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domingo, novembro 29, 2009

UM LIVRO EXCELENTE

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Um dos meus irmãos acaba de comprar o livro 1001 FILMES PARA VER ANTES DE MORRER. É excelente! Não páro de o folhear e me perder nas ótimas críticas que aparecem para os 1001 filmes. Tem desde a época do cinema mudo - o primeiro da lista é VIAGEM À LUA, de 1902 - até filmes mais recentes, como DESEJO E REPARAÇÃO (é o último do livro).
E cada filme que aparece ali está por um motivo: ou inovou em algo (em cenas, em jogo de câmeras, em sonorização, em efeitos especiais etc etc), ou foi um sucesso de bilheteria, ou era simples mas genial, enfim, alguma coisa de destaque ele teve para entrar pro livro.
Obviamente, ainda não tive tempo de ler os 1001 filmes, mas houve alguns que já marquei porque me despertaram a curiosidade para assistir. São estes, em ordem cronólogica:
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- ACONTECEU NAQUELA NOITE (IT HAPPENED ONE NIGHT, 1934), de Frank Capra;
- A MULHER DO PADEIRO (LE FEMME DU BOULANGER, 1938), de Marcel Pagnol;
- CARTA DE UMA DESCONHECIDA (LETTER FROM AN UNKNOWN WOMAN, 1948), de Max Ophüls;
- O TERCEIRO HOMEM (THE THIRD MAN, 1949), de Carol Reed;
- BRINQUEDO PROIBIDO (JEUX INTERDITS, 1952), de René Clément;
- VIVER (IKIRU, 1952), de Akira Kurosawa e
- RAN (RAN, 1985), de Akira Kurosawa.
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Nos próximos posts, vou mostrar o que a crítica falou sobre cada um desses filmes. Até lá!
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p.s.1: até agora senti falta de alguns filmes (e acho que isso sempre ocorrerá, em qualquer lista de "os melhores"). Por exemplo: MELHOR É IMPOSSÍVEL e JAMES BOND.
Embora eu não suporte o James Bond (ao contrário da minha família, que não perde um filme dele), acho que é um filme conhecidíssimo, que certamente marcou gerações, principalmente quando era com o Sean Connery. E se nesse catálogo de 1001 filmes aparecem filmes como TOP GUN-ASES INDOMÁVEIS e O EXTERMINADOR DO FUTURO, acho que JAMES BOND também merecia aparecer.
Um dos meus irmãos disse ter sentido falta de FOMOS HERÓIS. Mas esse, realmente, poucas pessoas o assistiram e o comentaram.
Quanto ao filme MELHOR É IMPOSSÍVEL, ele só é rapidamente mencionado na crítica sobre o filme LAÇOS DE TERNURA, pois ambos são do mesmo diretor, James L. Brooks, e têm o Jack Nicholson como ator. Engraçado que na crítica sobre LAÇOS..., ele diz: "permite que seu enleco encene uma das mais comoventes cenas de leito de morte na história recente do cinema". É verdade. Vi este filme, pela primeira vez, no começo deste ano. Quando chega nessa parte, não me agüentei. É triste pra ca-ram-ba! Dá um aperto enorme no coração. Talvez por ser um filme tão pesadinho (apesar de uma ou outra cena cômica), não tenho vontade de o assistir novamente. Em compensação, MELHOR É IMPOSSÍVEL, eu vi duas vezes no cinema e milhões de outras vezes em DVD. É um dos melhores e mais bonitos filmes que já fizeram. Sem contar na trilha sonora, nos diálogos e no cachorrinho maravilhosos.
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p.s.2: alguns diretores que aparecem bastante nesse livro: Hitchcock, Capra, Fellini, Kurosawa. Não eram simples diretores, eram verdadeiros gênios do cinema.
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sábado, novembro 28, 2009

DESCONFORTOS
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# 1
Kiko comentou comigo o que viu em uma reportagem: a atriz Fernanda Torres acaba de sair de um tratamento para se livrar do vício da cocaína.
Ué? E ela não era comediante? Que alegria é essa que faz alguém usar drogas?
É que, então, não era alegria. Era mais um sorriso a la Coringa: Medonho! (*)

(*) Sempre achei o Coringa o mais medonho de todos os vilões do Batman. Aquele eterno sorriso estampado no rosto, enquanto faz as piores atrocidades que alguém é capaz de fazer. Ui...
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#2
Em um certo hotel cinco estrelas, de uma determinada Vila, um ricaço ficou hospedado na melhor suíte, uma que é de frente para o mar.
De noite, ligou para a recepção:
- Não agüento mais esse barulho de mar no meu quarto.
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CONFORTO
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Pego na estante de livros de um dos meus irmãos um livro que está próximo. Chama-se CONTROLE CEREBRAL E EMOCIONAL, de Narciso Irala. Percebo que é um livro de alta ajuda. Abro ao acaso em uma página qualquer. Está falando sobre a felicidade. Vejam:
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- A felicidade é nobre. Não há verdadeira felicidade no vício, nas cousas baixas ou no prazer ilícito. Após uma satisfação momentânea, segue-se um vazio e uma amargura persistente.
- É tranqüila e recolhida. Não há felicidade na agitação e na desordem. Só se encontra no que há de mais íntimo no ser racional.
- Consiste numa satisfação interior e fundamenta-se em paz inpertubável.
- Não se baseia em riquezas, prazeres ou poder. Costuma encontrar-se mais paz e alegria entre os pobres sem miséria, que entre os ricos e poderosos. Muitos milionários, oprimidos por preocupações, sentiram saudade dos anos de sua juventude pobre.
- A felicidade não é causada pelos acontecimentos porque, às vezes, do mesmo fato, uns tiram resignação, paz e alegria e outros, desespero e tristeza.
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quarta-feira, novembro 25, 2009

