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segunda-feira, novembro 21, 2005

BORBOLETA DE PLÁSTICO ROSA

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Hoje, por uns instantes, tive saudades de mim com seis anos. Só porque meu irmão perguntou se eu já tinha visto uma casa de João de Barro.
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Sim, eu já vi. Quando tinha seis anos, na minha sala de aula havia uma estante e, sobre ela, além de alguns livros para criança, havia uma casa de João de Barro vazia.
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Meus amigos e eu (melhor dizer: meus “amiguinhos” e eu) gostávamos de colocar a mão lá dentro e fingir que tínhamos encontrado o João de Barro ou , então, que o João de Barro tinha prendido a nossa mão para sempre. (Incrível como essa lembrança ficou adormecida por todos esses anos.)
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Não tinha um dia em que não tocávamos naquela casinha de barro. E se um dia aparecesse o dono dela? A gente aprendendo a ler e o pássaro ali dentro, brincando de casinha...
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Nessa idade, eu também tinha uma borboleta de plástico rosa. Ela ficava junto com o meu pé de feijão (era mágico plantar feijão no algodão!), na área de serviço do meu apartamento. Todos os dias, ia cuidar da planta e da borboleta.
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No último dia de aula, não lembro há quanto tempo já vinha planejando, levei a borboleta para o colégio. Quando acabou a aula, dei um jeito de ir discretamente até a casa do João de Barro e a deixei lá dentro. Não contei isso para ninguém. Um aluno, no próximo ano, certamente colocaria a mão ali e encontraria a minha borboleta.
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Na hora do almoço, voltei para casa, olhei para o pé de feijão sozinho e senti falta da borboleta, mas me resignei, pois o motivo era nobre: fazer alguém encontrar uma borboleta rosa dentro de uma casa de João de Barro!
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De tarde, meu pai me levou ao clube para brincar na piscina e eu fingi que brincava para ninguém notar que, na verdade, estava devaneando sobre o futuro da borboleta.
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Ah, menina, agora, passada a recordação, fiquei curiosa para saber o fim da nossa borboleta.
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