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quinta-feira, julho 31, 2003

ONDE ESTÁ?

Tudo bem a MUSA não aparecer para mim. Posso procurar um MUSO - de preferência, bonito como o Giannechini!!
Mas, olha lá, hein, Dona Inspiração, não deixe de fazer uma visitinha aos demais VIRAMUNDOS!! (o endereço deles é: www.osviramundos.hpg.ig.com.br)

segunda-feira, julho 28, 2003

Por problemas técnicos, hoje não será "postado" o texto para OS VIRAMUNDOS.

sexta-feira, julho 25, 2003

ELVIS VAI BEM COM TUDO...

Alguns amigos já me perguntaram pelo cachorrinho - aqueeele que acabou se apaixonando - , como anda o namoro dele, o que tem feito etc. Pois bem, embora a etiqueta peça para se deixar os pombinhos a sós, fui à rua paralela para dar uma espiadela - rima não intencional!

Os dois continuam lá: o Viramundinho - esqueci de contar: escolhi esse nome para o vira-lata, pois, além do "vira" em comum, ele tem o espírito de um viramundo! - e a "yorkshire", num dengo só!

E vocês não vão acreditar - nem eu acreditei na hora! Tive que esfregar os olhos para ter certeza do que estava vendo! -: quando passei por eles, em uma daquelas casas, começou a tocar a música "CAN'T HELP FALLING IN LOVE" do Elvis Presley. E, no momento em que o Elvis canta "TAKE MY HAND, TAKE MY WHOLE LIFE TOO", o Viramundinho colocou a patinha por sobre a patinha da "yorkshire".

"Oh! It's so romantic..."

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(e isto eu tinha que publicar!)

Ao contar esse episódio do Viramundinho para um amigo, este foi o comentário dele:

"- Cara, até o cachorro está se dando bem."

quarta-feira, julho 23, 2003

"CONCORRENZA SLEALE" À BRASILEIRA

O melhor do filme italiano CONCORRÊNCIA DESLEAL é justamente a briga entre os dois comerciantes de roupas que trabalham em lojas vizinhas. Um faz uma liquidação, por exemplo, e o outro, aproveitando a mesma propaganda - às vezes o mesmo cartaz ou a mesma idéia da vitrine - anuncia o seu desconto.

Pois, aqui, viajando por uma destas estradas do Brasil, passei por uma placa - ou melhor, uma cartolina - em que dizia: "VENDE-SE CÔCOS" (sic!!! estava escrito assim mesmo, como vocês bem já devem ter visto por aí­.).
50 metros adiante, havia outra cartolina:
"AQUI TAMBÉIM".

segunda-feira, julho 21, 2003

Texto da semana para OS VIRAMUNDOS (www.osviramundos.hpg.com.br)

(Continuação)
(Um pouco grande para poupar a quantidade de capítulos e aplacar a ansiedade.)

CAPÍTULO 3

Horácio – lembremos que ele nunca se olhou em um espelho, assim como todos os cidadãos daquela cidade não viam suas imagens desde o episódio da vidente -, agora com 11 anos, poderia brincar em qualquer outro lugar, como as demais crianças, mas quis o destino que justo ele aparecesse naquele terreno baldio.

Quando o nosso personagem viu aqueles pedaços de cerâmica amontoados, sentiu o que os franceses chamam de “frisson”. Ao princípio, sua mente de criança deslumbrou-se, como se diante de um brinquedo, mas seu espírito maduro percebera o inevitável daquele encontro. Estava ali toda aquela cerâmica intocada há anos e poderia continuar assim por mais tempo, porém Horácio a encontrou e sabemos que ele não é um garoto qualquer. Seu nascimento contara com a presença de uma profeta – charlatona ou não, isso veremos -; seu primeiro aniversário fora marcado por um incidente um tanto misterioso. Há pessoas que insistem em chamar de coincidências os fatos. Mas nesta história, nada ocorre por acaso. Nem mesmo o encontro de Horácio com os pedaços de cerâmica. Estava escrito (“Maktub”!)

