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segunda-feira, janeiro 28, 2013

200 ANOS DE ORGULHO E PRECONCEITO E A MINHA LINHAGEM FEMININA
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A profetisa me disse que é importante para nós, mulheres, termos bons referenciais femininos, e que é para eu me inspirar na minha linhagem feminina: mãe, tias, avó, bisavó maternas. Isso é bom, ela diz - e eu repito com orgulho! - porque, se eu me sentir perdida nos caminhos que devo tomar como mulher, tenho um referencial digno e de confiança. São mulheres que já engoliram sapos, já sangraram muito, mas crescem em sabedoria e possuem um Amor, com letra maiúscula mesmo, capaz de proteger da espada mais pesada. São curandeiras de hoje e de outrora, e, por isso, recebem suas graças merecedoras.
Mas mesmo o bom referencial tem falhas (*). Por isso, a frase preciosa que passa de geração em geração, nessa linhagem feminina, é: Minha filha, os erros que você vê em mim, não os cometa mais. Eis a humildade que eleva...
Um outro tesouro que tem passado por gerações, nessa linhagem feminina, é o livro Orgulho e Preconceito. Ele é o queridinho de todas nós e o nosso primeiro contato com a digníssima Jane Austen. Depois, minha filha, você deve seguir seu próprio caminho. E, se gostar de Orgulho e Preconceito, há mais cinco romances dessa escritora para você ler...
É assim que esse livro, que hoje completa 200 anos, está na minha família há gerações. Ok, pareço um pouco exagerada falando "há gerações". Na verdade, não faço a mínima idéia de quando Orgulho e Preconceito entrou para a família. Deve ter entrado com a minha avó. Mas o fato é que esse grande romance entrou para ficar e perdurar, pois é um elo entre todas nós: as novas e as antigas. E enquanto as gerações vindouras estiverem lendo Orgulho e Preconceito, as gerações passadas serão lembradas e honradas.
- Bravo! - grita a platéia, que, entre aplausos, se levanta emocionada com o meu discurso.
- Obrigada, obrigada! - os reverencio com satisfação.

Mas, voltando. Apenas me empolguei ao falar da minha linhagem feminina...

Pense comigo: um livro tão importante para tantas linhagens femininas (sei que Orgulho e Preconceito é compartilhado por várias avós, filhas e netas no mundo inteiro) foi criado por uma mulher que não se casou e não teve descendentes. E, no entanto, ela acaba sendo um grande referencial para todas nós. Aliás, não só ela, como suas heroínas (que, de certo modo, são suas filhas).

E se é importante para nós, mulheres, termos um bom referencial feminino, como disse a profetisa, então temos a tranqüilidade (**) de saber que a digníssima está aí, à nossa disposição.

Agora entendo porque minha linhagem feminina é boa referência para mim: além de suas virtudes, me ensinou que os mais velhos erram e que eu não devo repetir esses erros - direi o mesmo à minha prole! - e me apresentou à Jane Austen, com o livro Orgulho e Preconceito: um livro que nos mostra um caminho mais rico e interessante. 
Mas o melhor de tudo: isso não é privilégio de nenhuma família. Qualquer um pode trilhar por esse caminho criado há duzentos anos.

(*) Se bem que um referencial "sem falhas" é tão ruim, traz tantos problemas...
(**) Não sei se vocês perceberam, mas continuo escrevendo idéia, tranqüilidade...ou seja, ao velho modo! E vou continuar assim enquanto eu não me esquecer das antigas regras de português.
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No melhor site sobre a Jane Austen, aqui no Brasil, o Jane Austen em Português, da Raquel Sallaberry, as comemorações pelos 200 anos da obra Orgulho e Preconceito já começaram! Todo mês há um artigo especial, não percam! (P.s.: eu estarei lá em julho!)
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