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quarta-feira, abril 20, 2005

VÉSPERA DE FERIADO, UM BOM DIA PARA TROVAS E MODINHAS:

“Existe sempre aquela trova
Que se identifica com a gente,
Com isso a gente prova
Que existe trova na alma da gente!”
(Margarida Menezes – uma poetisa já bem velhinha que mora em Florianópolis)

“Pelo amor não sentir respeito,
Zombar de uma paixão,
Já não é mais preconceito!
É não ter coração”
(da Margarida Menezes)

“És vela da minha escuna
no mar a se agitar,
não sei se cuido da vida,
ou paro pra te amar”.
(origem incerta, mas parece que é uma modinha antiga de Florianópolis)

sábado, abril 16, 2005

SOBRE O “LEITOR INDESEJÁVEL”:

Amigos, nada como uma noite bem dormida para a gente se desfazer de alguns propósitos.

Acordei com vontade de não criar polêmica com o leitor indesejável. Vai ver que todo mundo tem o leitor indesejável que merece, uma espécie de carma, com o qual é melhor não bater de frente (*).

É isso, não tem mais post sobre esse leitor. O triste é que o texto sobre ele seria um dos melhores posts do Desanuviando...(eh, malandragem!). Paciência. Simplesmente abstraio o indesejável; ficam vocês, demais leitores.

Bom final de semana!

(*) Sobre o desanuviar: há pessoas que insistem em espantar as nuvens com socos. Sempre que faço isso, ouço alguém me dizer: Bem feito, bateu no vento.
Já me disseram que o que funciona mesmo é:
soprar suave como a brisa do mar.

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SOBRE A CHARADA DO PATO DEGOLADO QUE LEVOU UM CHUTE

Simples, simples: tenho um pesinho de porta em forma de pato. Há um tempo, não sei como, o coitado ficou com a cabeça pendurada por um pedaço do tecido. Eu já tentei colar mas não deu certo. Volta e meia a cabeça dele vira, ficando de cabeça para baixo, ao lado do corpo.
Ontem, estava escuro e, sem querer, eu o chutei. Só isso.

sexta-feira, abril 15, 2005

FILOSOFIA 1

Antes de prosseguir, preciso esclarecer algo: não estou de volta ao blog (quero dizer: a volta ainda não é oficial), por isso ninguém sabe que estou escrevendo aqui. Esse é um jeito bloguista-eremita-de-ser, mas tem a vantagem de despistar leitores indesejados ( porque os há, my dear; é uma praga que vem junto com o blog...). (E não me refiro a você, matemático! Pode ficar tranqüilo!)

Bom, mas agora entro no assunto que dá título a este post: FILOSOFIA. Os escassos - e escasso ainda é muito, perto do que sei - conhecimentos de filosofia que tenho me mostraram que a música brasileira traduz o que vários filósofos disseram. Começo hoje com um exemplo e nos próximos posts (que não sei quando serão) dou outros exemplos.

O que Heráclito, Nelson Mota e Lulu Santos têm em comum?
Heráclito é o famoso autor daquela frase sobre o rio, que ninguém se banha duas vezes no mesmo rio porque o rio flui e suas águas, portanto, já não são as mesmas (atenção, leitor indesejado: estou parafraseando o que disse o filósofo. Sei, conscientemente, que não foram essas as palavras exatas que ele usou!). Pois bem, (muito) mais tarde veio o Nelson Mota e escreveu a letra da música COMO UMA ONDA, cantada pelo Lulu Santos:

COMO UMA ONDA

Nada do que foi será
De novo do jeito que já foi um dia
Tudo passa
Tudo sempre passará
A vida vem em ondas
Como um mar
Num indo e vindo infinito
Tudo que se vê não é
Igual ao que a gente viu a um segundo
Tudo muda o tempo todo
No mundo
Não adianta fugir
Nem mentir pra si mesmo agora
Há tanta vida lá fora
Aqui dentro sempre
Como uma onda no mar

A própria música vem e volta nas rádios. E eu gosto quando ela vem, pois é uma das melhores músicas do repertório do Lulu.

