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sábado, novembro 01, 2003

ILHA, BLECAUTE, LUZ

É engraçado, mas o número de leitores do DESANUVIANDO triplicou nestes dias em que não postei nada. Estou até com medo de escrever algo e ninguém mais voltar. Dessa forma, meu blog correrá o risco de virar uma ilha e eu, ilhada, uma Robson Crusoé (ou Rebeca Crusoé!). A vantagem é que já tenho um cachorro (lembram-se do Viramundinho?); só me resta um índio (que espero que venha de jeans e radinho de pilha para a gente ouvir umas Bossas Novas e a “rádio que toca notícias”). Daí, o próximo passo será pensarmos em uma maneira de ter luz, pois não sei fazer fogueira com pedras, tampouco ando com isqueiro ou fósforos. (Parêntesis: me lembrei, agora, de uma pichação em um muro do Rio de Janeiro: “Quero que o mundo se acabe no fogo para eu fumar o meu último baseado”. Dá vontade de pegar o sujeito que disse isso e fazer uma fogueira com ele. O problema será o cheiro de enxofre com maconha. Argh! Argh! Cuspa – ou tape o nariz!!) (Ok, ok, apenas catarse!). Continuando... O problema da luz deve ser pensado para não ocorrer o mesmo que aconteceu em uma outra ilha...(hum...notaram a introdução feita para falar do apagão de Florianópolis?)

Os Robsons Crusoés de Floripa ficaram na completa escuridão. Da ilha, via-se – e almejava-se! – a luz do continente; do continente, via-se quase uma assombração: à medida que ia escurecendo, o breu baixava sobre as casas e era como se a Ilha da Magia se esvaísse no ar. Parecia uma ilha fantasma, que uma hora está lá; outra, não.

Disseram que se o blecaute perdurasse, no dia 31 de outubro haveria um espetáculo: as bruxas (pois “que las hay, las hay”) acenderiam uma grande fogueira pelo seu dia. No entanto, a energia elétrica acabou voltando de tarde e os postes e os prédios acesos camuflaram a luz do fogo. (Ainda não foi dessa vez que se viu o ritual das bruxas...).

Bom, mas chega de divagações (deve ser influência da Clarice – a Lispector, amigo! A propósito, amanhã falarei dela. Outra vez!).Seguem, para finalizar, algumas reflexões – umas, maldosas; outras, profundas – feitas (não por mim) à margem - ou de dentro mesmo - do apagão:

“Floripa teve seu dia de Nova Iorque e Paris: houve um blecaute e ninguém tomou banho.”

“Um general se esforça pra botar ordem no quartel enquanto um cabo consegue tocar o horror na cidade”.

“É preciso que se apague a luz para enxergar melhor. Nesses dois dias de escuridão, fiz o que há tempos não fazia: me reuni com minha família e soubemos mais um do outro”


NOTÍCIA DE ÚLTIMA HORA (22:50): O BREU VOLTOU!

Esqueceram-se do vento sul - aquele que já me levou R$ 1,00 -, que, a 110 km/h causou um curto-circuito nos fios de energia improvisados e trouxe a escuridão novamente. Outra vez a ilha esvaiu-se...

(O Zininho (*), coitado, deve estar tristinho, tristinho...)

(*) Zininho: autor do simpático hino de Florianópolis, taurino como eu - aliás, do mesmo dia.
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