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sexta-feira, março 30, 2012

OS PERSONAGENS DA JANE AUSTEN JAMAIS FARIAM UMA COISA DESTAS. OS LEITORES DA DIGNÍSSIMA TAMBÉM NÃO. - ou: conclusões a que cheguei lendo o livro  Aprendi com Jane Austen - como seis romances me ensinaram sobre amor, amizade e as coisas que realmente importam, de William Deresiewicz.
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(foto retirada do blog do Reinaldo Azevedo).

Estava tomando o meu chá das cinco (brincadeira! estava tomando uma tigela de açaí com granola e banana! hum...) quando vi essa foto. Comentei com o meus botões: "o tempora, o mores! Cadê a educação desse guri? Cuspir em velhinhos não se faz! Que coisa feia!" E antes de sorver outra colherada do meu delicioso açaí, meneei a cabeça de modo melancólico, dizendo aos botões: "Os personagens da Jane Austen jamais fariam uma coisa dessas..."
É, porque os personagens da digníssima, por mais vis que fossem, eram incapazes de perder a classe, incapazes de perder a elegância - tão sumida nos nossos dias.
E fora que, cá entre nós e os meus botões: é ridículo um garoto se inflar todo por uma causa que nem é a causa da época dele (vejam a notícia no blog do Reinaldo) - pode ter sido a causa do seu professor de história da faculdade, mas esse professor já tem uns 60 anos... 
Se eu fosse a mãe desse guri, eu lhe diria para estudar, trabalhar, ter humildade (*) e...ler Jane Austen!
Não estou brincando. Agora, quem me reforça essa convicção de que Jane Austen ajuda a formar o ser humano é o William Deresiewicz.
Explico melhor!
Acabo de começar a leitura deste livro:




















E já não consigo mais largá-lo. Ainda estou no primeiro capítulo, mas é desses livros que entram para a lista de "melhores livros do ano", sem dúvida. Ele é bem escrito, além de profundo no conteúdo. É um desses livros que eu sublinho bastante e, quando não estou com lápis, faço as orelhas de burro pra marcar as passagens de que mais gosto. E olha: tem muuuitas passagens boas!
Nesse primeiro capítulo, Deresiewicz conta como ele, um arrogante acadêmico do curso de letras, afirmava que jamais leria Jane Austen por se tratar de uma literatura baixa,"de mulherzinha". Até que um professor o obrigou a ler EMMA. "Emma? Aquela garotinha fútil, aquele livro que só conta fofoca?", desdenhou William. (First impressions, diria a digníssima...)

William Deresiewicz iniciou a leitura brigando com o livro, rogando pragas à autora e querendo cometer harakiri! Mas...aos poucos, ele foi percebendo:

Tinha verdades muito importantes a contar, mas as ocultava em embalagens modestas. Sua "pequenez" era na verdade uma ilusão de óptica, um teste. Jesus falava em parábolas de modo que seus discípulos tivessem de fazer um esforço para entendê-Lo. A verdade, como Ele bem sabia, não pode ser compreendida de outra maneira. Austen me fez lembrar de algo que Platão disse a respeito de seu grande mentor, Sócrates, que também ensinava por meio de histórias: "Suas palavras eram ridículas quando ouvidas pela primeira vez, porque ele falava de pés de chinelo, ferreiros, sapateiros...de tal modo que gente ignorante ou sem experiência pode se sentir propensa a rir dele; mas quem vê o que está dentro descobrirá que elas são as únicas palavras que fazem sentido, e contêm a sabedoria divina."

O interessante do livro é que, além de ir percebendo o valor da obra da Jane Austen, Deresiewicz conta que ele também vai mudando. É como se ele estivesse cego em sua soberba juvenil, se achando esperto por querer mudar o mundo, e começasse a notar o mundo ao seu redor, as pessoas, a água molhada, o céu azul...Ou seja, Jane Austen lhe ajuda a abrir os olhos para a realidade e, mais ainda, a amar a realidade em que se encontra, a respeitá-la, a levá-la a sério.  E levando a vida a sério, ele começa a levar a sua própria vida a sério. 