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A propósito do “leitor indesejado”:


Dizem que todo escritor escreve para um “leitor imaginário”. Pois o “leitor indesejado” é aquele chatinho que tenta competir, no imaginário, com o leitor que vive dentro de cada escritor. Ainda vou escrever um post sobre ele. Aguardem.
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UM POUCO DE MISTICISMO NUMA NOITE DE SEXTA-FEIRA:
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Sonhei com um gato preto e quis jogar no Bicho. (Sonhar com gato preto simboliza sorte no jogo por sete dias!) Acabei não fazendo a minha aposta e, naquele dia, dois gatos pretos cruzaram o meu caminho. No dia seguinte, acordei com o barulho de um gato brigando com outro na minha rua. No terceiro, um gato apareceu na varanda do vizinho da frente – um gato que eu nunca tinha visto! No quarto dia...ah! desisti! A ter sorte no jogo, prefiro ter sorte no amor. Por sete vidas vezes sete mil!
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NEM TUDO É O QUE PARECE E ÀS VEZES É MUITO MAIS SIMPLES DO QUE PENSAMOS:
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"Chutei um pato degolado"
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Você consegue decifrar essa frase?
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quinta-feira, abril 14, 2005

Se tem alguém que não me canso de ouvir (e reouvir!) é o Rubem Braga. Mas há um motivo para isso e vocês hão de concordar: ele é ou não é desanuviante?

A BOA MANHÃ (Rubem Braga)

Apenas passo os olhos pelos jornais; jogo-os fora, alegremente, porque eles pretendem dar-me notícia de muitos problemas, e eu não tenho nem quero problema nenhum.

Acordei um pouco tarde, abri todas as janelas para o sábado louro e azul, e o mar me deu bom dia. Passa um pequeno barco branco no mar de safira: como vai ligeiro, como vai contente, com seu bigodinho de espumas brilhantes! Uma ave se detém um instante peneirando, depois mergulha na vertical em grande estilo; quando volta, um pequeno peixe brilha em seu bico.

Chupo uma laranja, e isto me dá prazer. Estou contente. Estou contente da maneira simples – porque tomei banho e me sinto limpo, porque meus braços e pernas e pulmões funcionam bem; porque estou começando a ficar com fome e tenho comida quente para comer, água fresca para beber.

Nenhuma tristeza do mundo nem de meu passado me pega neste momento. Tenho prazer em ver que a Ilha Rasa está lá direitinha, em seu lugar, com o farol branco. Vejo ao longe, saindo da praia, dois amigos; estão conversando e rindo. Tomaram seu banho de mar, vão almoçar; estou contente porque os amigos vão bem e suas mulheres esperam crianças. Saúde e prosperidade! Estou contente porque recebi uma boa notícia. Nada de extraordinário, mas uma notícia muito simpática.

Sei que o mundo está cheio de horríveis problemas – e eu mesmo, pensando bem, tenho alguns bem chatos. Mas não estou pensando neles; estou vivendo, nesta fresca manhã, um momento de bem-estar, de felicidade.

Ora, considerando que a felicidade é uma suave falta de assunto, eu me despeço de todos com um cordial bom-dia e vou almoçar. Não quero contar prosa, mas tenho arroz, feijão, carne, alface, laranja, pão, tudo o que um ser humano necessita para viver bem.

Um velho amigo vem honrar a minha mesa; falaremos com simpatia das mulheres bonitas desta formosa capital. Conversa de brasileiros! Bom dia, passem bem todos com suas mulheres, com seus amigos, com suas amantes também.



P.S.1: Sei que é até maldade mostrar essa crônica para o pessoal que não mora em cidade litorânea. E eu mesma só estou me exibindo porque ainda está quente por aqui. Mas não se frustre! Faça a sua “BOA MANHÔ, sem culpa..

P.S.2: Como não houve alarde para este post, se alguém tiver entrado aqui, olá e boa leitura!

sábado, abril 09, 2005

SÓ PARA TIRAR O PÓ DO DESANUVIANDO.

Alguns versos de Fernando Pessoa:


"Não tenho ambições nem desejos.
ser poeta não é uma ambição minha.
É a minha maneira de estar sózinho."

"Quanto é melhor, quanto há bruma,
Esperar por D. Sebastião,
Quer venha ou não!"

"Nunca a alheia vontade, inda que grata,
Cumpras por própria. Manda no que fazes,
Nem de ti mesmo servo.
Niguém te dá quem és. Nada te mude.
Teu íntimo destino involuntário
Cumpre alto. Sê teu filho."

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