Horácio começou a juntar os fragmentos. Havia muitos coloridos e ele, então, passou a aproximar o verde do azul do marrom do amarelo do vermelho. Passou horas agachado, brincando com as cores e, quando já estava tarde, teve que voltar para casa.

Ele foi, no entanto, sem desmanchar o que tanto mexia. E agora, leitores, vocês não podem ver, mas lhes digo o que o garoto fez: combinando as cores, reproduziu, em mosaico, a sua cidade. Cada detalhe estava ali: sua casa branca de janelas azuis, as demais casas, a padaria e a rachadura na parede, o bar e a infiltração,a igreja, a praça... porém, sem nenhuma pessoa.
Mas, já lhes adianto, no dia seguinte isso mudou.

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No dia seguinte...

Horácio disse para a mãe que ia brincar, mas, obviamente, ele iria para o terreno baldio.

No caminho, passou pelo chaveiro da cidade, um senhor humilde, que vestia uma camisa branca encardida, usava sandálias de couro e tinha sempre um sorriso sereno.

Horácio cumprimentou-o e, ao chegar ao local das cerâmicas, desfez o trabalho anterior e brincou novamente com as cores, mostrando, dessa vez, o chaveiro, tal qual ele era: alegre e sereno.
Outra vez escureceu e o menino foi para casa.

No outro dia, voltou para o seu canto, mas, tendo passado pelo bêbado da cidade, conhecido por fazer os outros sorrirem, desfez o chaveiro, acrescentou umas quatro cores e mostrou o bêbado como nunca o viram: sozinho e chorando... (Isso porque Horácio conseguia captar a alma dos modelos!)

Para abreviar, digo que Horacio passou dias assim: ia para casa e, no dia seguinte, passando por uma pessoa, gravava suas feições, voltava para o terreno baldio, desfazia o mosaico anterior e produzia o novo.

Em um dia qualquer, Alguém, passando por ali, ficou admirado com aquele trabalho. Resolveu passar no local outra vez e se surpreendeu ainda mais ao descobrir a idade do artista.

Esse Alguém, então, revelou para toda a cidade o talento de Horacio. E – vocês devem lembrar – como há anos não havia espelho na cidade, todos queriam um retrato em mosaico, feito pelo menino – ainda que a sinceridade da imagem desagradasse o ego de alguns.

Horacio ficou conhecido como O ARTISTA DO MOSAICO e, durante anos trabalhou com isso em um atelier que lhe deram.

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Mas eis que, quando ninguém mais se lembrava dos mistérios ocorridos e tudo parecia estar de acordo com a normalidade, entrou na cidade um vendedor ambulante.

Ele foi andando em direção ao atelier do Horacio e, em sua sacola, não havia outra coisa senão espelhos...

(Semana que vem será o último capítulo!)

domingo, julho 20, 2003

SUZANA E NELSON

Lamento saber que Suzana Flag é um dos pseudônimos de Nelson Rodrigues. Por causa disso, os dramas vividos por Suzana e relatados em MINHA VIDA - ROMANCE AUTOBIOGRÁFICO provocam risadas em vez de uma suposta comoção.

Nelson Rodrigues é um cínico - não exatamente no mau sentido -, além de ter uma imaginação fértil, fértil... - e além de ter bom gosto para time, detalhe que não tem nada a ver com o post de hoje, mas fica registrado mesmo assim.

sexta-feira, julho 18, 2003

Hoje o meu amigo Zander (do blog: www.quadrinhosetal.blogger.com.br) me deu uma sugestão para este blog. Como não estou muito inspirada, transcrevo a idéia dele:


Zed diz:
sabe, hoje eu quero dar uma sugestão para vc e seu blog...

Rê diz:
sim! dê, pois há dois ou trÊs dias não escrevo

Zed diz:
bom... sabe o q eu vi hoje, quando estava nas ruas?

Rê diz:
o q?

Rê diz:
um cachorro?!

Zed diz:
não... os ipês, floridos e roxos!

Rê diz:
ah...que lindo!

Rê diz:
é a época, né?

