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sexta-feira, maio 25, 2012

NESTES TEMPOS DE INTROSPECÇÃO E MUITA LABUTA,
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posso estar sem idéias, mas continuo com ouvidos e coração atentos às boas palavras (*): 


Tirado do livro "Arrependimento", de Camilo Castelo Branco:

"Em tempos da minha mocidade costumava visitar a miúdo uma boa velha, minha vizinha, que me honrava com a sua estima e amizade. Humildemente confesso que não ha sociedade mais deleitosa e agradável, do que a de uma mulher que soube envelhecer. A sua conversação instrutiva e divertida, é um inesgotável tesouro de lembranças, anedotas, observações chistosas e reflexões circunspectas, é finalmente uma revista do passado….”

(*) um dos meus irmãos acaba de me enviar esse trecho por email. Achei que merecia ser compartilhado!
 Bom fim de semana a todos!

quarta-feira, maio 23, 2012

POST-INSPIRAÇÃO PARA APRENDER...SEMPRE!

Lembre-se do que Merlin disse sobre aprender:
"O melhor a fazer quando se está triste - respondeu Merlin, começando a arquejar - é aprender algo. Essa é a única coisa que não falha nunca. Você pode ficar velho e trêmulo de corpo, pode ficar acordado de noite, escutando a desordem de suas veias, pode perder seu único amor, pode ver o mundo a sua volta devastado por lunáticos perigosos, ou saber que sua honra está sendo espezinhada nos esgotos das mentes mais abjetas. Só há uma coisa a fazer então: aprender. Aprender por que o mundo se agita e o que o agita. Essa é a única coisa que a mente nunca pode exaurir, alienar, pela qual jamais pode ser torturada, que nunca precisa temer ou recear, que nunca poderá imaginar ter que lamentar. Aprender é o que você precisa. Observe o quanto há para aprender: ciência pura, a única pureza que existe. Você pode aprender astronomia no espaço de uma vida, história natural em três, literatura em seis. E então, depois que gastou um milhão de vidas aprendendo biologia e medicina e crítica teológica e geografia e história e economia, ora, você pode começar a fazer uma carroça de madeira apropriada, ou gastar cinquenta anos aprendendo a começar a aprender a vencer seu adversário na esgrima. Depois disso você pode começar de novo em matemática, até que chegue a hora de aprender a arar."

Essa citação está no livro SEUS PONTOS FRACOS, de Wayne W. Dyer. Me foi sugerido por uma senhora muito amiga e muito querida, e tem sido o meu livrinho de ônibus. Ele ensina que sempre podemos aprender mais sobre nós mesmos, reforçando nossos pontos fortes e eliminando nossos pontos fracos.
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Isso de aprender sempre, me lembra um ex-chefe do meu pai. Um dia desses o encontramos e, lá pelas tantas, ele comentou: "Agora que completei 70 anos, estou com uma sede enorme de aprender. Sei que o tempo agora passa mais rápido, então quero aproveitar cada instante para ler, estudar, enfim, aprender!"
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Minha avó aprendeu a nadar com 60 anos. Era o sonho dela - e também sua frustração de anos por nunca poder entrar na água, com medo de se afogar. Um dia, ela leu uma reportagem que falava sobre várias pessoas que realizaram grandes feitos aos 60 anos: cientistas, escritores, atletas etc. Pronto! Foi o que a inspirou a tomar coragem e se matricular em uma aula de natação.
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Soube também, na minha família, da minha bisavó, que foi, durante muitos anos, analfabeta. Já com certa idade é que seu marido lhe ensinou a ler. O detalhe interessantíssimo dessa história é que meu bisavô, quando ensinou a minha bisavó a ler, estava cego.

sexta-feira, maio 18, 2012

E FALANDO EM COZINHEIROS...
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Lembram que eu fiz uma homenagem aos cozinheiros no dia 1º de maio? Pois descobri que tenho uma xará que é cozinheira! É a Rebeca Chamma.
Descobri porque me deram de presente este livro, dizendo para eu usá-lo bastante! (Ai, um dia eu vou para a Cordon Bleu!) (*):

(Capa do livro, que veio dentro de um plástico, com duas colheres)
(dentro do livro)
(dentro do livro)

(*) Sinceridade com os botões: ainda prefiro comer pratos deliciosos a ter que cozinhar...Por isso valorizo os cozinheiros!
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AQUI, você vê um vídeo da Rebeca Chamma.

quinta-feira, maio 17, 2012

FALANDO EM CRÍTICOS...