AUTO-AJUDA
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Se vocês repararem na letra desta música, verão que ela é muito auto- ajuda. Principalmente nas partes em que fala "love is in the air, everywhere I look around (...) every sight and every sound". Lembram as afirmações positivas que a Louise Hay nos sugere repetir diariamente: o amor está em todos os lugares...etc
E se vocês repararem, também, no cantor, verão que, à medida que ele vai repetindo o refrão, ele vai ficando mais feliz. Então, todo mundo cantando: Love is in the air...
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terça-feira, novembro 24, 2009

GESTOS BONITOS
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Acho bonito gesto de gratidão. Ontem soube de um rapaz que está ajudando outro rapaz com matérias na faculdade. O rapaz ajudado tem ido muito bem nas provas, graças a essas "aulas" do amigo. E este amigo está dando aula na amizade, sem cobrar nada, só pela ajuda mesmo.
Pois no domingo, o amigo ajudado foi visitar esse amigo-professor e levou-lhe um presente. O que recebeu não estava esperando nada e nem achava que o outro tinha obrigação de lhe dar nada. Isso foi o mais bonito: foi espontâneo. O outro quis dar o presente porque, certamente, tem um espírito de gratidão. E eu acho bonito isso. Algo de que devemos nos lembrar, para sempre fazermos igual. Porque é aquela história: ninguém é obrigado a ser gentil, mas gentileza faz uma diferença...
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Outro episódio que me contaram. Uma mulher que estava cheia de problemas procurou uma senhora que fazia reiki. A tal mulher não tinha condições de pagar pelas sessões de reiki e falou isso para a senhora. Esta disse que, no final de dez sessões, pensaria em como a mulher poderia retribuir.
Pois durante os encontros, a senhora do reiki percebeu que a mulher não tinha dinheiro porque ajudava a família toda. Nunca sobrava nada para ela. O senso de dever dessa mulher era tão grande, que já não pensava em comprar nada para si. Ela, na verdade, já nem pensava mais em si.
Acabaram-se as dez sessões e a senhora cobrou:
- Em troca, vou pedir que você compre dois vasos de violetas cor de rosa. Um vaso vai ser meu; o outro vai ser seu. Depois volte aqui. Você acha que pode comprar isso?
A mulher disse que sim, foi à floricultura e voltou com dois vasos de violetas na cor rosa. Mas logo que voltou para fazer o "pagamento", confessou que ter comprado as flores para a senhora foi fácil. Porém, comprar as flores para ela mesma foi dificílimo, ainda mais na cor rosa...
A senhora imaginou que seria difícil, e disse que pediu na cor rosa para ela voltar a se valorizar. (Parece que o rosa tem alguma relação com a auto-estima da mulher.) E ter se permitido comprar um presente para si foi um gesto simbólico para ela voltar a se cuidar, e a cuidar dos seus próprios problemas, antes de ajudar os demais. Só assim ela poderá ajudar os outros, sem carregar o mundo nas costas, sem se afundar.
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Outro episódio. Este, eu vi faz uns cinco anos, e estava no carro com a minha mãe. Estávamos bem atrasadas para ir não lembro aonde. De repente, um pouco mais a frente, avistamos duas crianças no meio da rua, tentando atravessar, mas não conseguiam por causa dos muitos carros que passavam. Os dois pareciam irmãos. Era um menino e uma menina, e o menino era mais velho que a garotinha. Minha mãe parou o carro para eles poderem atravessar. O garoto agradeceu e abraçou a irmãzinha com tanto zelo e tanta proteção, que ficamos comovidas. Sei que contando pode não ter o mesmo efeito. Mas, naquele momento, ter visto um garotinho pequeno, cuidando com tanto esmero da irmãzinha menor ainda, sem nenhum adulto por perto, nos tocou. Um senso de desvelo em um garoto daquela idade foi bonito de ver.
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Esses pequenos gestos, para mim, é que verdadeiramente transformam as pessoas. Uma revolução com candura, que vai transfigurando a vida e o ser de cada um.
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Estava pensando em contar esses episódios (e creio que há muitos outros que agora não lembro), mas não sabia quando eles virariam post. (Pois, caso vocês não saibam, alguns posts têm vontade própria. Eles só vêm para o Desanuviando quando querem.) Então hoje recebi por email um trecho muito bom do livro SÃO BENTO - O ETERNO NO TEMPO, de autoria do já falecido Dom Lourenço de Almeida Prado, antigo reitor do colégio São Bento, no Rio de Janeiro. Daí os episódios pediram para virar post e me obrigaram: esse trecho do livro vem junto com a gente!
Eu, reles bloguista, obedeço. Aí vai o trecho:
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Já se disse que o avanço da civilização, isto é, o amadurecimento da vida do homem em sociedade, pelo acesso à vida civilizada, não tem sido causado pelos grandes políticos reformadores, nem pelos grandes generais ou líderes revolucionários, mas pelo trabalho silencioso e quase imperceptível daqueles que vão introduzindo no convívio da família, nos grupos de trabalho, da aldeia ou da fazenda, princípios de relacionamento, práticas de reciprocidade e mutualidade, que se transformam em hábitos comuns e depois são acolhidos e consagrados pelas leis.
Podemos dizer, nesse sentido, quase sem exagero, que a verdadeira história da humanidade não está nos compêndios. Estes tratam das guerras e das revoluções, do surgimento e da derrubada dos tiranos, do crescimento e da morte dos impérios e quase nunca se dão conta de que,entre a hora em que um rei suplanta o seu antecessor e a hora em que ele mesmo é suplantado, não há um passo sequer de verdadeiro progresso humano. O progresso verdadeiramente digno desse nome vem de dentro,nasce no coração humano que se aprimora, e transborda para as leis e as instituições.

