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sexta-feira, agosto 29, 2003

RESTOU-NOS O COPO D’ÁGUA

Quando era pequena, brincava de “copo d’água” (também conhecido como “rolhada” ou “come-mosca”)

A brincadeira consiste no seguinte:

Em uma roda, cada participante passa uma carta para o que está ao seu lado – sem que os demais vejam o naipe. O primeiro que formar uma determinada seqüência com as cartas deve abaixá-las discretamente. Em seguida, os que perceberem que um as abaixou, fazem o mesmo. O último que as abaixar é o perdedor e, portanto, bebe um copo d’água (ou recebe, no rosto, a mancha escura de uma rolha queimada).

Bem, houve uma vez em que, ao meu grupo de amigos, chegou um garoto bem novinho querendo brincar.

Nós explicamos as regras do “copo d’água” e iniciamos o jogo – que, aliás, foi um dos mais demorados da história dos jogos infantis!! (óohh!!)

De repente, esse estreante, na maior inocência, sem abaixar as cartas, gritou:

- Formei a seqüência!!

Os demais não tivemos dúvida: abaixamos as cartas imediatamente e esse garoto, coitado, que havia formado a seqüência, foi obrigado a beber o copo d’água.

Esse acontecimento pode ser metáfora para o caso da patenteação do CUPUAÇU.

Vejam o porquê: Nós conhecemos a fruta e passamos a, inocentemente, alardeá-la aos quatro cantos. Os japoneses, captando a “malícia do jogo”, acabaram vencendo.

Deu para entender?

Uma outra hipótese, também “enquadrada” no jogo é:

Os japoneses leram o blog do Luis Antonio (www.indagacoes.blogspot.com), mais especificamente, o post do dia 1o. de maio:

“ESCOLHA
O cupuaçu é provavelmente uma fruta injustiçada pela história. Tendo sabor tão impressionante, é capaz de enlouquecer um homem. Este, pobre mortal repleto de anseios, pode cruzar mares para satisfazer o paladar, e encher-se da mistura de doce e amargo, síntese da vida de todos os seus irmãos, também pobres mortais. O cupuaçu pode ter florescido no Éden, mas os pintores renascentistas preferiram não alardear, e escolheram a maçã.” (Luís Antonio Miscow)

O que aconteceu:

Os japoneses leram, ficaram maravilhados com a descrição dessa fruta, a provaram e aprovaram (!) e, rapidamente, a tomaram para si.

Luís, da próxima vez, façamos como os pintores renascentistas e não alardeemos o que ainda não foi patenteado!
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