Zed diz:
sim!

Zed diz:
estavam MUITO BONITOS! só eram as flores, aquela árvore roxa, linda... aí eu pensei, quando vi: "caramba, se a Rebeca pudesse ver e colocar no blog dela, ia ser demais..."

(Bom, aí está a sugestão acatada!)

(Ou o Zander está contemplativo como eu, a Alessandra e a Eliete ou os ipês, nesta época do ano, estão realmente muito bonitos!)

terça-feira, julho 15, 2003

Uma das atrações do site OS VIRAMUNDOS (www.osviramundos.hpg.ig.com.br) é o FORUM. Há mais de 500 mensagens lá, desde a sua criação. Relendo, por acaso, mensagens mais antigas, encontrei estas palavras do amigo viramundo Magno:

"Mais sorriso e mais poesia, menos 'la pesada pesadumbre'!" (escrita no dia 20/11/02)

Para os viramundos, estou apenas relembrando essa frase; para os que visitam o "desanuviando", reforçando o lema do blog!

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Uma outra mensagem que encontrei, também transcreverei aqui. Foi escrita por Ledo Ivo, em 1947, no editorial
do primeiro número da revista ORFEU - a que impulsionou o Modernismo Português. Gosto dela, pois mostra como é o espírito jovem - aquele que em qualquer idade se deve buscar - : humilde, para reconhecer o pouco que sabe - diante do muito que ainda há por saber -, mas entusiasmado, para continuar "formando o espírito":

"Somos novos. E isso nos basta como uma certeza, porque nos define. Em uma revista de novos, não se pode exibir um espírito já perfeitamente formado, o esplendor de si mesmo, a gostosa suficiência do que se chama vulgarmente de ‘figura literária’. Enquanto formos novos, seremos inacabados." (colocada no Forum no dia 18/12/02)

(bom, e, de certa forma, justifica algumas imperfeções...!!)

segunda-feira, julho 14, 2003

Texto da semana para OS VIRAMUNDOS (www.osviramundos.hpg.ig.com.br)

(Continuação)

CAPÍTULO 2

-É menino! – grita da janela azul, o pai emocionado!

As mulheres da casa começam a chorar. Na rua, todos ficam contentes e, agora, além do cheiro de queijo fresco, surge um odor de doce de leite – são as cozinheiras da cidade preparando doces para presentear a nova mamãe.

Na igreja, vê-se as senhoras devotas rezando Ave-Maria e, no bar, os bêbados fazem novo brinde ao bebê.

Há um clima de festa e, por toda a rua, ouve-se o choro do mais novo cidadão.

E envoltos em tanta alegria, ninguém percebe a vidente, sempre trajada de preto, entrar na casa branca de janelas azuis...

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(De agora em diante, vocês não mais assistirão às cenas desta história em tempo real; terão que confiar no que lhes contarei!)

-Escutem o que digo – sussurrou friamente a vidente - : Afastem-no de todo espelho. Quanto mais opacos forem os objetos desta casa, mais anos viverá o seu filho.

Com exceção da viúva da casa amarela, todos se diziam livres de superstições. Mas vai que a profecia esteja certa e o menino tenha algum Karma com relação aos espelhos. Não querendo arriscar, essa cidade mineira queimou todos os espelhos e objetos que refletem a imagem. Até o dono do bar, um português vaidoso com o seu topete, teve que destruir o espelhinho de bolso.

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Então as casas foram mobiliadas com móveis de madeira e todos os enfeites e louças, feitos de cerâmica.

Mas, por algum mistério, no dia em que o garoto completou 1 ano, às 6 horas da tarde, enquanto se ouvia a Ave-Maria, tudo o que era de cerâmica se espatifou e os moradores, assustados, jogaram os estilhaços num terreno baldio, esquecendo de queimá-los.

Por um outro mistério, dez anos depois, o garoto – passaremos a chamá-lo pelo nome, que é Horácio – foi brincar no tal terreno baldio e encontrou aqueles pedaços.

