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segunda-feira, novembro 16, 2009

COM OS BOTÕESItálico
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No começo da primeira temporada do seriado House há uma cena que me prometi guardar. House está discutindo (pra variar) com sua chefe. Em determinado momento, ela fala cheia de propriedade alguma frase do tipo: É por isso que nós somos médicos, e sai de cena, deixando House surpreso e ao mesmo tempo reflexivo com essa afirmação.
Passam-se algumas cenas e, no final do episódio, House está assistindo a reprise de um seriado médico na TV. Para sua satisfação, e satisfação do telespectador, um dos personagens do tal seriado fala a mesmíssima frase de efeito que sua chefe usara: É por isso que nós somos médicos.
House não fala nada; só dá aquele risinho de vitória, de quem acaba de comprovar que tal frase não poderia ter vindo dela ("ela não seria capaz..."), mas de um outro lugar.
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Comento esse episódio, pois lembro quando, na anterior "novela das 8", uma personagem (se não me engano, era a personagem da Torloni) deu um tapa no rosto de outra personagem. Soube disso pelas notícias que apareceram na internet. O fato estava estampado em tudo quanto era lugar, como se fosse notícia de apagão no Brasil. Era a internet que a noticiava, os jornais, as revistas, além das próprias pessoas que comentavam nas ruas e nos ônibus. Cheguei a falar para os meu botões: quer apostar que daqui a pouco um monte de gente vai estar dando tapa no rosto da outra?
Dito e feito. Uma semana depois, saiu no jornal da Minha Aldeia que a mãe de um aluno de escola estadual tinha dado um tapa no rosto da professora.
Pode ter sido a maior coincidência do mundo, mas, sinceramente, tenho lá as minhas dúvidas. Mas, ao contrário do House, não senti vontade de dar um risinho de vitória. Não nessa situação.
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A culpa não é só das novelas. É aquela história: tudo depende do terreno onde se está plantando. Há terrenos que se tornam propícios para determinadas sementes.
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Ópera do ano: O BARBEIRO DE SEVILHA. Mas o que mais me chamou a atenção foi a notícia que li, dias antes, no jornal da Minha Aldeia. O barítono, o homem que fez o papel do barbeiro Fígaro, era funcionário do Banco do Brasil. Ele começou a cantar depois de adulto, se descobriu, percebeu que, nas aulas, ia se aprimorando com rapidez e sentiu que poderia ter uma carreira de cantor, deixando a de funcionário de banco.
Achei muito interessante isso. E fiquei feliz por ter visto uma pessoa, não só (conseguir) encontrar seu verdadeiro caminho, como também viver disso. Agora imagina quantos talentos há por aí que não conseguem se descobrir por falta de terreno e oportunidade. Novamente, a questão do terreno: é preciso ter um terreno preparado para esse tipo de semente. Caso contrário, talentos assim nunca surgirão. Enquanto mulheres baixo-nível dando tapa no rosto de outras surgirão aos montes.
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Por isso admiro muito quando particulares resolvem fazer algo, por conta própria, para os seus arredores. É o caso do médico da Minha Aldeia que construiu uma escola de música numa cidadezinha próxima, como já contei aqui no Desanuviando. (ver post CARIDADE, do dia 23 de março de 2007).
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