Estou lendo o estudo crítico MACHADO DE ASSIS NA LITERATURA BRASILEIRA, de Afrânio Coutinho, que se encontra no primeiro volume da obra completa de Machado de Assis (Editora Nova Aguilar). E eu que estava falando de críticos, me deparo com um texto de crítica literária; um texto mais formal, mas excelente!
Costumo ser lenta nas minhas leituras, ainda mais quando se trata de algum texto ou livro mais profundo: tento absorver cada palavra e, quando aparece algum trecho que eu acho bonito, bem elaborado ou com boa mensagem, releio umas tantas vezes. Esse estudo feito por Afrânio Coutinho tem me exigido esse tipo de leitura lenta. Porém gratificante: fico feliz por estar lendo um texto tão bem escrito como o dele. Nem me incomodo de ainda estar na página 26 do primeiro volume, sabendo que tenho mais de 1200 páginas pela frente. O que Coutinho escreve, e como ele escreve, vale algumas relidas.
Vou compartilhar com vocês os trechos que mais me chamaram a atenção até agora:

Primeiro prosador da língua e maior e mais completo homem de letras do Brasil, Machado de Assis atingiu a essa culminância ao longo de 50 anos de uma fecunda e austera carreira literária. O fenômeno é que o aparecimento de um escritor e de uma obra com as qualidades peregrinas que os distinguem, no meado do século XIX, em uma sociedade que não oferecia as mais comezinhas condições adequadas, negando, destarte, os postulados do determinismo biológico, social e econômico, é um mistério só explicado pelo poder do espírito, que sopra onde quer.
Mas se será, talvez, afirmar demais repetir a tese de Buffon de que o gênio é uma longa paciência, não é, de todo, falso asseverar que no caso de Machado de Assis a paciência constitui a metade do seu gênio. Inimigo do diletantismo e da improvisação, tendo por máxima "aprender investigando", estudou com perseverança, meditou os clássicos e os modelos da língua e dos gêneros, dos quais recebeu as leis da arte literária e com as quais aprimorou o instrumento expressional e a poética do idioma; disciplinou o temperamento, a inspiração e a imaginação; não teve pressa nem cedeu à sedução da facilidade (...)

Certo vezo brasileiro de encarar o artista como um produto espontâneo e precoce não dá lugar para se compreender que a arte é a resultante de longa paciência, de esforço continuado de pesquisa, estudo, reflexão. Machado de Assis é um exemplo disso. Sua maneira não surgiu abruptamente, desde o início, na juventude virgem. Foi o produto da experiência acumulada, do estudo e trato dos grandes modelos, da obediência às regras e às disciplinas do ofício. Seu progresso foi constante e ascensional. (...)


terça-feira, maio 15, 2012

CRÍTICO LITERÁRIO com letra maiúscula!
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Para mim, um bom crítico literário sabe usar a língua (conseqüência inevitável das suas boas leituras), possui boa dose de sabedoria (outra conseqüência das suas boas leituras) e, ao compartilhar suas impressões de leitor, é sincero.
William Deresiewicz, autor do livro APRENDI COM JANE AUSTEN - COMO SEIS ROMANCES ME ENSINARAM SOBRE AMOR, AMIZADE E AS COISAS QUE REALMENTE IMPORTAM possui todas essas qualidades. Escreve muitíssimo bem; seu texto é super agradável. Revela muita sabedoria, graças às lições da autora. E é extremamente sincero!: Ele compartilha o que leu da Jane Austen: o que ele e as circunstâncias daquele momento o fizeram apreender da leitura, e não o que outros o influenciaram a ler.
Isso faz muita diferença. Com essas características, o texto torna-se menos frio e contagia o leitor. 
O Kiko me perguntou se era melhor ler Jane Austen antes desse livro ou ler esse livro antes de ler Jane Austen, e respondi que, geralmente, é aconselhável ler, antes da crítica, a obra, para não ficar com a leitura "viciada". Mas no caso de APRENDI COM JANE AUSTEN.., acho que ele só dá mais vontade de mergulhar na obra da digníssima e comparar quais as lições aprendidas com ela. Porque o texto de Deresiewicz não está falando da estrutura formal do texto, nem da regrinha literária que se encaixa em determinada passagem dos livros; ele está contando como era sua vida quando começou a ler Jane Austen, como foi se tornando sua vida durante a leitura e como ela ficou depois. Existe maior sinceridade que essa?
E ver como ele melhorou em vários aspectos pessoais, graças à leitura da obra de Jane Austen, chega a ter um valor testemunhal que contagia: se ele melhorou tanto ao conhecer essa autora, eu também quero! 
Isso é fabuloso! No curso de Letras, li várias críticas literárias sobre obras clássicas, mas não lembro de nenhuma ter me contagiado tanto quanto esse livro. Geralmente o crítico está em seu pedestal (feito de muuuuitos livros), tem enormes conhecimentos literários, mas nunca consegue responder à pergunta que todo leitor leva em seu íntimo antes de começar a ler um livro: o que eu ganho com essa leitura? 
Pois William Deresiewicz consegue mostrar que se ganha muito ao ler Jane Austen, e seu texto sincero mostra que ele é a maior prova disso!
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domingo, maio 13, 2012