(op.cit. pg. 189,190)

segunda-feira, novembro 23, 2009

GERAÇÕES...
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EU, NO MEU COMPUTADOR: - Vó, a senhora tenta copiar e colar. (...) A senhora sabe copiar e colar?
MINHA AVÓ, NO COMPUTADOR DELA: - Só um instante. Robertooo (meu avô), você sabe copiar e colar?
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Sobre isso, percebi que estou entrando para uma geração mais antiga quando ouvi, faz pouco tempo, a palavra XBOX. Achei que fosse algum serviço de entrega de hambúrguer, tipo "china in box".
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domingo, novembro 22, 2009

LIBERDADE
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Ganhei uma fitinha do Senhor do Bonfim esses dias e, pela primeira vez, resolvi buscar informações sobre o seu significado. É que em todas as vezes que usei uma fitinha dessas, usava-a sem saber muito bem a história que tinha por trás dela, como tinha começado essa devoção etc.
Encontrei algumas explicações na internet. Uma delas aparece no site da revista Bons Fluidos e diz assim: Naquela época, a basílica do Bonfim era freqüentada principalmente pela população pobre da cidade de Salvador. Entre os fiéis, muitos escravos iam ali rezar por sua libertação. Logo, os padres começaram a usar o dinheiro das doações para comprar a liberdade deles. 'A igreja passou então a distribuir fitinhas em agradecimento a quem contribuía para a alforria dos escravos (...). As fitas acabaram ganhando o caráter de amuleto de proteção e passaram a ser amarradas ao corpo".
Reparem nisto: iam ali rezar por sua libertação. Já pensou você ter que rezar por sua liberdade? Fiquei pensando nisso. Eu que não suporto se alguém começa a me dar muito palpite na vida e a me insistir a fazer algo que não quero (*), acho que não agüentaria se estivesse em uma situação em que tivesse que rezar por minha liberdade.
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Deve ser por isso que uma senhora que conheci este ano, uma senhora "bem resolvida" e bem espiritualizada, contou que não consegue ir a Cuba. Ela tinha que dar um curso lá, mas já cancelou algumas vezes sua viagem porque, na véspera, sempre passa mal. Na verdade, com certa antecedência ela começa a passar mal. Ela disse que a atmosfera de Cuba não lhe faz bem. E eu sei que essa pessoa 'sente' bem a atmosfera; podem maquiar tudo, deixar tudo pintado e bonitinho, mas se houver "algo de podre no reino da Dinamarca", ela percebe. E com relação a Cuba, também pudera, né?
Será que os cubanos, tais como os escravos de Salvador, rezam por sua liberdade?
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(*) Algo que me traumatizou na vida, e que sempre conto em tom de desabafo, foi "grupo jovem" de igreja. Fui a um único em toda a minha vida. E pra nunca mais voltar. Foi quando tive minha primeira sinusite, acho que de tão irada que fiquei. Era um grupo jovem do meu colégio, e eles fariam uma espécie de retiro, um sábado inteirinho no colégio fazendo algumas dinâmicas. Tudo o que mandavam a gente fazer, a gente tinha que fazer. Em um determinado momento do dia, os jovens tinham que ir para uma sala e ficar sentados no chão. Nesse momento, com uma musiquinha de fundo, o cara que coordenava o grupo começou a falar do como éramos ingratos com os nossos pais, de como eles se sentiam tristes por nossas atitudes etc etc. Nessa hora, minha gente, a adolescentada inteira começou a chorar. Eu não chorei, pois não estava me sentindo culpada, não estava brigada nem nada com os meus pais. Estava com a consciência super tranqüila. Olhei ao meu redor e vi que havia um único garoto que também não estava chorando, e ele também me viu sem lágrimas nos olhos. Então começamos a rir. Nessa hora, o tal coordenador falou bravo, algo do tipo: o riso é de quem está nervoso. Não esconda o choro; pode botar pra fora tudo o que aperta o seu coração. Não me agüentei: olhei pro garoto e vi que ele também ia rir mais. Daí, acho que por uma sintonia de pensamento, resolvemos abaixar a cabeça para abafar o riso. Assim daria a impressão de que tínhamos nos entregado ao choro purificador.
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p.s.: Olhem o risco que minha fé sofreu! Ainda bem que separei as coisas: acredito em Deus. Mas não acredito em grupos jovens.
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sábado, novembro 21, 2009