Neste trecho, o autor faz um depoimento que me emocionou - estava dentro do ônibus e tive que me controlar (Pode ter acrescido o fato de que, minutos antes, tive duas notícias que me emocionaram, notícias que mostram como a nossa realidade já tem seus próprios dramas, alegres e tristes: a de um casal que está se reconciliando, depois de uns trinta anos casados e uns dois anos separados e a de uma boa amiga da família que acaba de receber a notícia de que terá que enfrentar uma doença.):

Prestar atenção nos "mínimos detalhes" é perceber sua vida enquanto ela está passando, antes que ela passe. Mas compreendi que também é algo mais. Ao falar de seus pequenos assuntos do dia a dia (...), os personagens de Emma nada mais estavam fazendo que se agarrar à vida. (...)
Mais uma vez, era Emma quem tinha problemas com isso. (...) ela estava em busca de ação e aventura, mas tudo que acabava fazendo era se afastar das pessoas a seu redor. E, em consequência, se afastou de si mesma. (...) Tal como eu, ela era insensível. Não era capaz de sentir o que sentia, ou de saber o que queria. 
Mas Emma finalmente aprendeu que a vida cotidiana não é somente mais prazerosa - e mais dramática - do que ela poderia ter imaginado, é também mais prazerosa e mais dramática do que qualquer outra coisa que ela imaginara, quaisquer de suas tramas ou fantasias. Com estas, ela apenas brincava de sentimento. Mas é na velha vida aborrecida e trivial do dia a dia que reside verdadeiramente o sentimento. (...)
A vida de Emma finalmente se tornou real para ela, e lendo a respeito de sua vida senti a minha finalmente se tornando real para mim. Não dava mais para passar meus dias feito um sonâmbulo. Ler Emma, ser levado a considerar as vidas de personagens como Harriet Smith e Jane Fairfax com a mesma seriedade com que eles próprios o faziam - não as vidas repletas de emoções de heróis e heroínas, com as quais era tão agradável se identificar, ou as vidas glamourosas de celebridades, cuja leitura trazia tanto divertimento, ou as vidas impressionantes de alguns dos figurões com quem eu me dava, ainda que remotamente, e que me faziam sentir importante, mas as vidas de todos os dias de gente comum, que têm importância pelo simples motivo de que são vidas - fizeram com que eu finalmente começasse a levar minha própria vida a sério.
Não que eu não tivesse levado sempre a sério meus planos e minhas altas ambições - claro que tinha. O que não levava a sério eram os pequenos acontecimentos, os breves instantes de sentimento, dos quais, afinal, minha vida consistia.
(...)
Se comecei a levar minha vida a sério pela primeira vez, também comecei a levar o mundo a sério. Mais uma vez: eu teria ficado surpreso com a ideia de que não levava com a seriedade devida. Eu não me preocupava sempre com as grandes questões - da política, da justiça social, do futuro? (...) Austen me ensinou um novo tipo de seriedade moral - ela me ensinou o que significa de fato seriedade moral. Significa assumir a responsabilidade pelo pequeno mundo, não o grande. Significa assumir a responsabilidade por si próprio.
Depois que li Emma, minha vida começou a adquirir uma sensação de solidez que eu nunca havia experimentado antes. Foi como um desses momentos memoráveis em que olhamos para o mundo à nossa volta e o vemos efetivamente pela primeira vez, sentimos sua presença como uma realidade e não apenas como um punhado de conceitos: a água é realmente molhada, o céu é realmente azul, este mundo é realmente o único que temos. (...)

Vejam, eu ainda estou no primeiro capítulo e já comentei tudo isso com vocês. Ainda tem muitas outras coisas que quero compartilhar aqui, tamanha a riqueza desse livro. Desde já, recomendo ele para todos: para quem ama Jane Austen e para quem acha que Jane Austen é "literatura baixa, de mulherzinha". 
Recomendo, também, para quem está querendo ler um livro de alta ajuda. O testemunho de William Deresiewicz sobre as mudanças por que passou após o seu encontro com Jane, trazem sábias lições que podemos usar em nossas vidas!

