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terça-feira, janeiro 29, 2013

WHAT WOULD JANE DO?
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Me lembrei agora da pergunta que ronda o filme O CLUBE DE LEITURA DA JANE AUSTEN: "What would Jane do?" É o que se pergunta a personagem de Emily Blunt quando quer tomar uma decisão que afetará sua vida de casada. Não vou contar mais detalhes, para não estragar a surpresa de quem ainda não assistiu a esse ótimo filme. Mas isso prova que Jane é um referencial. Por que "olhar" para Jane antes de tomar uma decisão? Porque queremos ter a aprovação dela. Queremos imaginar que ela está assentindo. Caso contrário, se ela "torce o nariz" ao que vamos fazer, é porque tem algo errado: melhor recuar e pensar em outro caminho.
Jane sabe das coisas.


segunda-feira, janeiro 28, 2013

200 ANOS DE ORGULHO E PRECONCEITO E A MINHA LINHAGEM FEMININA
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A profetisa me disse que é importante para nós, mulheres, termos bons referenciais femininos, e que é para eu me inspirar na minha linhagem feminina: mãe, tias, avó, bisavó maternas. Isso é bom, ela diz - e eu repito com orgulho! - porque, se eu me sentir perdida nos caminhos que devo tomar como mulher, tenho um referencial digno e de confiança. São mulheres que já engoliram sapos, já sangraram muito, mas crescem em sabedoria e possuem um Amor, com letra maiúscula mesmo, capaz de proteger da espada mais pesada. São curandeiras de hoje e de outrora, e, por isso, recebem suas graças merecedoras.
Mas mesmo o bom referencial tem falhas (*). Por isso, a frase preciosa que passa de geração em geração, nessa linhagem feminina, é: Minha filha, os erros que você vê em mim, não os cometa mais. Eis a humildade que eleva...
Um outro tesouro que tem passado por gerações, nessa linhagem feminina, é o livro Orgulho e Preconceito. Ele é o queridinho de todas nós e o nosso primeiro contato com a digníssima Jane Austen. Depois, minha filha, você deve seguir seu próprio caminho. E, se gostar de Orgulho e Preconceito, há mais cinco romances dessa escritora para você ler...
É assim que esse livro, que hoje completa 200 anos, está na minha família há gerações. Ok, pareço um pouco exagerada falando "há gerações". Na verdade, não faço a mínima idéia de quando Orgulho e Preconceito entrou para a família. Deve ter entrado com a minha avó. Mas o fato é que esse grande romance entrou para ficar e perdurar, pois é um elo entre todas nós: as novas e as antigas. E enquanto as gerações vindouras estiverem lendo Orgulho e Preconceito, as gerações passadas serão lembradas e honradas.
- Bravo! - grita a platéia, que, entre aplausos, se levanta emocionada com o meu discurso.
- Obrigada, obrigada! - os reverencio com satisfação.

Mas, voltando. Apenas me empolguei ao falar da minha linhagem feminina...

Pense comigo: um livro tão importante para tantas linhagens femininas (sei que Orgulho e Preconceito é compartilhado por várias avós, filhas e netas no mundo inteiro) foi criado por uma mulher que não se casou e não teve descendentes. E, no entanto, ela acaba sendo um grande referencial para todas nós. Aliás, não só ela, como suas heroínas (que, de certo modo, são suas filhas).

E se é importante para nós, mulheres, termos um bom referencial feminino, como disse a profetisa, então temos a tranqüilidade (**) de saber que a digníssima está aí, à nossa disposição.

Agora entendo porque minha linhagem feminina é boa referência para mim: além de suas virtudes, me ensinou que os mais velhos erram e que eu não devo repetir esses erros - direi o mesmo à minha prole! - e me apresentou à Jane Austen, com o livro Orgulho e Preconceito: um livro que nos mostra um caminho mais rico e interessante. 
Mas o melhor de tudo: isso não é privilégio de nenhuma família. Qualquer um pode trilhar por esse caminho criado há duzentos anos.