A IRA DOS DEUSES - ou: CUIDADO! AS BRUXAS PODEM TE OUVIR!
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Vou contar em primeira mão, aqui no Desanuviando, o porquê da forte ventania de quinta-feira.
Tudo começou quando um casal resolveu parar para tomar umas cervejas no bar aqui perto de casa. Não se contentando em apenas tomar cerveja, o cara deixou o som do carro em volume altíssimo, tocando...pagode! Foi assim a tarde toda. Eu tentando estudar e o pagodão lá, em alto som. E, nesse meio tempo, o casal brigou, fez as pazes, brigou novamente, cantou pagode (pra ver o nível dos dois!), se declarou com as letras pobremente rimadas das músicas. Eu que sou muito paciente, comecei a ficar irritada e pensei com os meus botões: bem que podia cair um pé d'água em cima deles.
(...)
É sério, minha gente, já cheguei à conclusão de que preciso tomar cuidado com a força dos meus pensamentos. Acho que tenho o dom pra coisa. Aprendi com as Bruxas de Eastwick. Pois e não é que dali a meia hora o tempo começou a fechar, o vento sul foi chegando com toda a sua força e caiu a maior tempestade? Vi até um mini tufão no mar!
O casal saiu correndo pra dentro do carro e se mandou.
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p.s.: Duvido que eles voltem. HA-HA-HA-HA (risadas malévolas)
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quinta-feira, novembro 19, 2009

SUBVERSÃO
(Ah, se as personagens de Jane Austen vivessem hoje...)
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São duas irmãs, e elas me autorizaram contar o que vocês vão ler hoje.
Elas têm um pai que nunca as deixou fazer nada: não podiam sair com as amigas, não podiam viajar, não podiam namorar; ele sabia o que elas liam, o que elas vestiam, o que elas comiam. Ambas foram boas alunas, pois o pai estava ali, sempre ao lado, estudando com elas.
Mas elas viram que a vida ia passando, enquanto a vida delas não acontecia.
Um dia, as duas resolveram fazer cursinho para concurso público. O pai permitiu, mas escolheu para qual carreira cada uma deveria se direcionar. Elas obedeceram. Estudaram. Foram aprovadas.
Hoje, as duas são funcionárias públicas. E ganham muito bem. Uma delas acaba de voltar de um cruzeiro pela Europa. O pai nem foi consultado sobre essa viagem.
Ela foi e pronto.
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quarta-feira, novembro 18, 2009

TRANSBORDA TERNURA DO MEU CORAÇÃO - ou: O NOVO MEMBRO DA FAMÍLIA
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Já faz umas duas semanas que, aqui em casa, temos falado muito em um assunto: o novo cachorrinho da família. Não nosso, mas dos meus avós. E isso "nos causou espécie", como diz o Kiko, porque desde quando nasci meus avós nunca tiveram cachorrinho. Então a notícia nos encheu de ternura.
Minha avó contou que ela e meu avô tinham ido a um shopping que tem uma loja de cães. Meus avós, vejam bem, tinha ido ao cinema, mas, depois do filme, resolveram passar por essa loja. Quando chegaram, logo na vitrina viram um filhote fofo que lhes abanou o rabo. Pronto! Foi amor à primeira vista. Minha avó entrou na loja, e a vendedora logo colocou o filhotinho em seu colo. Não deu para resistir. Meus avós já saíram da loja com o cachorro.
No táxi, parece que ele foi quietinho no colo da minha avó. No meio do caminho, meu avô pediu:
- Posso segurar ele um pouquinho?
E foi com o cachorrinho no colo até chegar em casa.
Meus irmãos e eu ainda não conhecemos o fofucho, mas já estamos sonhando com o dia em que o conheceremos.
E para completar, meu avô disse que ele é muito bonzinho, "chameguento", não late e faz festa pra todo mundo. Pronto. Transbordou ternura do meu coração!
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Foto do fofo:
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segunda-feira, novembro 16, 2009

COM OS BOTÕESItálico
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No começo da primeira temporada do seriado House há uma cena que me prometi guardar. House está discutindo (pra variar) com sua chefe. Em determinado momento, ela fala cheia de propriedade alguma frase do tipo: É por isso que nós somos médicos, e sai de cena, deixando House surpreso e ao mesmo tempo reflexivo com essa afirmação.
Passam-se algumas cenas e, no final do episódio, House está assistindo a reprise de um seriado médico na TV. Para sua satisfação, e satisfação do telespectador, um dos personagens do tal seriado fala a mesmíssima frase de efeito que sua chefe usara: É por isso que nós somos médicos.
House não fala nada; só dá aquele risinho de vitória, de quem acaba de comprovar que tal frase não poderia ter vindo dela ("ela não seria capaz..."), mas de um outro lugar.
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Comento esse episódio, pois lembro quando, na anterior "novela das 8", uma personagem (se não me engano, era a personagem da Torloni) deu um tapa no rosto de outra personagem. Soube disso pelas notícias que apareceram na internet. O fato estava estampado em tudo quanto era lugar, como se fosse notícia de apagão no Brasil. Era a internet que a noticiava, os jornais, as revistas, além das próprias pessoas que comentavam nas ruas e nos ônibus. Cheguei a falar para os meu botões: quer apostar que daqui a pouco um monte de gente vai estar dando tapa no rosto da outra?
Dito e feito. Uma semana depois, saiu no jornal da Minha Aldeia que a mãe de um aluno de escola estadual tinha dado um tapa no rosto da professora.
Pode ter sido a maior coincidência do mundo, mas, sinceramente, tenho lá as minhas dúvidas. Mas, ao contrário do House, não senti vontade de dar um risinho de vitória. Não nessa situação.
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A culpa não é só das novelas. É aquela história: tudo depende do terreno onde se está plantando. Há terrenos que se tornam propícios para determinadas sementes.
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Ópera do ano: O BARBEIRO DE SEVILHA. Mas o que mais me chamou a atenção foi a notícia que li, dias antes, no jornal da Minha Aldeia. O barítono, o homem que fez o papel do barbeiro Fígaro, era funcionário do Banco do Brasil. Ele começou a cantar depois de adulto, se descobriu, percebeu que, nas aulas, ia se aprimorando com rapidez e sentiu que poderia ter uma carreira de cantor, deixando a de funcionário de banco.
Achei muito interessante isso. E fiquei feliz por ter visto uma pessoa, não só (conseguir) encontrar seu verdadeiro caminho, como também viver disso. Agora imagina quantos talentos há por aí que não conseguem se descobrir por falta de terreno e oportunidade. Novamente, a questão do terreno: é preciso ter um terreno preparado para esse tipo de semente. Caso contrário, talentos assim nunca surgirão. Enquanto mulheres baixo-nível dando tapa no rosto de outras surgirão aos montes.
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Por isso admiro muito quando particulares resolvem fazer algo, por conta própria, para os seus arredores. É o caso do médico da Minha Aldeia que construiu uma escola de música numa cidadezinha próxima, como já contei aqui no Desanuviando. (ver post CARIDADE, do dia 23 de março de 2007).
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sexta-feira, novembro 13, 2009