(*) Bom, se eu fosse a mãe desse guri, eu diria um monte de coisas, no melhor método jesuítico de repetição, até ele aprender: dar bom dia às pessoas, incluindo o motorista e o cobrador do ônibus; dar lugar aos mais velhos no ônibus; dizer "obrigado"; dizer "por favor"; sorrir; não ser "azedo", nem grosseiro com as pessoas; saber se comportar socialmente etc, etc, etc
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Esse depoimento de William Deresiewicz me lembrou de uma pequena oração que tenho no mural do meu quarto, que diz assim: 

Querida Santinha de Lisieux, fazei que sejamos sempre simples e saibamos valorizar a missão que o Senhor nos dá dentro da realidade em que nos encontramos.

Acho importantíssimo o que está contido nessa oração porque ter sonhos de grandeza é fácil; difícil mesmo é viver o dia-a-dia, cumprindo a nossa Missão, com suas missões diárias - ainda que, aparentemente, possam parecer insignificantes.
(Um adendo: Santinha de Lisieux é Santa Terezinha. Dizem que foi a santa mais simples e mais sábia de todos os tempos.)

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Ah! Viram por que um leitor da Jane Austen jamais cuspiria num velhinho? 

Bom, mas se ler Jane Austen é exigir muito, bastava ler, pois nem isso o brasileiro está fazendo. É o que diz a pesquisa feita pelo Instituto Pró-livro. Vejam aqui. (O tempora, o mores...).

quinta-feira, março 29, 2012

RECEBI UM EMAIL DA MINHA PRIMA QUE ESTÁ TENTANDO SE LIVRAR DO PECADO DA GULA (GRAÇAS À INTOLERÂNCIA À LACTOSE). ME MATE DE RIR:
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Olha, confesso q minha caminhada em direção ao combate ao pecado da gula deu vários passo hj (de ré! kkkk): comi várias colheres d doce d nata! até enjoar! kkkk mas amnh vou à nutróloga confessar o pecado... kkkkk

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segunda-feira, março 26, 2012

TEXTO DE 1982 (!), PUBLICADO NA REVISTA SELEÇÕES, QUE UM GRANDE AMIGO ENVIOU. VALE A PENA LER!



O HOMEM   “ATUALIZADO”  NÃO  SABE   DE  NADA.
(Daniel J. Boorstin) 
  
Os bem informados entopem a cabeça com dados e histórias à toa, deixando pouco espaço para os conhecimentos de que realmente precisam.

         Há uma inflação de que ninguém fala e que dispersa a nossa mente. Chama-se “informação”. De manhã à noite, a informação inflaciona o nosso espírito, enche o nosso cérebro e impede-nos de refletir sobre os problemas do nosso tempo. Na TV e no rádio, nos jornais da manhã e nas leituras por computador, inconsistentes “pedaços” de informação inundam-nos e confundem-nos. Este dilúvio de mensagens daqui e dacolá acaba preenchendo cada recanto do nosso consciente e simplesmente expulsa o conhecimento e a compreensão.

         Enquanto o conhecimento é metódico e cumulativo, a informação é lançada ao acaso, e heterogênea. Acaba que as indústrias de informação tranqüilamente florescem, enquanto as nossas indústrias de conhecimento (escolas e bibliotecas), estas andam de rastro.

         Facilmente esquecemos que o livro é talvez o maior triunfo da tecnologia. Traz até a nossa cabeceira ou o nosso escritório as próprias palavras de Homero, de Platão, de Maquiavel, de Dickens. A partir de Gutenberg, os mortos puderam falar... para milhares, depois para milhões de pessoas. “Se a invenção do navio foi considerada tão nobre”, como em 1605 anotou Francis Bacon, “pois que transportava riquezas e bens de um lugar para outros”, devemos exaltar muito mais os livros, “que, tal como os navios, atravessam os vastos oceanos do tempo, e fazem  que épocas tão distantes partilhem o saber, as descobertas e as invenções uma das outras. “Os livros têm sido a memória coletiva, o catalisador e o incentivo para grande parte do saber da raça humana.

