o amigo: Essa é uma moça direita. Assim que chegar ao Brasil para encerrar a missão, volto para a Itália e a peço em casamento.
Dito e feito! Ele voltou à Itália, se casou com a moça direita da janela e nunca mais voltou ao Brasil.
(E o universo ficou em equilíbrio: um veio, outro foi!)
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(**) Foi Fulano que contou pro Beltrano, que falou pro Ciclano...E assim sobrevive a história...
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Tá, sei que os leitores vão torcer o nariz, mas as leitoras vão adorar...!
Para apreciarem as Fontanas di Trevi e, ainda, o Bon Jovi (ragazze!), entrem aqui. No vídeo, aparece um casal de velhinhos fofo na janela. Quem sabe não são a ragazza e o soldado brasileiro que estão lá até hoje?!
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(Falo do Bon Jovi, mas, sinceramente, entre os quatro moços italianos da foto e o roqueiro-leve, sou mais os quatro moços. Nada de cabelinho pintado, correntinha prateada no pescoço ou blusinha justa. Adereço mesmo só se for o chapéu elegante. - E pensando bem, se bobear, o Bon Jovi ainda usa mais cremes que eu. Ah, pára, né?! .......... Mas vejam o vídeo. É bonito!)
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terça-feira, abril 15, 2008

"É, A VIDA É MUITO MAIS DRAMÁTICA" (*)
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Um colega contou que, trabalhando no Escritório Modelo (um escritório de advocacia para atender a população que não pode pagar um advogado), presenciou o seguinte causo - super verídico!:
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Apareceu um senhor bem humilde, baixo e mirrado, e disse que queria se divorciar da esposa.
Meu colega pegou uma folha e explicou que ele precisaria assinar no espaço X e pedir para que a esposa assinasse no outro espaço.
Quando disse isso, o senhor se assustou:
- O quê? Eu tenho que pedir pra minha esposa assinar? Ah, não vai dar.
- Por que não, senhor? - quis saber o advogado.
- Ah, não dá. Não tem como vocês enviarem pra ela?
Meu colega disse que iria enviar o formulário pelo correio. E assim o fez.
Uma semana depois, apareceu o mesmo senhor mirradinho, sendo puxado pelo braço por uma senhora que era o dobro dele no peso e na altura.
A senhora se virou para o advogado, empurrou o senhor e intimidou-o:
- Vai, repete! Repete que você se arrependeu de se divorciar de mim. Vai! Fala na frente do advogado.
E o senhor, todo acabrunhado, olhando para baixo, falou em tom quase inaudível:
- É, eu não vou mais me divorciar dela...
A senhora pegou o braço do senhor mirradinho novamente e saiu do escritório, puxando-o pela rua.
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(*) Foi a reflexão que o meu avô fez quando contei esse caso. E ele ainda disse que só acreditava porque era eu quem estava contando. Pois eu digo pra vocês: até parece teatro, mas foi verdade verídica!
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E para os inteligentes, as definições de drama no dicionário Aurélio:
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1.Teatr. Designação genérica de composição dialogada ou teatral; texto ou peça teatral; comédia.
2.Teatr. Peça teatral em que o cômico se mistura com o trágico. [Aum. deprec., nesta acepç.: dramalhão.]
3.Teatr. P. ext. O gênero teatral; teatro.
4.Série de episódios complicados ou patéticos.
5.Acontecimento terrível, sinistro; catástrofe.
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segunda-feira, abril 14, 2008

