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domingo, agosto 06, 2006

1. Série “Posts Esporádicos” (*)

1.2. Pedaços da semana que guardei em uma gaveta e agora repasso para o blog.

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"A luz se propaga no vácuo."
"O som não se propaga no vácuo."
E a escrita?

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Alegria que não se sensibiliza com a dor alheia não é alegria – é egoísmo.

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Paulo, Perry e Celeste:

Paulo virou Paula.
Perry foi pro céu.
E Celeste emagreceu.

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NO “BAR NÃO FUNCIONAL”

Amiga: Amor que não traz e não faz alegria não é amor.
Amigo: Ou é um amor ignorante.
Amiga: Mas dá pra agüentar a ignorância por muito tempo?
Amigo: É, não dá. Nem a própria ignorância se agüenta.
Amiga: Só o Lula se agüenta.
(risos)
Amigo: Se bem que o Lula é mais malandro do que ignorante. Inteligente é o...
Clarice Lispector (que parecia um tanto distraída): Eu sempre achei que há vários tipos de inteligência, mas a maior delas é a bondade.
Tolstoi (que é sério, e muito profundo nas reflexões): A verdadeira sabedoria não é o conhecimento de tudo, mas o conhecimento do que na vida é necessário, o que é menos necessário e o que é completamente desnecessário saber. O conhecimento mais necessário é o de como viver bem, isto é, como produzir o menor mal possível e o máximo de bondade em nossa vida. Hoje em dia, as pessoas estudam ciências inúteis, mas se esquecem de estudar isso, que é o conhecimento mais importante.

A conversa prossegue. A imagem sai dessa mesa e vai para uma outra, onde um filho de Oxalá escreve um poema. Num determinado trecho, ele o lê em voz alta para ouvir como está:

Ó vós que pedis pouco à vida que dá muito
Erigis a esperança em bandeira aguerrida
Sem saber que a esperança é um simples dom da vida
E tanto mais porque é um dom público e gratuito.

As luzes se apagam porque é para ser um episódio inconcluso.
O tal filho de Oxalá é Vinícius de Moraes e o poema é Carta aos Puros.

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Água mole em pedra dura tanto bateu, tanto bateu. Mas a pedra era tão dura e tinha o coração tão endurecido, que a água mole se cansou da pedra dura e voltou para o rio, para se jogar, em rios de lágrimas, nos braços abertos e afetuosos do Mar.

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Minha história do outro (para plagiar um pouco o Zuenir Ventura.):

A história mais interessante que ouvi nessa semana é a de uma moça que conheci. Ela se formou em Enfermagem, em 2002, e trabalha num posto de saúde. Há três meses se casou e agora começou um cursinho pré-vestibular para tentar Medicina. Ela me disse que a mãe é técnica em enfermagem – a “melhor técnica em enfermagem que existe”, acrescentou orgulhosa – e, por isso, vive com a “enfermagem” desde pequena. Fez a faculdade e logo começou a trabalhar no posto de saúde onde está até hoje. Acontece que de uns tempos pra cá um ímpeto de poder fazer algo mais foi crescendo. Explico melhor com alguns exemplos que ela me deu: tinha chegado ao posto de saúde um paciente com todos os sintomas de ataque cardíaco. Ela o levou até o médico, um doutor recém-formado. Quando este o analisou, disse que aqueles sintomas eram psicológicos, devido a stress. A moça ficou pasma ao ouvir o prognóstico do doutor, mas, por ela ser enfermeira, não podia fazer nada. Só que ela tinha certeza de que se o homem voltasse para casa ia acabar morrendo. O que ela fez? Não podendo receitar remédio, nem medicá-lo – por ser enfermeira – deu um jeito de sair do posto, pegar o próprio carro e levar, escondida, o senhor a outro posto de saúde, onde verificaram que, de fato, ele estava para ter um enfarte. Um outro caso, foi o de uma mulher que estava para dar à luz por cesariana e não havia nenhum médico disponível. Ela, a moça que estuda para medicina, já viu várias vezes como se faz esse parto, mas ela – por ser enfermeira – não pode fazer. O médico acabou chegando, mas foi o momento mais angustiante da sua vida. Outros casos não pararam de acontecer, fazendo com que ela começasse a se sentir presa e limitada às atividades do posto, e foi quando percebeu que a vida está exigindo dela um passo a mais.
Só de ouvir isso, já dá para esperar uma boa médica, não acham? Ela não está fazendo o curso só pelo status de “doutora”, mas pelo que realmente poderá fazer. E uma médica que já sentiu na pele o trabalho (pesado) das enfermeiras, terá uma sensibilidade extra.

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Sobre arrependimentos:

Tenho um peso em minha alma. Durante minha longa vida, não fiz ninguém feliz, nem meus amigos, nem minha família, sequer eu mesmo. Fiz muitas coisas más... Fui a causa do começo de três grandes guerras. Cerca de 800 mil pessoas foram mortas por minha causa no campo de batalha, e suas mães, seus irmãos e viúvas choraram por elas. E agora isso se posta entre mim e Deus.
(Otto von Bismarck)

Sempre ouvi alguém repetir uma frase proferida por Otto von Bismarck: “Burro é aquele que não aprende com os erros dos outros”.
Pois bem, acho que dá para aprender muito com o arrependimento do chanceler alemão. Se bem que “arrependimento” não é erro, mas acerto. Erro é o que causou o arrependimento e é isso que nos ensina algo.

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Um mendigo loiro que tem no meu bairro, ontem estava com uma cachorrinha preta de laço verde no colo. Quando passei por eles, o mendigo, que devia estar meio bêbado, disse, apontando para a cachorrinha:
- Essa é a única que gosta de mim. É a minha Penélope Charmosa!
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(*) Porque não postar nada é que é difícil.
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Comments:
Que história de neblina é essa? Todos os dias estamos tendo neblina nessa cidade?!? Já que não é poluição, só podem ser as fadas que resolveram se aproximar de nós.
:-)
 
Lindo lindo =)
 
"Inspira, Expira"... E manda pra gente tudo q escondeste nas gavetas todos esses dias... Beijos amiga!
 

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