         Passando em revista algumas das características dos livros, podemos descobrir a natureza particular que distingue o conhecimento, da informação:

         Os livros perduram. Muito depois de os jornais de hoje terem forrado as nossas latas de lixo, os livros de hoje continuarão nas nossas estantes, como dádivas bem-vindas. A literatura, empregando a frase de Ezra Pound, é “notícia que continua sendo notícia”. Em contrapartida, os triunfos dos nossos meios de informação são os seus furos jornalísticos, que, numa corrida louca, nos trazem “notícias” uns antes dos outros. Enquanto os livros, que são veículos do saber, permanecem pela sua durabilidade, os meios de informação simplesmente assentam no efêmero.

         Os livros são cumulativos. Um novo livro de Saul Bellow dá-nos vontade de ver os seus outros romances. Quando lemos a história universal de Arnold Toynbee, queremos saber o que H. G. Wells ou Oswald Spengler tinham a dizer. A obra de Einstein incita-nos a ler Newton, Galileu, Copérnico e Ptolomeu. O conhecimento novo se soma ao antigo. Já a informação mais recente desloca a precedente; o jornal de hoje nos lembra simplesmente como o de ontem estava errado ou incompleto.

         Os livros têm um objetivo. Um livro fala-nos de uma coisa. Os meios de informação falam-nos de tudo. As bibliotecas catalogam os seus livros por assuntos, mas os nossos jornais e noticiários giram normalmente à volta de quando, não do quê. Cobrem absolutamente tudo que tenha acontecido desde ontem.

         Os livros constroem uma tradição. Eles são os marcos da civilização. Enriquecemo-nos ao descobrir e redescobrir os nossos grandes livros e, depois, quando escrevemos livros melhores, que atinjam mais pessoas, de modo mais profundo e mais duradouro.

         É evidente que todos precisamos de informação. Precisamos dela enquanto cidadãos, pais e consumidores. Os nossos cientistas e tecnólogos precisam dela para se manterem atualizados, para preservarem as suas faculdades intelectuais, para não terem de inventar de novo a roda. A informação protege-nos dos ditadores, dos tiranos e dos escroques.

         O problema não é que a informação seja inútil, mas sim que ela se espalhe demasiado depressa e nos faça submergir. Pior ainda, este tipo de informação torna-se um vício. A nossa sede de informação, por seu lado, a faz proliferar.

         Como conseqüência, desenvolveu-se nossos tempos uma espécie humana muito particular, já não Homo sapiens, mas Homo atualizadus, maravilhosamente bem informado, mas lamentavelmente ignorante. Ele conhece os tiques dos presidentes, as gafes das celebridades, as ameaças das subidas de preço da OPEP; mas pode sentir-se inteiramente perdido nos meandros do conhecimento, da política exterior, da economia ou da tradição política.

         A minha receita pessoal contra esta inflação em nossa massa cinzenta baseia-se na premissa de que o valor de qualquer informação é geralmente determinado pelo tempo que medeia entre a sua concepção e a sua publicação. Isto significa que, normalmente, os livros têm mais valor que as revistas; estas, mais valor que os jornais; e estes, mais valor que os noticiários de TV ou de rádio.

         Cada um de nós pode iniciar um programa para se livrar do vício da informação, deixando de ler o jornal de vez em quando e não vendo o telejornal durante um dia ou dois, passando progressivamente a ler o jornal e a ver as notícias na TV apenas uma vez por semana. Em substituição, pode-se ler um semanário noticioso. Em breve, você descobrirá que cada vez sente menos a falta das doses de notícias intercalares, e acabará mesmo por não sentir falta nenhuma delas. Enquanto isso, poderá encher o seu consciente com saber, lendo mais livros!