O FAROESTE DO FIM DE SEMANA:
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Em português: O JUSTICEIRO IMPLACÁVEL. Esse filme me cativou totalmente. A atuação do John Wayne e da Katharine Hepburn é simplesmente perfeita! Seus personagens foram feitos um para o outro: ele, um xerife caolho, já velho e meio dado a bebida, que é readmitido para caçar um bandido perigoso; ela, uma missionário com a maior coragem que já vi, que tem o pai assassinado por esse bandido. Eles vão juntos atrás do assassino e ficam cada vez mais amigos. Há partes muito engraçadas, outras, um tanto tensas, e aqueles diálogos maravilhosos que os filmes de faroeste têm (pelo menos os do John Wayne têm).
E sabe do que mais gosto nesses filmes? É que o certo e o errado são tão óbvios. Nada dessas complicações modernas, que devaneiam sobre o que não precisa. Quando o John Wayne defende as terras, por exemplo, não o faz por causa de uma "verdade inconveniente", mas porque ama o lugar em que mora e quer que outros tenham o prazer de amá-lo também.
Já me falaram que os filmes de faroeste são preconceituosos porque mostram os índios como maus. Pois quem diz isso não viu os faroestes do John Wayne. Neles, há os índios bons e os índios maus, os cara-pálidas bons e os cara-pálidas maus, as mulheres boas e as más, e até os bandidos com mais consideração e os com menos consideração. Sem maniqueísmos. Muito próximo à realidade.
Ainda estou para falar do filme O HOMEM QUE MATOU O FASCÍNORA (e de outros mais...), e vocês vão ver: faroestes são filmes para os nossos tempos.
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APROVEITANDO O ENSEJO...
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Já que ainda me sobra um tempinho, falo sobre O HOMEM QUE MATOU O FASCÍNORA. Aqui, além do grande John Wayne (de quem já sou fã, e não rio mais do jeito como ele caminha), tem um outro grande ator: James Stewart. Quem já viu um pouquinho de bons filmes antigos, certamente viu o James Stewart, pois ele estava em vários. Em O HOMEM QUE..., ele é um advogado recém-formado em uma cidade do Leste, que vai começar a vida profissional no Oeste (no far west). Chegando lá, carregado de princípios republicanos, democráticos (de educação, de dever e direito do povo etc), ele se depara com uma cidade cujas leis são inexistentes. O que governa aquele lugar são a arma e o medo. Para completar, há um fascínora, que o próprio xerife de lá tem medo de prender. O personagem do James Stewart fica indignado com isso, pois ele mesmo havia sido assaltado pelo fascínora e sua gangue, e queria que tomassem providências.
É então que aparece o personagem do John Wayne, a única pessoa capaz de colocar um pouco de ordem naquele lugar, e a única pessoa que o fascínora respeita.
John Wayne e James Stewart formam claramente um contraste: o primeiro defende a ordem pelas armas; o segundo, pelas leis. Eles são mais ou menos: o realista e o idealista. O mais interessante é que ambos têm razão. Naquela situação imediata, só o John Wayne consegue proteger a cidade. O problema, por outro lado, é que, se ele morresse, a cidade ficaria à mercê de qualquer um - bom ou não. E o James Stewart (que, por sinal, devia gostar dos tais valores republicanos e democráticos) acredita que só a educação poderá ajudar aquele povo. Em uma cena, ele está ensinando as pessoas a ler, e aparece escrito no quadro negro a seguinte frase: Educação é a base da lei e da ordem.
Mais para o final do filme, a gente vê que o John Wayne fez um grande bem àquela cidade graças ao modo como pensava e agia, e o James Stewart também. Este último, quando volta mais velho ao oeste, vê como a cidade progrediu, já tem irrigação, escolas. Foi a semente que ele plantara quando era jovem. E que só conseguiu (apesar do fascínora, do medo e da desordem) porque havia o bravo John Wayne por perto.
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quinta-feira, abril 10, 2008

CTRL+C, CTRL+V: A ARTE DOS ADOLESCENTES
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Agora recordo: uns anos atrás, nos bancos de faculdade, a turma esperava as indicações bibliográficas para o semestre. "Introdução à História da Arte", eis o título da disciplina. E o professor, com total seriedade, informando os alunos que só havia um livro verdadeiramente obrigatório: a Bíblia. A turma ouviu o conselho e abriu a boca de espanto. A Bíblia?
Sim, a Bíblia. Sem um conhecimento do Antigo e do Novo Testamentos; mas também sem alguma intimidade com outros textos religiosos --a Vida dos Santos e mesmo os Textos Apócrifos-- era inútil tentar entender a história da arte no Ocidente.
Escuso de dizer que o homem estava certo. Olhando para os últimos 17 ou 18 séculos --desde as primeiras expressões de arte paleocristã-- é a figura de Cristo e a sua herança que se encontram presentes em cada quadro, escultura ou igreja ocidental. E, se esquecermos a Idade Média e a sua longa meditação artística sobre o sagrado, mesmo o Renascimento, ao procurar "resgatar" a herança greco-latina (o que implicava resgatar a figura humana que os medievais colocavam numa posição de inferioridade hierárquica face ao divino), foi sobretudo para melhor servir a história sacra.
(...)
Aliás, não é preciso acreditar no divino para acreditar no papel da religião na construção dessa identidade. Que o diga Camille Paglia, que em texto recente se apresenta como ateia e libertária de esquerda --e, apesar disso, defensora da necessidade de estudos religiosos nos currículos universitários das Humanidades. Uma sociedade totalmente secularizada, que despreza a religião e eleva o materialismo a um novo e único deus, só pode gerar uma arte entediante e adolescente. E, do ponto de vista histórico, falsamente rebelde: a arte "oposicional" começou com os românticos e morreu, algures, na década de 60, com o estertor pop. Bater na mesma tecla é bater em tecla gasta, repetitiva e artisticamente estéril.
(...)
sem um entendimento da "tradição": sem esse sentido histórico que, para usar as palavras de T. S. Eliot, leva alguém a escrever (ou a pintar, ou a esculpir) como se a literatura ocidental estivesse presente no momento presente. Porque só esse entendimento permite uma verdadeira continuidade, ou uma reformulação, ou até uma ruptura com o passado.
A criação no vazio, típica de adolescentes, apenas produz grande parte da arte adolescente que ocupa os nossos museus, ou as nossas estantes privadas.
(João Pereira Coutinho, em A ARTE DOS ADOLESCENTES)
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Copiei e colei praticamente o texto todo para o blog. Mas se quiser ler o que falta, entre aqui.
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domingo, abril 06, 2008