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Como vocês verão na próxima semana, a vida de Horácio e da cidade nunca mais serão (foram) as mesmas.

(Continua...)

domingo, julho 13, 2003

MAIS FELICIDADE (!):

"La felicidad no se da en la posada, sino en medio del camino" (Don Quijote)

sábado, julho 12, 2003

O bom de ler frases soltas é que podemos até não concordar com o que o autor diz, mas, com certeza, iremos refletir sobre algum tema.

Hoje, por exemplo, proponho uma reflexão sobre a FELICIDADE:

"La felicidad consiste en tener buena salud y mala memoria: es decir, en la capacidad para pasar las páginas negativas del pasado, lo que indica buena salud mental." (Enrique Rojas, psiquiatra espanhol)

sexta-feira, julho 11, 2003

RELÍQUIA

De repente, num canto reservado às coisas obsoletas, como cartas, apostilas de estudo do DOS, etc, você encontra uma fita VHS, coloca-a no vídeo e descobre gravado o filme TESTEMUNHA DE ACUSAÇÃO - aquele em preto e branco, com a Marlene Dietrich. Quem já viu o filme – ou leu o livro, que é da “rainha do crime”, Agatha Christie; tanto o filme quanto o livro são ótimos, como, aliás, todos os livros dessa inglesa e todos os filmes inspirados na sua obra – sabe que essa descoberta é motivo de entusiasmo.

Então você começa a assisti-lo e, mesmo sabendo o final – que eu não contarei, não se preocupem! -, tem aquela sensação agradável de estar diante de algo conscientemente valioso, uma verdadeira relíquia.

Depois disso, o que estava tratado como obsoleto – uma das "palavras-pesadelos" dos nossos tempos – será reconsiderado, provocando comentários nostálgicos, do tipo: “ah! Naquele tempo se faziam bons filmes” – sem que a pessoa que pronunciar tal saudosismo tenha, necessariamente, vivido “naquele tempo”.

Bem, e embora a vontade seja a de contar o enredo, não me prolongarei. Apenas transcreverei a frase do filme que, hoje, mais me chamou a atenção. É do astuto, e desconfiado advogado Sir Wilfrid Robarts:
“Tudo está simples e claro. Demasiadamente simétrico.”

quinta-feira, julho 10, 2003

Gostei desta frase, mas não sei de onde ela é. (Parece que é uma expressão inglesa)

"ATRAVESSAREMOS ESSA PONTE QUANDO CHEGARMOS A ELA."

quarta-feira, julho 09, 2003

UMA REAVALIAÇÃO

Há uns dois meses saiu a lista dos melhores atores de Hollywood. Não lembro quem os elegeu, mas os três primeiros colocados foram: Al Pacino, em primeiro lugar; Robert de Niro, em segundo; e Tom Hanks, em terceiro.

Não há dúvida de que eles são ótimos. No entanto, numa opinião bem pessoal, elegeria o Tom Hanks como o melhor de todos.

O Al Pacino é um dos grandes, mas depois que você o vê em O Poderoso Chefão, é a imagem daquele mafioso que lhe vem à cabeça. Até no filme O Advogado do Diabo, parece que ele, no papel do capeta, vai falar para o Keanu Reeves: “it´s not personal; it´s business”.

Já o Robert de Niro se sai tão bem em drama quanto em comédia. Mas serei sincera: quando assisto a Máfia no Divã ou Entrando numa Fria – comédias engraçadíssimas – penso: “Veja, é o Robert de Niro num papel cômico”.

Pode parecer meio ilógico, mas vocês já entenderão o que quero dizer.