COMBINA COM SEXTA-FEIRA 13
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Visualize a primeira cena: baratas saindo aos montes de um bueiro e invadindo as ruas da cidade. As ruas chegam a ficar escuras, de tanta barata junta.
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Visualize a segunda cena: filme Brinquedos Assassinos. De repente, aqueles brinquedinhos lindos e fofos se transformam em monstros em miniatura e saem tocando o horror na cidade. Eles vão invadindo praças, lojas, apartamentos. Não perdoam ninguém que lhes atravesse o caminho.
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Agora, junte as duas cenas. Sabe o que você terá? Esses enfeites de Papai Noel que espalham por aí. Sabe de quais estou falando? São aqueles que estão espalhados por toda a cidade, aqueles papais-noéis em miniatura (tamanho de duende) que as pessoas insistem em colocar nas casas e nos apartamentos. Sinceramente, eu os acho sinistros!!! Já vi em um único prédio mais de vinte papais-noéis desse tamanho. Só um dos apartamentos desse prédio colocou um enfeite que era uma corda com cinco "bons velhinhos" anões escalando-a. Não é assustador?
A impressão que tenho quando chega essa época do ano é que esses 'bichinhos' saíram, aos montes, de algum bueiro e resolveram atacar todo mundo. Até escalar edifício eles escalam para conseguir seus feitos sanguinários. E são tantos, e por toda a cidade, que fico temerosa de que não sobre ninguém até o dia 24 de dezembro.
Por isso, tomem cuidado, minha gente, pois hoje é sexta-feira 13, e eles já estão espalhados pela cidade.

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(O bizarro brinquedo Chucky)
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quinta-feira, novembro 12, 2009

AMIGA CIGANA:
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Visto minhas argolas não-circulares, minhas pulseiras e minha saia rodada. Não para que leias o meu destino - conhecer o destino não importa quando se tem fé e coragem -, mas para que eu empreste à minha vida as tuas força e determinação, usadas em cada mudança, em cada recomeço.
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quarta-feira, novembro 11, 2009

OUVINDO O DANIEL:
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Fulano: Mas essa ambição é boa.
Daniel: Não quando se está olvidando de coisas essenciais.
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OUVINDO POR AÍ. (SOGRA DE UMA CONVERSANDO COM NORA DE OUTRA):
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Sogra de uma: É difícil ser sogra. A gente não sabe como agradar.
Nora de outra: Eu acho difícil ser nora.
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OUVINDO UM DIA DESSES:
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Beltrano: O Green Peace disse que a gente tem que usar os papéis higiênicos mais ásperos porque são melhores pro meio ambiente.
Ciclano (indignado): No dos outros é bom, né?!
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E OUVINDO O ORÁCULO JOHN O'DONOHUE:
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We 'cannot bear very much reality'. (*)
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(*) do livro BEAUTY. E o trecho continua: We 'cannot bear very much reality'. Neither, it seems, can we bear very much beauty. The glimpse, the touch of beauty is enough to quicken our hearts with the longing for the divine. Beauty never finally satisfies though she intensifies our longing and refines it" (grifo meu para ressaltar que precisamos conhecer a Beleza para que o nosso anseio possa se refinar.)
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terça-feira, novembro 10, 2009

Recebi este texto como sendo ORAÇÃO DE UM FREIRA. Se é verdade ou não, não sei, mas adorei - e pretendo rezá-la em idade mais avançada. Em resumo, o que ela pede a Deus é: Senhor, que eu não encha o saco de ninguém!

Oração de uma Freira

(Da autoria presumível de uma freira, foi descoberta entre as ruínas de um convento medieval na Itália):

"Senhor, sabes melhor do que eu que estou envelhecendo, e que, mais dia menos dia, farei parte dos velhos. Guarda-me daquela mania fatal de acreditar que é meu dever dizer algo a respeito de tudo em qualquer ocasião. Livra-me do desejo obsessivo de pôr ordem nos negócios dos outros.