TAMBÉM QUERO SER AMIGA DO TOM BOMBADIL (*). É dele este conselho:
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- Sejam corajosos, mas tenham cuidado! Mantenham a alegria nos corações, e partam ao encontro de seu destino!
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E quando os hobbits o encontram, depois de terem passado por muito perigo, sentem como se nada tivesse acontecido:

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Podia-se pensar que nada terrível ou perigoso tinha acontecido, e na verdade o terror desapareceu de seus corações quando olharam para ele, vendo o brilho alegre daqueles olhos.

(*) Do Senhor dos Anéis. Como devo levar meeeses para ler a trilogia, este será o livro mais citado do ano no Desanuviando. Levei tempo demais para começar a ler esse livro do Tolkien; só agora sei disso. A primeira vez que me falaram para ler O Senhor dos Anéis foi antes do ano 2000, antes de ele ser reeditado. O Júnior, um dos meus melhores amigos, só falava nesse livro. Mas, por outro lado, se eu tivesse lido naquela época, talvez não tivesse gostado tanto como estou gostando agora - ou teria começado a jogar RPG e seria da tribo que só se veste de preto. Agora o leio sem extremismos. (Ao extremo mesmo só o quanto estou fascinada por cada página dele.)

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DO FILME QUE AINDA ESTOU PARA COMENTAR:

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A VIDA NO PARAÍSO, um filme sueco de Kay Pollak. Encontrei no youtube o vídeo com a música principal do filme. Acompanhem a letra (e ouçam que delícia esse idioma - forte, mas ainda assim delicado). Para perceberem a força e a beleza dela, vou resumir o que aconteceu para existir tal cena: Gabriela, a primeira personagem que aparece no vídeo, é continuamente espancada pelo marido. Ela é a pessoa mais pusilânime da cidade, assim como ficam as mulheres que sofrem agressões. Chega um músico à cidade, e ele nota como a voz dela é bonita. Conhecendo sua voz e sabendo do que acontece com ela, ele compõe uma música em sua homenagem. A música chama-se "Gabriela's song". No vídeo, depois da primeira cena, aparece uma mulher de vermelho, toda confiante, cantando no palco. É a Gabriela. É o ponto alto do filme. Muito bonito. Ouçam e vejam aqui.
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sábado, abril 05, 2008

PRÓPOLIS CONTRA DENGUE - veja que interessante:
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AQUI.
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sexta-feira, abril 04, 2008