       ( artigo publicado na revista Seleções do Reader  Digest, em dezembro  de 1982, portanto, há quase trinta anos, porém, sempre atual ).

sexta-feira, março 23, 2012

PEQUENA HOMENAGEM À MINH'ALDEIA, EM SEU 286º ANIVERSÁRIO,

por me acolher com flores, mar e inúmeras possibilidades de crescimento!






















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FRASE DO DIA
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Todos querem um beijo, até mesmo os filósofos.
 (sábia reflexão feita pelo personagem de Fred Astaire, no filme CINDERELA EM PARIS)
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Aliás, este filme, CINDERELA EM PARIS (título original: Funny Face), é estrelado também pela charmosíssima Audrey Hepburn. Minha mãe ganhou um box para colecionadores, com vários filmes da atriz, e eu já afanei peguei emprestado. Domingo, depois da minha alforria, pretendo começar uma "temporada com Audrey Hepburn". 
 Qualquer coisa interessante, venho comentar aqui.












(Cena do filme CINDERELA EM PARIS. É logo depois desse beijo que o Fred Astaire faz o tal comentário. Para quem não viu o filme: a personagem da Audrey Hepburn vivia rodeada pelos livros e sonhava em ser filósofa. Fred Astaire, que faz o papel de um fotógrafo de revista de moda, vê na personagem de Hepburn uma modelo em potencial, pronta para ir a Paris, se entranhar no mundo da moda. Nota: Quem começar a ver esse filme, vai notar muita familiaridade com o filme O DIABO VESTE PRADA.)
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COM OS BOTÕES:
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- Ai, esses deliciosos filmes antigos...
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terça-feira, março 20, 2012

COM OS BOTÕES E O PROCESSO
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Estudando (muito) Direito esses dias, me lembrei do livro O PROCESSO, do Kafka. Porque há críticos que consideram esse livro uma denúncia à burocracia do Direito e da vida moderna. Estão certos, mas não tanto. O Processo é isso, mas não só isso. É rasteiro demais pensar que um bom livro possui somente uma camada de interpretação. O bom livro, quanto mais é lido, mais vai revelando suas camadas. Por isso que dizer isso sobre O PROCESSO pode estar certo, mas está incompleto. O PROCESSO ainda tem várias outras camadas...

Mas hoje, pensando justamente nessa camada mais superficial do livro do Kafka, comentei com os meus botões: e se Josef K., em vez de se encontrar "preso" na burocracia estatal, estivesse "preso" pela imprensa? Porque, sinceramente, a agonia por que passa Josef K. deve ser mais parecida com a agonia de quem vê seu nome na imprensa de forma injusta. Então pensei numa adaptação na história escrita por Kafka: Josef K. acorda e não aparece ninguém para o prender. Em compensação, ele abre o jornal e vê seu nome ali, estampado, com uma notícia que não condiz com a realidade. Na verdade, é uma notícia mentirosa e infame, cheia das perigosas meias-verdades. Josef K., inconformado, vai atrás da notícia e percebe que ela já se alastrou. Ainda esperançoso, ele bate de porta em porta, tentando explicar que "não foi bem assim como mostraram", mas, quando ele ainda está esclarecendo os fatos no seu quarteirão, a notícia já se espalhou pelo mundo. Danado...
 
Uns meses depois, Josef K., já resignado com a notícia que veiculara seu nome, se depara com outra notícia. Essa notícia é o oposto da anterior, mas também não condiz com a realidade. Novamente, Josef K. vai atrás, tenta se esclarecer pra quem pode, processa a impressa, mas é tudo em vão: ele já está preso nos meandros da imprensa e não consegue mais sair da mira dela. Ninguém o prende fisicamente, ninguém o pega pelos braços, mas ele já está de braços atados. Cada hora é uma notícia, com uma "verdade" que ele não consegue desfazer. THE END.