Torna-me refletida e não ran­zinza, serviçal e não autoritária. Acho uma pena não utilizar toda a imensa reserva de sapiência que acumulei por longos anos, mas bem sabes, Senhor... faço questão de conservar alguns amigos. Segura-me quando eu começar a desfiar detalhes que não acabam mais, dá-me asas para ir direto ao fim.

Sela meus lábios acerca de minhas mazelas e doenças, embora essas aumentem sem cessar, e, com o passar dos anos, me dê certo prazer enumerá-las. Não me atrevo a pedir-te que eu chegue até a gostar de ouvir as outras quando desenrolam a ladainha dos próprios sofrimentos, mas ajuda-me a suportá-las com paciência.

Não me atrevo a reclamar uma memória melhor, dá-me, porém, uma crescente hu­mildade e menos suscetibilidade, quando a minha esbarrar na dos outros.

Ensina-me a gloriosa lição de que pode até acontecer que eu esteja enganada. Toma conta de mim. Não é que eu tenha vontade de virar santa (com certos santos é tão difícil de conviver!), mas um velho, além de velho, amargo, é com certeza uma das supremas invenções do diabo. Faze-me capaz de ver algo de bom onde menos se espera, e de reconhecer talentos em gente na qual estes não se percebem.

E dá-me a graça de proclamá-lo. Amém.

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Não entendi essas faixas brancas no post... Este blogspot anda doido.

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segunda-feira, novembro 09, 2009

QUANDO A PESSOA NÃO QUER ENXERGAR...
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Um amigo me contou que, em sua última viagem de avião, presenciou uma cena interessante - da qual podemos tirar algumas lições.
Na fileira de assentos atrás da dele, estava um jovem de seus 20 e poucos anos convesando com um senhor de seus 50 e poucos.
O jovem, amante de Che Guevara e das ideologias que acompanham esse camarada, falava do bem que o comunismo faz às pessoas. O senhor teve que interromper os elogios para dar seu testemunho: já tinha morado na Alemanha Oriental e não vira nada de bom no comunismo. A vida lá, segundo esse senhor, era dificílima, e as pessoas passavam por muitas restrições. "Não é tão bom assim como se pensa", ele ponderou para o garoto.
Mas o rapaz não deu o braço a torcer. Falou que "esses períodos" difíceis eram normais, faziam parte de uma necessária transição para um mundo melhor, faziam parte de uma dialética blá blá blá blá...
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O papo já é conhecido. Mas, e qual lição tiramos? Que tem gente que está subutilizando os sentidos. Tem olhos e tem ouvidos, mas não quer ver, nem ouvir.
E não quer, nem mesmo, parar para pensar.
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Já que andam falando do Muro de Berlim, sugiro o filme Adeus, Lênin. É excepcional.
Veja a sinopse, retirada daqui: Em 1989, pouco antes da queda do muro de Berlim, a Sra. Kerner (Katrin Sab) passa mal, entra em coma e fica desacordada durante os dias que marcaram o triunfo do regime capitalista. Quando ela desperta, em meados de 1990, sua cidade, Berlim Oriental, está sensivelmente modificada. Seu filho Alexander (Daniel Brühl), temendo que a excitação causada pelas drásticas mudanças possa lhe prejudicar a saúde, decide esconder-lhe os acontecimentos. Enquanto a Sra. Kerner permanece acamada, Alex não tem muitos problemas, mas quando ela deseja assistir à televisão ele precisa contar com a ajuda de um amigo diretor de vídeos.
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sábado, novembro 07, 2009

PROTESTO - ou: Em defesa do meu nome!
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Ontem me dei conta de que, este ano, conheci mais animal com o nome Rebeca do que pessoas. E isso me revolta! Foram duas cadelas e uma gata com o meu nome. Que mania é essa de colocar nome de gente em animal??? Aqui no meu prédio, há uma senhora que colocou o nome da cadela de "Sofia". Como que usam um nome tão bonito desses em uma cachorra?!? Que coisa mais brega!
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Imagina eu me encontrando com as cadelas ou com a gata: Oi, minhas xarás!
E elas:
- Au, au.
- Miau....
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Com os botões: Das duas, uma: ou o dono a-ma-va o nome "Rebeca", mas não teve chance de colocá-lo em uma filha ou uma neta, daí colocou na cadela, ou o dono odiava uma pessoa chamada "Rebeca" e, para se vingar, colocou esse nome no animal.
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Por favor, donos de animais: não dêem o meu nome a uma vaca!!!
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sexta-feira, novembro 06, 2009