MENOS CONHECIDO DO QUE DEVERIA...
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Aquele que vive no campo de concentração e está disposto a voltar-se para seu interior tem outro recurso para escapar do vazio, da desolação e da pobreza espiritual de sua existência atual: o refúgio no passado. Absorta em si mesma, a fantasia da pessoa sempre volta a reviver experiências passadas. Mas o que ocupa o pensamento não são as grandes experiências, e, sim, muitas vezes, um fato corriqueiro, as coisas mais insignificantes de sua vida anterior. Na lembrança nostálgica, elas se apresentam sublimes ao prisioneiro. Distanciada da vida real e do presente, voltada para o passado, a vida interior recebe um cunho peculiar. O mundo e a vida lá fora estão muito distantes. O espírito tem saudade deles: a gente anda de bonde, chega em casa, abre a porta da frente, o telefone toca; a gente caminha para atender e acende a luz do quarto - são detalhes aparentemente irrisórios como estes que o prisioneiro gosta de lembrar. A doce recordação destes pormenores o comove até as lágrimas! (VIKTOR FRANKL, em Em busca de sentido - Frankl - que foi professor de Neurologia e Psiquiatria de Viena e também professor de Logoterapia na Unviversidade Internacional da California - foi contemporâneo de Freud, mas enquanto este recebia a "elite" vienense no conforto de seu escritório, aquele conviveu com a miséria humana dentro de um campo de concentração, sendo ele mesmo um prisioneiro desses campos. Sobre isso, veja este trecho: Ali, reduzidos a condições de miséria e pavor que no conforto do seu gabinete vienense o pai da psicanálise nem teria podido imaginar, homens e mulheres habitualmente medíocres elevavam-se à dimensão de santos e heróis, mostrando-se capazes de extremos de generosidade e auto-sacrifício sem a esperança de outra recompensa senão a convicção de fazer o que era certo. A privação despia-os da máscara de egoísmo biológico de que os revestira uma moda cultural leviana, e trazia à tona a verdadeira natureza do ser humano: a capacidade de autotranscendência, o poder inesgotável de ir além do círculo de seus interesses vitais em busca de um sentido, de uma justificação moral da existência. Se quiser ler mais, entre aqui.)
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A MELHOR NOVIDADE DO ANO:
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O HOBBIT já está sendo filmado! Vi isso na banca de jornal, na capa da revista SET. Nunca comprei essa revista, mas fiquei com vontade, só para ler essa GRANDE notícia. Uma das melhores aventuras já escritas, finalmente chegará às telas de cinema. Sugestão: vá lendo o livro enquanto o filme não está pronto. Você não vai se arrepender.
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A MELHOR DESCOBERTA DO ANO:
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O Sr. Menu. Você liga pra eles, pede um prato de comida, e eles entregam em sua casa. A comida é completa: tem arroz, feijão, um tipo de carne, uma massa, e ainda um complemento como farofa etc. Tudo bem limpo, bem caprichado. Excelente. Como nos bons livros: por que só descobri agora?
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quarta-feira, abril 02, 2008

TRAGÉDIA
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Formiga é encontrada morta dentro do pote de mel. Suas amigas, Formigona e Formiguinha, dizem estar muito sentidas, e que Formiga já vinha se queixando da vida.
- Ela reclamava que naquela casa ninguém dava sossego. Se havia um pedacinho de chocolate, resto da sobremesa, os humanos já limpavam com álcool. Não tava fácil... - disse Formigona entre lágrimas.
- Formiga até estava pensando em abandonar sua vida de formiga e fazer concurso para a Caixa Econômica. - confessou Formiguinha - São tempos difíceis - concluiu.
A suspeita é de que, cansada de sua vida de labuta, Formiga tenha se jogado da beirada do pote.
Entrevistada, Rebeca, a dona do pote de mel, declarou:
- Que suicídio que nada! Essa formiga já vinha rondando o meu mel há dias. A ganância dela foi tanta que acabou morrendo afogada. E o pior: sujou o mel! Quem é que vai me comprar um pote novo?
A polícia continua investigando o caso. Ainda falta recolher as últimas provas para chegar à conclusão da real causa da morte.
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terça-feira, abril 01, 2008

ALGUNS VÃO GOSTAR!
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De um outro faroeste com John Wayne, não tão engraçado quanto Quando um homem é homem, mas não menos bom, a letra da música do Bravura Indômita, que em inglês é TRUE GRIT
(Comentário rápido: a letra é muito bonita e tem tudo a ver com o filme):
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TRUE GRIT
(Campbell Glen)
One day, little girl, the sadness will leave your face
As soon as you've won the fight to get justice done
Someday little girl you'll wonder what life's about
But other's have known few battles are won alone
So, you'll look around to find
Someone who's kind, someone who is fearless like you
The pain of it will ease a bit
When you find a man with true grit
One day you will rise and you won't believe your eyes
You'll wake up and see,
A world that is fine and free
Though summer seems far away
You will find the sun one day
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