O Tom Hanks é de tamanhos talento e flexibilidade que, somente em último instante, você se lembra dele, ator. Antes, é o seu personagem que está vivo. É o Allen, o Walter, Josh, Ray, Sam, Andrew, Forrest (running!!), Jim etc… Num momento você o vê magro, pálido, com o vírus HIV. Você se convence de que ele é um ótimo ator e, ao anunciarem o seu próximo filme, quer assisti-lo, pensando, ainda, no último papel. Mas, quando começa o novo filme – digamos que seja uma das comédias românticas mais gostosas de todos os tempos: Sintonia de Amor -, você já não se lembra, naquele instante, do homossexual, e sim do Sam, o viúvo, com um filho, que se apaixona por uma desconhecida. E você sai pensando: “nossa! Como ele é bom em filmes românticos!”. Conclusão: ele é bom em qualquer tipo de filme! Será sempre difícil dizer em qual estilo ele se sai melhor – o que não acontece com o Al Pacino e o Robert de Niro.

É por isso que, na minha lista, o Tom Hanks é o favorito e ocupa o primeiro lugar!


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TERÇA, 08 JUL 2003
Ih, me meti numa emboscada...Este negócio de escrever historinha... não sei se vai dar certo...

Meus cinco fiéis leitores, mais do que nunca, não me abandonem!

E falando em histórias, isto eu li no DON QUIJOTE:

"debiendo ser los historiadores puntuales, verdaderos y no nada apasionados, y que ni el interés ni el miedo, el rencor ni la afición, no les hagan torcer del camino de la verdad, cuya madre es la historia, émula del tiempo, depósito de las acciones, testigo de lo pasado, ejemplo y aviso de lo presente, advertencia de lo por venir"

Bem razoável, né?! Deveria ser refletido pelos historiadores...mas não necessariamente pelos narradores, contistas...estes estão livres para abusar da imaginação!
Bon soir!

segunda-feira, julho 07, 2003

Texto da semana para OS VIRAMUNDOS (www.osviramundos.hpg.ig.com.br)

CAPÍTULO 1

A época é por volta de 1900 e o local é no interior de Minas Gerais. Esses detalhes bastam, pois há, no imaginário de cada um, um pedacinho do interior mineiro: casas simples, com portas e janelas abertas, ruas estreitas, pedrinhas nas ruas – e um possível poeta cismando com elas -, homens humildes trabalhando, mulheres devotas rezando, cachorros correndo atrás do açougueiro, crianças brincando no córrego, namorados na praça e, claro, um cheirinho de queijo fresco no ar...

Agora enfoquemos aquela casa branca, de janelas azuis. Há um certo alvoroço ali: pessoas entrando e saindo, agitadas. Vindo nessa direção está o padre com um terço na mão. Ué? Terá alguém morrido? Iniciaremos a história com uma morte? Isso está fora de ordem...Oh! Acalmemo-nos! Aí vem, puxada pela preta da casa, a parteira da cidade. Que bom! Começaremos do começo, com um nascimento!

(Continua...)

domingo, julho 06, 2003

NECESSÁRIO

O que estava publicado neste espaço acaba de ser censurado pela própria bloguista, que ora escreve, por ir de encontro à proposta deste blog: desanuviar!
Portanto, quem leu, leu; quem não leu, nada perdeu!
E, encerrando com essa rima, não se fala mais nisso.

sábado, julho 05, 2003

O DUELO *

Estavam no ringue o Otimismo e o Cepticismo**. Para poupar-nos dos detalhes da luta – lutas de boxe são entediantes até para descrever -, o Otimismo resistiu o que pôde, mas acabou sendo nocauteado pelo Cepticismo.

Os torcedores do derrotado, temerosos pela exaltação pouco saudável dos torcedores campeões, trancaram-se em suas casas, enquanto as ruas foram invadidas pelos cépticos. Esse episódio da História ficou conhecido como “A ONDA DE CEPTICISMO”.

* Livro de Rebeca Miscow, que chegou às prateleiras das livrarias e teve que se defrontar com o “Duelo: Churchill X Hitler”. Obviamente, este entrou em derrocada e o “Duelo” por si só, sem Churchil e sem Hitler, virou “best-seller”!!

** Usei o Cepticismo para ser adversário do Otimismo, pois geralmente aquele já engloba outros antônimos deste, como, por exemplo, o negativismo. (Apenas um comentário: o céptico, às vezes, é pior que São Tomé: nem vendo acredita.)


