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quarta-feira, junho 14, 2006

FRESH AIR
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Quem melhor labuta nessa época de Copa são os publicitários. Ouvi um dizer que a copa do mundo traz fresh air à cabeça deles e por isso as propagandas andam tão inspirada-da-da s. (Embora ninguém mais agüente ouvir o da-da-da, que não sai mais da-da-da cabeça.). Até o "Ai, caramba! Que pesadelo!", do Maradona, é comentado em todos os cantos de ônibus, bares, salões de beleza, supermercados, casas etc. e sempre que ligo para alguém, digo como se narrasse um jogo: olácomovaivocêboanoiteatéapróximaesperoqueestejabemumbeijooooooo!
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EU QUERIA...
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ter contado que a primeira graça de Santo Antônio deste ano aconteceu no sábado, dia 10 de junho. Minha amiga Marcia e eu estávamos no ônibus que vai até o bairro Santo Antônio de Lisboa e, quando ele chegou no ponto final, a catraca (primeira vez que escrevo essa palavra!) estragou. O cobrador, coitado, ficou desesperado porque, pelo que deu a entender, os chefes o obrigariam a pagar com o próprio dinheiro.
Nós duas ficamos um tempão dentro do ônibus (já estávamos atrasadas para a pizza que nos aguardava) enquanto o cobrador e o motorista brigavam para decidir alguma coisa.
O que resolveram, a muitas custas, é que quem fosse descer em Santo Antônio mesmo não pagaria nada. Quem fosse descer depois do bairro, teria que descer no terminal, pagar a passagem e entrar novamente no ônibus.
Do ponto final até o começo do bairro (última esperança para quem não quisesse pagar passagem de ônibus), os passageiros entraram pela parte de trás, surpresos - e, depois, contentes - com a situação. Um senhor bem simples ficou feliz da vida e não parava de dizer o quanto estava contente por não pagar a passagem UMA VEZ NA VIDA. (No final, ele teve que pagar a passagem porque ia descer depois do bairro Santo Antônio de Lisboa e ficou chateadíssimo. Reclamou por terem aumentado a passagem do ônibus na semana passada. A catraca ter estragado foi castigo pelo novo aumento das passagens!)
Mas cheguemos à graça de Santo Antônio. Quem desceria em Santo Antônio de Lisboa não pagaria a passagem, certo? Por coincidência, o bairro estava comemorando o dia do santo e naquela hora começaria a missa em sua homenagem, na igreja que recebe o seu nome. Os únicos que desceram em Santo Antônio estavam indo justamente para a igreja e NÃO PAGARAM A PASSAGEM. Não parece graça de santo? Uma graça pequena, é verdade; quase uma gracinha de Santo Antônio com os passageiros dos ônibus e os seus fiéis, mas uma gracinha significativa. Aquele senhor bem simples teria ficado agradecido por essa graça de não pagar a passagem UMA VEZ NA VIDA.
Quando esses passageiros desceram, o cobrador, que até então estava resmungando com todos por causa do problema, falou de brincadeira para os que desceram:
- Já que vocês não pagaram, podiam dar o dinheiro da passagem pra igreja.
E todos os demais, já conformados em ter que pagar, riram com a gracinha do cobrador.
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(Mas eu queria ter contado isso antes, no máximo até domingo. Hoje já perdeu um pouco do vigor e não sei se volto a escrever enquanto o Brasil estiver na Copa. Não estou com o fresh air dos publicitários.)
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p.s.: Esqueci alguns detalhes pitorescos dessa "história". Quando entramos no ônibus, pedimos informação ao cobrador sobre o local onde teríamos que descer. Ele não sabia explicar, então perguntamos a ele se o motorista saberia nos dizer, mas ele disse que não porque o motorista era "meio esquecido". Logo imaginamos um senhor dirigindo o ônibus, mas quando chegou o tal motorista meio esquecido, vimos que ele era muito mais novo que o cobrador.
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