Desanuviando

Mas chegara a terça-feira, véspera das "cinzas". Ele dormia e sonhava com um mar sereno, quando uma onda enorme e forte começou a se aproximar e não haveria tempo de fugir. A onda crescia, crescia e ele, minúsculo, olhava para cima. E quando a onda ia, finalmente, se jogar nele (como um elefante em cima de uma formiguinha, consegue imaginar?)... ele acordou.

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Estava explicado: era quarta-feira de Cinzas e ele se despediria dela para sempre. Voltava a música Tristeza não tem fim; felicidade, sim...

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"Vamos para o mar! O último mergulho juntos..."

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E brincou na água, nas ondas, tentando esquecer que a Alegria só o acompanha no Carnaval. Por um átimo chegou a flutuar, a andar sobre o mar, a não olhar para o horizonte, lugar onde nascem as ondas. Coitado...Uma onda grande e forte o pegou de surpresa, derrubando-o na areia.

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Prostrado no chão, maldisse a vida, os sonhos, o aguardado, o mar.

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Mas novamente a mão tocou-lhe no ombro e o levantou.

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Ela sorria e ele sorriu até que os dois começaram a gargalhar. De mãos dadas, saíram caminhando e ele, pela primeira vez, percebeu como ela era encantadora.

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FIM (da narração; o resto é com os dois.)

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Tem coisas que a gente lê ou fica sabendo e se pergunta "por que não soube disso antes?"

Pois hoje descobri, por acaso, que dia 7 de março é o dia de duas santas, cujos nomes são: Perpétua e Felicidade. Dá para não gostar de santas com esses nomes? Principalmente Felicidade... Santa Felicidade!

Daí busquei na internet e li que as duas eram mães e que a Felicidade era escrava da Perpétua. (Houve escravidão mais poética que essa? Felicidade... Perpétua...sempre...). As duas foram presas quando a Felicidade estava grávida, prestes a dar à luz. Quem a ajudou na hora do parto foi a sua "dona", a Perpétua.

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É hoje que eu peço muitas Graças!

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