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O perigo da “onda de cepticismo” é que ela começa a agir de forma peculiar em cada indivíduo, dando origem à...

ONDA DE AUTO-CEPTICISMO

Usemos algumas metáforas: você toca um instrumento há algum tempo. Já sente uma certa habilidade, mas sabe que ainda falta um longo caminho para se tornar um artista. Isso poderia te fazer desistir da caminhada, mas lá vem o seu teimoso otimismo a te incentivar a continuar. Ok! Você continua. E para se convencer de que vale a pena prosseguir, você busca parâmetros. Então encontra alguém que já toca esse instrumento há mais tempo e está a um passo de se tornar um artista. E você vê que ele está sempre afinando seu instrumento e sempre se aperfeiçoando. O esforço dele, a dedicação para com o seu “ofício-lazer”, torna-se uma inspiração para você e outros aprendizes.

Mas o que fazer – ou o que pensar – quando esse aluno mais adiantado, que parecia tocar o instrumento sem nenhuma hesitação, revela passar por momentos de insegurança? Já imaginou se essa onda de auto-cepticismo se espalha por aí e mais nenhum artista se arrisca a se expressar e a se aperfeiçoar?

Procuro não ser dramática, mas a imagem que me vem disso é a de dias sombrios: ruas desertas – ou com aqueles cépticos exaltados -, árvores ressecadas, pássaros mudos e, em conseqüência, nenhuma melodia.

Um pavor, sem dúvida!

(Quem tem "banda" deve se lembrar disso!)

sexta-feira, julho 04, 2003

Ouve-se de tudo em um ônibus coletivo. Hoje presenciei este episódio:

Estavam a mãe e as duas filhas em silêncio. De repente a filha mais velha perguntou:
- Mãe, qual é mesmo o nome daquele filme em que o espírito do namorado aparece para a namorada?
- Ghost - respondeu a mãe.
E a mais nova, distraidamente, acrescentou:
- O fantasminha camarada!

quinta-feira, julho 03, 2003

DECORAÇÃO NATURAL

Uma amiga, de uma cidade do interior de Santa Catarina, estudante de Desenho Industrial, contou-me, fascinada, sobre sua recente viagem à Brasília.

Em dois dias, ela conheceu todas as construções peculiares da capital do Brasil e ficou deslumbrada com o planejamento dos “bairros” – na verdade: “quadras” -, a organização das ruas, a arquitetura de alguns prédios e dos pontos turísticos, como o Teatro Nacional, o Congresso, a Catedral, a ponte JK, a UnB.

Imagino que Brasília seja realmente uma maquete fabulosa para estudantes de arquitetura, design gráfico, desenho, engenharia. Mas engraçado: as melhores recordações que tenho de lá são o céu, o verde da cidade – lá vou eu com o meu lirismo! – e, claro, de amigos que foram parar nessa cidade por alguma misteriosa imposição do destino.

Aliás, quando comentei sobre isso – especialmente sobre o céu da capital – com alguns colegas, vejam quais foram os comentários que recebi:

“Concordo inteiramente com você: o céu de lá é mesmo bonito.” (um paulista)

“Até eu que tinha restrições à cidade e planejava voltar pra terrinha, já me rendi aos encantos naturais de Brasília” (uma goiana)

“(...) e como o Eixão fica lindo na primavera, quando as árvores florescem ou até mesmo na seca quando os ipês enchem de flores roxas e amarelas nossos olhos...” (uma brasiliense com olhar poético)

Ou seja, sem pranchetas, sem maquetes – e longe das fofocas políticas! Somente o toque artístico da Natureza.

terça-feira, julho 01, 2003

Hoje é um daqueles dias em que é melhor ouvir outras pessoas. Que tal ouvir alguns versinhos da Cora Coralina?

"Não te deixes destruir...
Ajuntando novas pedras
e construindo novos
poemas.
Recria tua vida, sempre,
sempre.
Remove pedras e planta
roseiras e faz doces.
Recomeça.
Faz de tua vida mesquinha
um poema
(...)"

(do poema ANINHA E SUAS PEDRAS)

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