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domingo, março 16, 2008

A CENA DE QUANDO UM HOMEM É HOMEM, em que o personagem de John Wayne, Mclintock, conversa com sua filha Becky:
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Entendendo: Becky tinha ido ao Leste para estudar na faculdade. Sua mãe, Katherine (personagem de Maureen O'Hara), havia brigado com o marido, Mclintock, e, por isso, acompanhou a filha. De lá, Katherine enviou uma carta ao marido com um pedido de divórcio. Mclintock simplesmente a ignorou. Quando Becky volta ao Oeste para visitar o pai, Katherine vai junto, com o intuito de colocar um ponto final na relação com o marido. (Quem assistir ao filme vai saber o que acontece com os dois.) Na cena em questão, Becky aproveita estar a sós com o pai para perguntar o que houve na relação dos pais. Eis o diálogo:
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Becky: - Bom dia, pai.
Mclintock: - Boa tarde (sic). O que a fez sair tão cedo?
B: - Há algo que preciso acertar na minha cabeça.
M: - É? O quê?
B: - A mamãe...Por que você e a mamãe deixaram de viver juntos, pai? Por que se separaram?
(O pai finge que não ouve.)
B: - Não vai me responder?
M: - Não.
B: - Eu acho que é da minha conta.
M: - Eu não.
B: - É outra mulher? Geralmente é.
M: - Na sua idade, vocês sempre sabem o que é comum.
B: - É a Sra. Warren?
M: - Becky, não quero começar a ditar regras no seu primeiro dia em casa, mas não conversarei mais sobre isso. A primeira vez que vi a Sra. Warren foi na semana passada. Ela tem um emprego aqui, para o qual é muito boa. E espero que você tenha boas maneiras para não se intrometer nos problemas dos outros, da sua mãe e meus.
(Instante de silêncio entre os dois...)
B: - Posso entender seu problema. A mamãe é sempre tão petulante.
M: - Petulante? Você aprendeu muitas palavras lá no Leste, Becky. Deus queira que tenham lhe ensinado os significados. Você tinha apenas seis meses de idade quando sua mãe ficou sozinha com você numa choupana, sob dois metros de neve, enquanto eu levava o rebanho 500 km ao sul, para tentar salvá-lo. Salvei mais ou menos a metade. Você tinha pouco mais de um ano, na época dos ataques dos comanches. Nós nos escondemos de 500 índios, por nove dias. Petulante, Becky? Acho melhor voltar para casa.
(Becky, que está em cima do cavalo, se vira para ir embora em silêncio, quando o pai a chama:)
M: - Becky, venha cá. Preciso lhe dizer algo. Acho que agora é a melhor hora. Você terá todos os jovens do oeste do Missouri por aqui tentando casar com você. Primeiro porque é uma garota linda. Mas também porque eu sou dono de tudo nessa região e eles pensam que vão herdar isso. Bem, você não vai. Vou deixar a maior parte para... Bem, para a nação, na verdade. Para um parque onde nenhum madeireiro cortará todas as árvores para casas com goteiras. Ninguém matará todos os castores para fazer chapéus para grã-finos, nem assassinarão os búfalos para fazer mantos. O que vou lhe dar é uma extensão de quinhentas cabeças no Rio Green. Pode não parecer muito, mas é mais do que tivemos, sua mãe e eu. Alguns camaradas vão dizer que estou fazendo tudo isso para poder sentar lá no além e olhar aqui para um parque com meu nome ou por ter me decepcionado com você e não querer lhe dar todo o dinheiro. Mas o principal motivo, Becky, é que a amo e quero que você e algum jovem tenham o que eu tive. Porque todo o ouro do tesouro dos Estados Unidos e toda a música de harpa no céu não se igualam ao que acontece entre um homem e uma mulher amadurecendo juntos daquela forma. Não posso explicar melhor que isso.
B: - Está bem, pai. (E se prepara para se retirar outra vez, um tanto cabisbaixa, mas o pai a chama novamente:)
M: - Becky. Quando tiver a minha idade, me agradecerá por isso.
B: - Pai, já estou totalmente madura. Não estava preocupada comigo. Estava pensando no senhor e na mamãe.
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