DIA DAS MÃES E JANE AUSTEN

Para mim, é uma relação óbvia: mães e Jane Austen. Minha avó lia Jane Austen, minha mãe e minhas tias liam Jane Austen. Eu li Jane Austen e, certamente, minha(s) filha(s) (e espero que o(s) filho(s) também) lerá Jane Austen. É como se a mãe, sabendo que não estará 24 horas por dia na vida da filha, deixasse uma pessoa (a Jane!) à disposição, pronta para lhe orientar e tirar dúvidas. 
Por isso que digo: Jane Austen é grande amiga das mulheres, e também pode ser grande aliada das mães!

(...) Era uma nova concepção de educação, mas também do que é ser um homem - "de cultura" ou de qualquer outro tipo. Agora eu via que ninguém precisa estar seguro de ser forte, e não precisa dominar as pessoas para conquistar o respeito delas. Homens de verdade não têm medo de admitir que ainda têm o que aprender - inclusive com uma mulher. (William Deresiewicz, em APRENDI COM JANE AUSTEN - Como seis romances me ensinaram sobre amor, amizade e as coisas que realmente importam.)








terça-feira, maio 08, 2012

Querido Daniel, 
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é o que digo todo ano: obrigada por tudo e feliz aniversário!
Mas quero te pedir algo: tire todos os meus medos, e vamos juntos, que muita coisa boa está por vir!
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domingo, maio 06, 2012

PARA O KIKO!
Ótimo domingo!




sexta-feira, maio 04, 2012

MAIS SOBRE APRENDI COM JANE AUSTEN
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Vou confessar a vocês: amo ORGULHO E PRECONCEITO, RAZÃO E SENSIBILIDADE e PERSUASÃO. Gosto muito de EMMA. Gosto de a A ABADIA DE NORTHANGER. Mas tolero MANSFIELD PARK. 
Desses seis livros, este último é o único que fez eu "me arrastar" na leitura. Acho que ele é meio apático - talvez porque sua heroína é meio apática, ao contrário das outras heroínas.
No entanto, William Deresiewicz, em seu livro APRENDI COM JANE AUSTEN - COMO SEIS ROMANCES ME ENSINARAM SOBRE AMOR, AMIZADE E AS COISAS QUE REALMENTE IMPORTAM, conseguiu tirar lições preciosas de MANSFIELD PARK, o que me deu vontade de reler esse romance.
Para vocês terem uma idéia: William atribui à MANSFIELD PARK a lição de aprender a "ser autêntico". Ele conta que, na época em que leu esse livro, andava com um grupo da alta sociedade de Nova Iorque. Ele não era da alta sociedade, mas andava com eles por causa de um amigo que namorava uma socialite. O autor diz que achava aquele mundo fascinante, mas começou a perceber que, quando estava com pessoas daquele meio, não era ele mesmo: sempre tinha um comentário "divertido" pra agradar aos outros, mas nunca entrava em uma conversa mais profunda, nunca falava de seus problemas, nunca ouvia os problemas dos outros e ninguém, ninguém mesmo, parecia ser carente! E o tal grupo só o procurava quando queria ouvir as piadas. Se ele não aparecesse por lá durante semanas, ninguém o procurava. Ele também começou a notar certas mesquinharias: mulheres que terminavam o namoro porque o cara não sabia se vestir bem e "arranjavam" um "palerma de terno" pra mostrar pras amigas; homens se casando com mulheres só porque elas eram de família "com nome e sobrenome", embora fossem apaixonados por outras etc. O próprio amigo de Deresiewicz, que não era da alta sociedade, deu a entender que estava com aquela socialite por motivos, digamos, menos amorosos e mais financeiros. 
William Deresiewicz percebeu que estava "se vendendo", e que o sentimento da solidão pode nos fazer agir de formas que não correspondam ao nosso verdadeiro eu. Foi aí que ele tirou uma importante lição de Fanny: ela era solitária, teve seus momentos de insegurança, de ciúmes, de tristeza, mas não quis participar da peça de teatro junto com os outros! Ela continuou ajudando os outros, conversou com os visitantes de Londres, mas não se tornou fútil como eles.
O autor de APRENDI COM JANE AUSTEN diz que aprendeu, também, a importância de ser útil aos demais, no sentido de ajudar os outros, prestar-lhes atenção. Aprendeu que, para isso, basta, às vezes, ouvir o que o outro tem para contar: seus problemas, seus sonhos, seus relacionamentos com a família etc. É disso que nasce uma verdadeira amizade, e não de simples encontros onde só se conta piada, e só se espera ouvir piada. A amizade nasce da atenção, da preocupação com o outro e da confiança. Foi o que Edmund fez com Fanny quando lhe disse "Vamos dar um passeio no parque, e aí você poderá me contar tudo sobre suas irmãs e seus irmãos". Edmund falou isso por ter percebido que Fanny estava triste, com saudades da família.
William escreve em seu livro: Edmund entendia perfeitamente que escutar as histórias de uma pessoa é aprender seus sentimentos, experiências, valores e hábitos mentais (...). Não era à toa que Austen era romancista: ela sabia que são nossas histórias que nos fazem humanos, e que escutar as histórias dos outros - penetrando em seus sentimentos, validando suas experiências - é o jeito mais elevado de lhes reconhecer a humanidade, a mais doce forma de utilidade.
O autor conta que, depois disso, começou a fazer um esforço deliberado para ser útil às pessoas: fiz o exercício de me sentar e ficar calado ouvindo - ouvindo realmente. (...) As histórias das pessoas são o que elas têm de mais pessoal, e prestar atenção a estas histórias é certamente a coisa mais importante que você pode fazer por elas. 
Não deve ter sido fácil para ele, pois, cá entre nós, há pessoas que a gente até evita escutar - ou porque são muito fofoqueiras, ou porque são muito negativas/reclamonas, ou muito convencidas etc -, mas acho que o que ele quis dizer foi isto: para ser autêntico, é necessário sair da superficialidade de conversas "prontas" para adentrar na profundidade das histórias pessoais. 