ALEGRIA, ALEGRIA!
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Há 14 (repito: catorze!) anos esperava por este DVD. Só agora chegou ao Brasil, pela Livraria Cultura. E minha encomenda chegou hoje!!
Estou falando do seriado ORGULHO E PRECONCEITO, feito pela BBC: a melhor adaptação do livro da Jane Austen. Parece que o mundo anda conspirando a favor das fãs da Jane Austen...
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NAMORADOS - I
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Na segunda-feira, estava deitada na areia e, sem que eu quisesse, ouvi uma moça que estava próxima comentar com a amiga:
- Nossa, faz 4 anos que eu não venho à praia.
A outra ficou surpresa (eu também. Logo imaginei que ela tivesse morado em um país frio.) e perguntou o porquê disso, ao que a amiga explicou:
- Foi por causa do meu ex-namorado. Ele não gostava de praia, então eu também não vinha sozinha.
Com os meus botões: como é que alguém se permite uma coisa dessas morando em uma cidade litorânea(*)?...Quatro anos sem ir à praia...Que tristeza. Nem que eu namorasse o Homem das Montanhas, eu me faria um mal desses.
E logo em seguida a mulher que não foi à praia esse tempo todo comentou:
- Que besteira a minha, né? Gosto tanto de praia...
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(*) Pra quem não gosta de praia, isso não é problema nenhum. Mas pra quem gosta e deixa de ir 'sem motivo' é duro...
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NAMORADOS - II
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Esta cena eu vi no ônibus. A namorada era bem gordinha, e o namorado era bem magricelo. Eles estavam dividindo um copo de milk-shake.
Uma hora, quando era ele quem estava sorvendo a bebida, a namorada pegou de volta o copo com força e falou em um tom que todos no ônibus puderam ouvir:
- Dá aqui porque você já tomou demais.
Todo mundo no ônibus ouviu, e ficou quieto. Mas alguém que estava atrás de mim fez uma voz infantil e disse de brincadeira:
- Gulooosa.
Não sei quantos ouviram, mas eu tive que segurar o riso.
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quinta-feira, novembro 05, 2009

A PRIMEIRA DAMA
Para uma mulher de 50 e poucos anos, que é muito querida por nós
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Existe, graças a Deus, gente fina no meio de nós! Gente que é naturalmente fina e elegante - porque elegância mesmo é sempre natural, nunca forçada. Gente educada por natureza, e não porque precisa fazer bonito em um jantar protocolar; gente educada em qualquer situação.
A essa pessoa fiz o texto que, cá entre nós, poderia estar na Point de Vue (*), e a imagem dessa pessoa, cheia de classe, desbancaria várias realezas da Europa. Com vocês, ela:
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Ela, além de bonita, é elegante, discreta e cheia de classe. Tem um quê de nobreza, com seus gestos refinados e seu extremo bom gosto. Seus modos delicados são marca de um agir-bem em sociedade. Seu jeito de se vestir torna-se referência por onde passa. Nenhuma mulher compra uma roupa sem antes se perguntar "o que ELA vestiria?". Ainda assim, ela nunca é arrogante, o que a torna ainda mais admirada. Quem é ela? Letizia Ortiz? Rania da Jordânia? Maxima da Holanda? Não. Ela é ELA. (**)
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(*) Point de Vue: uma revista francesa, tipo a nossa Caras, mas enquanto a gente só mostra artista da televisão, lá eles mostram muitas pessoas da realeza européia.
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(**) Não digo quem é para preservar sua identidade.
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quarta-feira, novembro 04, 2009

POSTO QUE - PARTE 2
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Uma amiga de longe me enviou um email e, no final, escreveu assim: "e me desculpe se encontrar errinhos de português".
Minha gente, eu não virei caça-erros-de-português. Pelo menos não em emails. Até porque eu mesma estou sempre me corrigindo, e escrever em um blog é como exercitar-se, constantemente, na sua própria língua. O problema está, como disse, nesses autores de doutrinas jurídicas que não poupam termos eruditos, que nos fazem ir várias vezes ao dicionário, e, de repente, colocam toda essa pompa abaixo quando se esquecem da regra básica do "posto que". E isso não foi em um único livro, não. O erro está em vários. Assim como em várias jurisprudências, em várias petições, em vários textos acadêmicos da área.
Comentando sobre isso com um amigo, ele me mostrou o livro do professor Eduardo de Moraes Sabbag - REDAÇÃO FORENSE e ELEMENTOS DA GRAMÁTICA. É um livro bastante didático e voltado ao público do direito. Em sua terceira edição, na página285, há uma nota de rodapé alertando: "Cuidado! A expressão 'posto que', como se sabe, tem a acepção de 'ainda que', 'não obstante' ou 'embora'."
O alerta é justificado e deve ser repetido mais vezes, para que ninguém, diante de tantos "posto que" equivocados, passe a pensar que essa é a forma correta. Parodiando Rui Barbosa: De tanto ver triunfar os "posto que" equivocados, o homem chega a duvidar de seu uso correto, a rir-se da correção gramatical, a ter vergonha de sua rica língua portuguesa.

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Pior que o uso do "posto que" como "visto que" é ouvir um professor doutor falar: "pra mim fazer".
(A minha faxineira pode falar "pra mim fazer", mas um doutor não deveria...)

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Mas o pior mesmo é um presidente falar "menas gente".



segunda-feira, novembro 02, 2009

LA MER...(*)

Como o meu ano começa depois do inverno, dei o meu primeiro banho de mar "do ano" no sábado. E percebi que de poucas coisas me arrependeria na velhice se não fizesse agora. Um exemplo: banho de mar. Fui à praia no sábado, mas a água estava fria. Achei que não me molharia; só ficaria na areia, contemplando as ondas. Mas vi o Kiko mergulhando, vi crianças brincando na água, vi senhores se molhando até a cabeça, daí comecei a pensar: "putz, se eu não entrar na água, sei que vou me arrepender, no futuro, por não ter aproveitado este dia". Esse pensamento foi me angustiando. Me imaginei velhinha, amargurada, relembrando o dia em que podia, mas não entrei no mar. Então fui obrigada a mergulhar - o que me deixou feliz comigo mesma pelo resto do dia e, tenho certeza, por toda a eternidade. Só um filho do mar sabe o que é isso...