Que agonia essa história, né?! Por isso que eu acho que, dentre as interpretações "rasteiras" de O PROCESSO, deveriam considerar Josef K como uma vítima da imprensa.
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Ok, ok...não vou encerrar o post dessa forma crua e deixar vocês irem dormir desesperançosos. Como não sou Kafka, o meu Josef K. teria uma esperança: se metamorfosear! Se o meu Josef K virasse inseto, como o Gregor Samsa virou, ele não se assustaria, mas sairia voando por cima de toda essa sujeirada da imprensa.
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segunda-feira, março 19, 2012

COMENTÁRIO FEITO PELA MINHA PRIMA, logo após descobrir que também sofre do mal do século (*):
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- Deus quer que eu evolua e abandone de vez o pecado da gula. Só assim pra eu deixar de comer chocolate e mousse de limão.
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(*) Me refiro à intolerância à lactose.
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P.S.: Segundo a minha nutricionista, somente os alemães puros não sofrem desse mal. Os alemães "misturadinhos" e as demais 'raças', todas sofrem, em maior ou menor grau de intolerância.
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domingo, março 18, 2012

# PROBLEMAS NA CONFIGURAÇÃO #

Queridos leitores, estou tendo problemas com a configuração dos posts grandes (como no post de ontem, por exemplo). Entre a data do post e o início do texto fica um espação, que não estou conseguindo suprimir. (Quando não é o espaço que fica entre o texto e a foto.). O Blogspot mudou suas configurações, e ainda não consegui me adaptar a elas. Alguém sabe como resolver esse problema?

Bom, mas enquanto não resolvo isso, atentem: quando tiver um espaço bem grande após o texto, abaixem a tela para encontrar o texto ou a foto que segue.

Um ótimo domingo a todos!
Rebeca Miscow
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sábado, março 17, 2012

GLORIOUS SAINT PATRICK! 
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Acordei hoje pensando no glorioso Saint Patrick, o santo que mais prontamente atendeu os meus pedidos! Como não ter uma gratidão e um carinho enormes por ele? 
Sei que o abusadinho do Leprechaun já anunciou aqui: hoje é um GRANDE dia porque é DIA DE ST PATRICK! A Irlanda está em festa, e meu espírito também! Mas, para minha surpresa... meu quarto também estava em festa. Só fui tomar o meu café-da-manhã e, quando voltei para o meu quarto, vejam o que encontrei:
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Tomei o maior susto! Meu cristão (St. Patrick) e meu pagão (Leprechaun) na maior alegria, ouvindo música e bebendo Jameson
- O que é isso?!? Como vocês acharam essa bebida?, lhes perguntei.
E, como não poderia deixar de ser, foi o danado do Leprechaun quem respondeu: 
- Fui procurar ouro nesta casa, mas não encontrei. Em compensação, achei esta valiosa bebida das minhas terras. Relaxa, Rebeca, hoje é dia de festa!
Fiquei sem palavras. Normalmente, é assim que fica o meu Leprechaun:
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bem quietinho, cuidando de vários livros meus sobre a Irlanda.
Então, resolvi relaxar e permitir a bebida no meu quarto. Só hoje, hein, Leprechaun?!
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Cá entre nós, talvez ele sinta saudades de sua terra. Então, merece uma dose de Jameson
- To St Patrick!
- To St Patrick!
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Mas, brincadeiras à parte, deixo, no Desanuviando, minhas homenagens e devoção ao querido St Patrick:
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Também aproveito para reforçar minha (minha mesmo, de minha autoria!) poderosa oração a St Patrick, que fiz ano passado, acrescentando (em negrito) algumas coisas para este ano:
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Querido Santinho,
peço que expulse de meu caminho todas as cobras: as falsas, as grosseiras e as que armam ciladas. Ou seja, todas as 'víboras' que possam me incomodar.
Expulse-as todas, mas me
deixe a 'prudência da serpente', tão importante para a caminhada da vida.
Peço, também, que eu nunca me torne uma cobra venenosa para as pessoas. E que o meu espírito seja simples como o dos pássaros.
Que eu siga o seu exemplo, na confiança e entrega a Deus, para jamais me angustiar com o futuro.E, se não for pedir demais, e se o Senhor me achar merecedora, que eu possa voltar várias vezes à Ilha Esmeralda, minha ilha dos sonhos e das saudades!
Amém.
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p.s. para o santinho: tenho outros pedidos, que estão no meu coração. O senhor os consegue ler. Deposito, então, minha confiança no senhor, para que os realize também, em nome da Santíssima Trindade!
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Para encerrar minhas homenagens do dia aqui no blog, deixo esta belíssima canção-oração Hail Glorious St. Patrick. Embaixo do vídeo, a letra da música:
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HAIL, GLORIOUS ST. PATRICK