(*) Se bem que um referencial "sem falhas" é tão ruim, traz tantos problemas...
(**) Não sei se vocês perceberam, mas continuo escrevendo idéia, tranqüilidade...ou seja, ao velho modo! E vou continuar assim enquanto eu não me esquecer das antigas regras de português.
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No melhor site sobre a Jane Austen, aqui no Brasil, o Jane Austen em Português, da Raquel Sallaberry, as comemorações pelos 200 anos da obra Orgulho e Preconceito já começaram! Todo mês há um artigo especial, não percam! (P.s.: eu estarei lá em julho!)
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quinta-feira, janeiro 24, 2013

ME PEDE CONSELHOS AMOROSOS...
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E eis que aquele garoto de 13 anos, filho de uma conhecida, me encontrou no ônibus, se sentou ao meu lado, me chamou de "Rê" (todo íntimo! rsrsrs) e me pediu conselhos amorosos. 
Ele disse que gosta de uma garota da sala, mas ela não lhe dá atenção. Detalhe: ela só anda com as amigas (nunca está sozinha) e é a mais bonita da sala. Ih, essa é difícil, falei alto com os meus botões, e ele ouviu. O que fazer numa situação dessas?, me indagou o garoto com olhos suplicantes. 
Bom, já fui adolescente, já vivenciei dramas desse tipo e também já observei muito essas coisas (na vida, em livros e filmes - principalmente filmes de adolescente!). Acho que posso ajudá-lo um pouco.
Faço uma retrospectiva e me lembro: meninas de 13 anos detestam os meninos da mesma idade; meninas mais cobiçadas da sala, então, só olham para os mais cobiçados de outras salas. Por enquanto, nada a favor do meu consulente. Olho para ele e vejo: um menino desengonçado, cheio de espinhas, com aparelho nos dentes, pouca auto-confiança...É, continua em desvantagem. 
Mas ele me pede um conselho, então, ele terá! Penso um pouco e chego à conclusão: ela é cobiçada? Todos os garotos gostam dela? Todos vão atrás dela, e ela continua os ignorando? Então, futuro Casanova, é hora de mudar o jogo! Durante uma semana, vá atrás dela, todos os dias, toda hora. Puxe papo, ofereça ajuda na aula. Deixe-a se cansar de você. Na semana seguinte, faça o contrário: se afaste, mas faça isso de uma forma ostensiva e despretensiosa ao mesmo tempo. Se ela começar a falar, vire-se de costas e fale com outra pessoa. Ela, que está acostumada a ser o centro das atenções, sentirá falta e te procurará.
Falei tudo isso de forma inflamada, heróica, contagiante! Meu novo amigo me ouviu atentamente e, quando terminei de dar esses conselhos, ele me disse:
- Nossa, Rê, que ótima idéia! Vou fazer isso.
Daí chegou a hora de eu descer do ônibus, mas, antes, lhe desejei boa sorte. Se vai dar certo ou não, eu não faço a mínima ideia, mas não custa tentar. Quem sabe nesse meio tempo ele também não percebe que há garotas mais interessantes e que gostam dele do jeito que ele é?
Eu, por exemplo, passada essa fase da adolescência, comecei a observar que os garotos mais cobiçados eram/são os menos interessantes. Aqueles que ficam nos cantos da sala e da festa, que observam mais do que são observados, são ligeiramente mais introvertidos, tendem a gostar de rock e música clássica (e não das músicas que estão na moda) e de livros (os exibidos dificilmente gostam de ler!), colecionam alguns "nãos" das meninas (erradas) que gostaram, esses, sim, costumam ter muito amor para dar e muita idéia para trocar. Não são um mero acessório para exibir nas festas, mas um companheiro para estar contigo em qualquer lugar. Imagino que isso também se aplique às meninas: sobre o que uma narcisa sabe conversar? 
Pensando bem, acho que o meu consulente de 13 anos  não vai ter muita sorte com a tal garota, mas ele tem tudo para se encaixar no perfil do companheiro ideal. Certamente, ele não tem consciência disso. Muito provavelmente, a tal garota também não. O jeito é torcer para que essa fase da adolescência passe rápido e ele perceba que  "tormentos de amor" nessa idade são como chuva de verão: passam e, depois, você mal se lembra das nuvens pretas que estavam no céu.