quinta-feira, maio 03, 2012

FRASE PARA ME INSPIRAR:
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Transportai um punhado de terra todos os dias, e fareis uma montanha. 
(Confúcio)

terça-feira, maio 01, 2012

EXEMPLO DE TRABALHADOR
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Hoje, Dia do Trabalhador, quero homenagear os cozinheiros. Porque, para mim, eles são exemplos de pessoas que amam o que fazem. 
Até hoje, nunca vi um cozinheiro dizer: "Estou cozinhando só enquanto não acho nada melhor pra fazer". Até porque, se um disser isso, já está fadado a não ser mais cozinheiro, pois sua má vontade se refletirá na comida e, em conseqüência, as pessoas vão deixar de comer o que ele prepara.
Claro que há os cozinheiros bons e os cozinheiros ruins. E há aqueles que acham que são cozinheiros. Mas estou falando dos que têm o dom, dos que, quando estão em uma cozinha, não querem que ninguém dê palpite, que ninguém interfira. Ele é bom naquilo - e sabe que é! E quando o prato está pronto, todos se deleitam. São esses cozinheiros que eu admiro. Os que têm segredos para melhorar o sabor; que ousam nas misturas e, mesmo em pratos simples, fazem verdadeiros tesouros do paladar. Aqueles que sabem o ponto sutil de cada ingrediente: nem mais, nem menos - mas o ponto certo.
Em um curso de comida árabe que participei (*), o cozinheiro que deu a aula disse duas coisas que me chamaram a atenção: "Eu comecei a cozinhar porque adorava comer" e "Meu médico fica louco da vida: ele não entende como eu, que sou cozinheiro e gordo, tenho colesterol ruim bem baixo e pressão ótima!" Você ouve um cozinheiro falar desse jeito e logo fica tentada a pensar que sua boa saúde é resultado da sua alegria em fazer o que ama!
Esse amor pelo que faz, essa satisfação pelo resultado que irá agradar as pessoas e essa entrega a cada trabalho (pois cada prato é um novo trabalho!) são o que mais admiro nos cozinheiros. Queira Deus que muitos trabalhadores possam vivenciar esse amor pelo que fazem.

(*) Mas eu estou longe de ser cozinheira. Só gosto de apreciar a boa comida! Como diz o meu ímã de geladeira: I kiss better than I cook! Mas tem hora que beijo não mata a fome, né?! Por isso que fiz que essa aula de comida árabe...pra aprender a fazer esfiha de carne! rsrsrs

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