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MEUS POEMAS DA SOFIA

Acho que esse pensamento meio fatalista ("oh, vou ficar amargurada se não entrar no mar") surgiu depois que li estes versos da Sophia de Melle Breyner Andresen:

"Quando eu morrer, voltarei para buscar os instantes que não vivi junto ao mar"

Quando eu morrer, não quero ter que voltar para buscar muitos instantes longe do mar. Já tenho alguns que vivi longe dele; não quero que isso volte a acontecer.

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COM OS BOTÕES...

Hoje também fui ver o mar. Coloquei meu despertador para 7h. Acordei às 6h:30. Isso só acontece nos dias em que vou à praia. Para os compromissos da semana é o contrário: coloco o despertador para determinada hora; só acordo meia hora depois. Será que nasci pra ser pescadora? Ou é o fator "trabalho" que retarda nosso ritmo biológico?

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(*) COMO DISSE CHARLES TRENET:

La mer / A bercé mon coeur pour la vie (música: LA MER)

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FALANDO EM PESCADOR...

Meu pescador, muito obrigada pelo dia de mar!

domingo, novembro 01, 2009

POSTO QUE - PARTE 1
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Este post vai especialmente aos juristas, doutrinadores do direito, advogados e todas as pessoas da área júridica. Porque nunca vi uma classe para usar tanto o termo "posto que" ... de forma tão equivocada.
Para começar, "posto que", caros juristas, não significa "visto que", como vocês pensam. "Posto que" está mais para "ainda que", "embora". Por aí já notamos uma grande diferença.
Gramaticalmente falando, "visto que'' é uma conjunção explicativa. O gramático Domingos Paschoal Cegalla ensina: "conjunção é uma palavra invariável que liga orações ou palavras da mesma oração", e a conjunção explicativa é a que "precede uma explicação, um motivo". Exemplos de conjunções explicativas: "que", "portanto", "pois" "visto que", "porquanto" etc. Esse tipo de conjunção, a explicativa, é uma conjunção do tipo coordenativa: "liga orações sem fazer que uma dependa da outra".
Por outro lado, existem, também, as conjunções do tipo subordinativa - "ligam duas orações, subordinando uma à outra". São, na explicação de Cegalla, conjunções que traduzem circunstâncias ("causa, comparação, concessão (...)" etc). E é na conjunção subordinativa que encontramos as conjunções concessivas, onde aparece o termo "posto que". Vejam exemplos de conjunções concessivas, retiradas da Gramática do Cegalla:

Célia vestia-se bem, embora fosse pobre.
A vida tem um sentido, por mais absurda que possa parecer.
Fez tudo direito, sem que eu lhe ensinasse.

E, agora, vejam uns exemplos com "posto que":

Ele vai começar a pintar o prédio, posto que não haja tinta suficiente.
Posto que seja frio nesta época do ano, vou entrar no mar.
"O dever acima de qualquer coisa, posto que sejam coisas santas" (Padre Pio, que usou a frase com "ainda que", e eu aproveitei para substituir pelo "posto que", sem nenhuma alteração do sentido.)

Pecebam que até o tempo do verbo que acompanha tal conjunção muda: não fica mais no indicativo, mas no subjuntivo. Portanto, não poderia escrever a frase deste jeito: "Posto que é frio nesta época do ano, vou entrar no mar".

Fiz questão de escrever este post, pois, desde que entrei para a área jurídica, não paro de encontrar "posto que" colocado de forma errada. E isso em textos onde encontramos termos eruditos do tipo: "hodiernamente", "açambarcar", "emulação" etc. Cheguei a pensar que haviam mudado a regra e que meus professores de português do colégio, que tanto frisaram para a gente não usar "posto que" como "visto que", estavam equivocados e obsoletos. É, cheguei a duvidar de meus nobres professores da língua portuguesa... Mas na semana em que estava comentando isso com um dos meus irmãos, na mesma semana, ele teve uma aula de português com um professor no cursinho para a OAB. E o que o professor disse? Posto que não é "visto que", nem "pois", nem "porque". Voilà!

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Ainda assim, busquei informações a esse respeito na internet. Vi uma professora dizendo que se pode usar "posto que" como conjunção causal, devido ao uso moderno. Bom, que eu saiba, nem o uso 'equivocado-mas-insistente' tornou aceito esse uso. Pelos gramáticos que li, essa "regra" ainda não vigora e, em conseqüência, a antiga regra, a correta, ainda não "foi revogada" - para usar um linguajar jurídico. Portanto, "posto que" continua sendo uma conjunção concessiva. Aqui você pode ler um site que acabei de encontrar na internet, e que fala, justamente, desse engano cometido pelos juristas.

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E os famosos versos do Vinícius de Moraes? (Que não seja imortal, posto que é chama / Mas que seja infinito enquanto dure). Meus valentes professores de português diziam que estes versos foram os responsáveis pelo equívoco que muitos cometem com o uso de "posto que". Mas as pessoas esquecem que o Vinícius tinha... licença poética.

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EM ESPANHOL, SIM!

A confusão, também, pode ter vindo de nossa língua irmã, pois, em espanhol, puesto que é "porque", "pois", "visto que", e se usa com o verbo no indicativo. Mas, segundo gramáticas desse idioma, "puesto que" é uma conjunção subordinativa causal, e não uma conjunção coordenativa explicativa (o que, sinceramente, nem sempre é fácil diferenciar uma explicativa de uma causal). Puesto que come mucho, será gordo.
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