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quinta-feira, janeiro 24, 2013

ME PEDE CONSELHOS AMOROSOS...
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E eis que aquele garoto de 13 anos, filho de uma conhecida, me encontrou no ônibus, se sentou ao meu lado, me chamou de "Rê" (todo íntimo! rsrsrs) e me pediu conselhos amorosos. 
Ele disse que gosta de uma garota da sala, mas ela não lhe dá atenção. Detalhe: ela só anda com as amigas (nunca está sozinha) e é a mais bonita da sala. Ih, essa é difícil, falei alto com os meus botões, e ele ouviu. O que fazer numa situação dessas?, me indagou o garoto com olhos suplicantes. 
Bom, já fui adolescente, já vivenciei dramas desse tipo e também já observei muito essas coisas (na vida, em livros e filmes - principalmente filmes de adolescente!). Acho que posso ajudá-lo um pouco.
Faço uma retrospectiva e me lembro: meninas de 13 anos detestam os meninos da mesma idade; meninas mais cobiçadas da sala, então, só olham para os mais cobiçados de outras salas. Por enquanto, nada a favor do meu consulente. Olho para ele e vejo: um menino desengonçado, cheio de espinhas, com aparelho nos dentes, pouca auto-confiança...É, continua em desvantagem. 
Mas ele me pede um conselho, então, ele terá! Penso um pouco e chego à conclusão: ela é cobiçada? Todos os garotos gostam dela? Todos vão atrás dela, e ela continua os ignorando? Então, futuro Casanova, é hora de mudar o jogo! Durante uma semana, vá atrás dela, todos os dias, toda hora. Puxe papo, ofereça ajuda na aula. Deixe-a se cansar de você. Na semana seguinte, faça o contrário: se afaste, mas faça isso de uma forma ostensiva e despretensiosa ao mesmo tempo. Se ela começar a falar, vire-se de costas e fale com outra pessoa. Ela, que está acostumada a ser o centro das atenções, sentirá falta e te procurará.
Falei tudo isso de forma inflamada, heróica, contagiante! Meu novo amigo me ouviu atentamente e, quando terminei de dar esses conselhos, ele me disse:
- Nossa, Rê, que ótima idéia! Vou fazer isso.
Daí chegou a hora de eu descer do ônibus, mas, antes, lhe desejei boa sorte. Se vai dar certo ou não, eu não faço a mínima ideia, mas não custa tentar. Quem sabe nesse meio tempo ele também não percebe que há garotas mais interessantes e que gostam dele do jeito que ele é?
Eu, por exemplo, passada essa fase da adolescência, comecei a observar que os garotos mais cobiçados eram/são os menos interessantes. Aqueles que ficam nos cantos da sala e da festa, que observam mais do que são observados, são ligeiramente mais introvertidos, tendem a gostar de rock e música clássica (e não das músicas que estão na moda) e de livros (os exibidos dificilmente gostam de ler!), colecionam alguns "nãos" das meninas (erradas) que gostaram, esses, sim, costumam ter muito amor para dar e muita idéia para trocar. Não são um mero acessório para exibir nas festas, mas um companheiro para estar contigo em qualquer lugar. Imagino que isso também se aplique às meninas: sobre o que uma narcisa sabe conversar? 
Pensando bem, acho que o meu consulente de 13 anos  não vai ter muita sorte com a tal garota, mas ele tem tudo para se encaixar no perfil do companheiro ideal. Certamente, ele não tem consciência disso. Muito provavelmente, a tal garota também não. O jeito é torcer para que essa fase da adolescência passe rápido e ele perceba que  "tormentos de amor" nessa idade são como chuva de verão: passam e, depois, você mal se lembra das nuvens pretas que estavam no céu.

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