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sexta-feira, outubro 01, 2004
COMO UMA SEXTA-FEIRA (APARENTEMENTE) CHOCHA PODE SE TRANSFORMAR NUM POST
Minha sexta-feira foi a mais normal possível, com o cansaço acumulado de uma semana puxada e sem nenhuma novidade ou acontecimento inesperado que pudesse surpreender o marasmo do dia. Às dez horas da noite, estava me preparando para dormir quando ouvi o cão da casa da esquina à frente latir como costuma latir ao suspeitar de um pedestre.
Não sei o que leva a gente a ter curiosidade; deixo isso para a tese de algum universitário (como diria Rubem Braga...), mas o fato é que eu, que prefiro ceder prontamente ao sono em vez de me incomodar com o que ocorre na rua, fui até a janela, vi o cachorro latindo desesperado em direção ao prédio vizinho (o pequeno prédio em frente ao meu) e então enxerguei um pivete parado, entre o prédio e a rua. Como tinha acendido a luz, imediatamente a apaguei para não ser vista. O pivete acabou indo embora, mas então, de um segundo para o outro, minha vida se transformou num filme de Hitchcock. Olhei para aquele prédio e reparei em todas as suas janelas: numa delas estava um senhor de pijamas, sentado, vendo televisão; numa outra, havia uma garota deitada na cama, lendo uma revista; na do primeiro andar, uma mulher, também no escuro, olhava para a rua. Tudo isso não é novidade para quem mora em cidade grande – ou cidade que está crescendo. A ganância imobiliária é tanta que, além de ver o seu vizinho da frente, você pode passar um pedaço de pizza para ele, pela janela! – um amigo me jurou que viu essa cena em São Paulo! Mas ter visto um cachorro latindo para um estranho (e “suspeito”, do ponto de vista do cão e do meu) e reparar que aquela mulher do primeiro andar continuou, ainda no escuro, a olhar pela janela, deixou o cenário um tanto sinistro. Principalmente porque quando o pivete se foi, os olhos dela não o acompanharam, mas se fixaram no cão, que, percebendo isso, ficou quieto e submissamente se escondeu na sua casinha.
Minha sexta-feira foi a mais normal possível, com o cansaço acumulado de uma semana puxada e sem nenhuma novidade ou acontecimento inesperado que pudesse surpreender o marasmo do dia. Às dez horas da noite, estava me preparando para dormir quando ouvi o cão da casa da esquina à frente latir como costuma latir ao suspeitar de um pedestre.
Não sei o que leva a gente a ter curiosidade; deixo isso para a tese de algum universitário (como diria Rubem Braga...), mas o fato é que eu, que prefiro ceder prontamente ao sono em vez de me incomodar com o que ocorre na rua, fui até a janela, vi o cachorro latindo desesperado em direção ao prédio vizinho (o pequeno prédio em frente ao meu) e então enxerguei um pivete parado, entre o prédio e a rua. Como tinha acendido a luz, imediatamente a apaguei para não ser vista. O pivete acabou indo embora, mas então, de um segundo para o outro, minha vida se transformou num filme de Hitchcock. Olhei para aquele prédio e reparei em todas as suas janelas: numa delas estava um senhor de pijamas, sentado, vendo televisão; numa outra, havia uma garota deitada na cama, lendo uma revista; na do primeiro andar, uma mulher, também no escuro, olhava para a rua. Tudo isso não é novidade para quem mora em cidade grande – ou cidade que está crescendo. A ganância imobiliária é tanta que, além de ver o seu vizinho da frente, você pode passar um pedaço de pizza para ele, pela janela! – um amigo me jurou que viu essa cena em São Paulo! Mas ter visto um cachorro latindo para um estranho (e “suspeito”, do ponto de vista do cão e do meu) e reparar que aquela mulher do primeiro andar continuou, ainda no escuro, a olhar pela janela, deixou o cenário um tanto sinistro. Principalmente porque quando o pivete se foi, os olhos dela não o acompanharam, mas se fixaram no cão, que, percebendo isso, ficou quieto e submissamente se escondeu na sua casinha.
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