segunda-feira, janeiro 14, 2013

"I HOPE WE'RE A NICE OLD COUPLE LIVING OFF THE COAST OF IRELAND"
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Disse que estava na dúvida se começaria 2013 falando sobre um filme ou sobre uma música. Decidi por começar falando sobre o filme - o QUATRO CASAMENTOS E UM FUNERAL.
Mas não poderia deixar de postar a música. Não lembro de já a ter ouvido antes, mas o que me chamou a atenção, em primeiro lugar, foram as paisagens do clip: penhasco à beira de um mar infinito, muito verde, casinhas rústicas...O que parece? Quis assistir ao clip até o final e acabei gostando da música também. 
Hoje compartilho com vocês a dita cuja e ainda transcrevo a letra, que vale a pena ler. 
Ah! É do John Lennon! Chama-se JUST LIKE STARTING OVER.
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JUST LIKE STARTING OVER (John Lennon)
Our life together is so precious together
We have grown, we have grown
Although our love is still special
Let's take a chance and fly away somewhere alone
It's been too long since we took the time
No-one's to blame, I know time flies so quickly
But when I see you darling
It's like we both are falling in love again
It'll be just like starting over, starting over
Everyday we used to make it love
Why can't we be making love nice and easy
It's time to spread our wings and fly
Don't let another day go by my love
It'll be just like starting over, starting over
Why don't we take off alone
Take a trip somewhere far, far away
We'll be together all alone again
Like we used to in the early days
Well, well, well darling
It's been too long since we took the time
No-one's to blame, I know time flies so quickly
But when I see you darling
It's like we both are falling in love again
It'll be just like starting over, starting over
Our life together is so precious together
We have grown, we have grown
Although our love is still special
Let's take a chance and fly away somewhere
Starting over

domingo, janeiro 13, 2013

DE VOLTA AO DESANUVIANDO
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Para o primeiro post que escrevo em 2013, estava em dúvida se falava sobre um filme que está na minha cabeça ou sobre uma música, cujo clip me encantou. Pensei, pensei e acabei decidindo pelo filme. É antigo (década de 90 já é antiga...), inglês e fez grande sucesso: QUATRO CASAMENTOS E UM FUNERAL. Vocês lembram: Hugh Grant, na época em que ainda era bonitinho (*) e a bela-até-hoje Andie Macdowell. O resumo da história é assim: os dois passam por vários desencontros (são quatro casamentos e um funeral no meio do caminho!) até que conseguem ficar juntos, com a promessa de assim ficarem pelo resto de suas vidas. Ponto final.
Acho que estou com esse filme na cabeça, justamento por causa do espírito do final do filme. E não estou me referindo ao fato de eles ficarem juntos, mas ao fato de que eles "correram" tanto, se angustiaram tanto, se perderam tanto, para, no final, encontrarem a paz de se encontrarem. A paz por, finalmente, estarem fazendo a coisa certa, sem se angustiar com as pressões que sofreram durante todo o filme - a pressão do casamento, a pressão de se encontrarem, a pressão de não se angustiarem (que isso também pode angustiar!), a pressão por darem um rumo em suas vidas. A cena final desse filme me transmite exatamente isto: paz! Que alívio sentir que, finalmente, eles poderão ficar juntos; que, finalmente, eles não precisarão fazer o que se espera dos dois.
Para lembrá-los dessa cena: está chovendo. Andie Macdowell aparece ensopada por causa da chuva. Hugh Grant sai da sua casa e vai para a rua, ficar encharcado com ela. Grant lhe pergunta se ela quer ficar com ele pelo resto da vida, mas não casados - porque os casamentos, nesse filme, foram muito confusos. Ela diz "I do". Só tem os dois na rua. E a chuva, que eles já nem percebem mais. E então eles se beijam. The end!
Você percebe que um filme é bom por causa de coisas assim: passados alguns anos, me veio a lembrança dessa cena. E acho que, na época em que o assisti, nem senti o que sinto agora com este final. O sentimento ficou dentro de mim, adormecido, mas agora, por algum motivo (**), captei a mensagem.
Vejam a cena vocês mesmo:
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(*) e não estava acabado como atualmente. Depois da Liz Hurley, ele só decaiu...
(**) muito provavelmente a paz por perceber que já não preciso mais correr. (Na verdade, no fundo, no fundo, ninguém precisa, mas nós nos deixamos contagiar pela correria geral.) O momento de alívio está próximo; agora, é só continuar a caminhada, aproveitando a chuva, o sol, o que seja...

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