 (words: Sister Agnes / tune: ancient Irish melody, 1920)


Hail, glorious St. Patrick, dear saint of our isle,
On us thy poor children bestow a sweet smile;
And now thou art high in the mansions above,
On Erin's green valleys look down in thy love.

(optional repeat)
On Erin's green valleys, on Erin's green valleys,
On Erin's green valleys look down in thy love.

Hail, glorious St. Patrick, thy words were once strong
Against Satan's wiles and a heretic throng;
Not less is thy might where in Heaven thou art;
Oh, come to our aid, in our battle take part!

In a war against sin, in the fight for the faith,
Dear Saint, may thy children resist to the death;
May their strength be in meekness, in penance, and prayer,
Their banner the Cross, which they glory to bear.

Thy people, now exiles on many a shore,
Shall love and revere thee till time be no more;
And the fire thou hast kindled shall ever burn bright,
Its warmth undiminished, undying its light.

Ever bless and defend the sweet land of our birth,
Where the shamrock still blooms as when thou wert on earth,
And our hearts shall yet burn, wherever we roam,
For God and St. Patrick, and our native home.

terça-feira, março 13, 2012

EU, LEPRECHAUN,...
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Aproveito que a dona deste blog não aparece mais por aqui, para dizer que um GRANDE dia está chegando e que ele não vai passar em branco no Desanuviando. Aguardem!.


















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quinta-feira, março 08, 2012

"E NA GUERRA SEREI MAIS FELIZ..."
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Hoje, na aula do curso, vimos o caso de uma viúva que, afirmando que seu marido havia sido combatente da Segunda Guerra Mundial, pleiteava uma pensão especial. Acontece que a administração militar vasculhou os dados do falecido e descobriu que ele não esteve na Guerra coisa nenhuma.
Então, fiquei pensando com os meus botões: das duas, uma: ou a senhora estava tentando angariar um dinheirinho extra ou o marido aproveitou a desculpa da guerra para se afastar da esposa. E se tiver sido esta a opção, isso me lembra da música que o batalhão de Joinville cantava: "(...) na caserna me fiz brasileiro / e na guerra serei mais feliz..." (*). 
Talvez o marido dessa mulher tenha dado uma nova interpretação à letra da música e descoberto como ser mais feliz durante a guerra... não estando na guerra! (**)
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(*) Quando morei em Joinville, ouvia essa música e ficava muito intrigada. O sujeito que diz que na guerra será mais feliz...sei não...
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(**) Considerando que ele - e não ela - seja o safado da história, claro.
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quinta-feira, março 01, 2012

JE NE REGRET RIEN...
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Hoje termino, oficialmente, minha segunda faculdade. ALELUIA! Pois não aguentava mais assistir a aulas de faculdade. Meu tempo está ficando cada vez mais precioso...
E cheguei a uma conclusão: apesar de pensar em aconselhar os filhos, no futuro, a só fazerem uma faculdade, a pensarem bem na escolha, levando em conta o Brasil em que vivem, até que não me arrependo de nada. Ser uma jovem latino-americana sem dinheiro no bolso... pode não ser muito fácil, mas tem lá suas vitórias cheias de emoção!.
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