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domingo, janeiro 21, 2007

CONTINUANDO
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Depois da estoqueada do Night Shyamalan aos críticos, eu é que não vou me atrever a dizer qual foi a intenção desse diretor ao escrever A DAMA NA ÁGUA. Só vou dizer o que eu, pessoalmente, sempre gosto de ver em TODOS os filmes dele: é a questão da espiritualidade – e isso ninguém pode negar que é recorrente.
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Um dos poucos críticos que uma vez li que elogiava o Shyamalan dizia que, com os filmes dele, a gente aprende que é preciso ABRIR OS OLHOS, DESENVOLVER O SEXTO SENTIDO, REPARAR NOS SINAIS, ULTRAPASSAR AS FRONTEIRAS DA VILA, COM CORAGEM E FÉ NO AMOR. Agora, o crítico poderia acrescentar: OUVIR E AJUDAR A NINFA DO MAR – OS SERES ESQUECIDOS, QUE SEMPRE QUISERAM NOS ORIENTAR PARA O BEM. Mas a questão é: e o que vem depois disso? Depois que se passa por tudo isso, a resposta é: nunca mais se é o mesmo. Nossa vida nunca mais é a mesma. Não significa que você será como naquelas propagandas americanas de aparelho abdominal em que em um instante você é gordo, encurvado e infeliz; no outro, você é magro, esbelto, com sorriso branco e feliz. Não. Sua vida muda no sentido, no modo como você a recebe e a constrói. Nos filmes do Night, o problema apresentado só é realmente resolvido pelos personagens quando eles passam a CRER. E a crença sempre vem acompanhada pela SOLIDARIEDADE. Ou seja, os personagens precisam acreditar e se ajudar para que tudo se resolva e, com isso, percebem que não estão sozinhos, nem física – “estamos todos interligados” - nem espiritualmente – há sempre alguém nos guiando e nos protegendo. No filme DE OLHOS ABERTOS, que eu não canso de recomendar, o garotinho começa a enxergar a humanidade em seus colegas, com suas fragilidades e sabedorias.
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No A DAMA NA ÁGUA há, além da questão da crença e da solidariedade, outros detalhes: não por acaso a ninfa se chama STORY, mas o ser humano, com preocupações mil e terrenas, deixou de escutá-la, de seguir seus conselhos valiosos. (Já perceberam que os pescadores também não contam mais histórias? Nem eles sentem mais vontade de falar sobre bruxas, lobisomens e da aventura mirabolante que foi chegar ao fundo do oceano, com ajuda de seres marinhos, para resgatar o anel da noiva.).
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Ainda nesse filme: a ninfa diz que todo mundo tem a sua missão. E essa missão, agora digo eu, não precisa estar sob holofotes, câmeras de televisão etc. Pode ser uma missão silenciosa, mas com não menos valor. Um dos personagens, que por sinal é o próprio Night Shyamalan, é perguntado pela ninfa se quer saber sobre o futuro. Ele responde que sim e descobre qual a sua missão. Mas ele também descobre que essa missão acarretaria em um sacrifício – ou conseqüência - cujo motivo é um mistério. Novamente, vem a ninfa nos dizer: ninguém está simplesmente solto na Terra. Todos estão interligados.
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Cumprir a nossa missão não é um passo que muitos dêem na vida, mas é o passo mais importante que cada um deve dar. Pisar na lua não tem sentido para a humanidade se este outro passo não for dado por cada indivíduo. Mais uma vez: esse grande passo tem muito a ver com a CRENÇA e a SOLIDARIEDADE. E o tal “toque do gênio” que o Shyamalan tem é justamente ao mostrar tudo isso com um enredo perfeito, todo encaixadinho, que vai fascinando e prendendo o espectador em cada cena. Ou seja, além do conteúdo profundo e sábio, a forma é muito bem trabalhada.
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Mas vou encerrando por aqui, meus amigos, para não tomar mais o tempo precioso de cada um. Fica a recomendação de toda a filmografia do Shyamalan!
Bom domingo para todos.
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Comments:
Aí eu fui fuçar a filmografia do cara: Poxa Re, pq não dissesse que ele é o diretor de "Sinais"? O cara é bom! hehe! bom domingo pra ti tb!
 
Ah, isso eu falei em anos anteriores...Shyamalan não é assunto inédito no Desanuviando!
Bjos,
Rebeca
 
Sobre cumprir missão, gosto muito do "Corpo fechado", injustamente tachado de um filme menor do mestre. É patente isso quando o Bruce Willis procura o negão depois da noite de heroísmo, e o negão pergunta: "e hj de manhã, qdo vc acordou, sentiu-se insatisfeito?" E o Bruce Willis percebe que não, que andava infeliz porque não estava dando cumprimento ao seu dom, à sua missão.
 
quando eu vi "Dama na Água", eu só conhecia sexto sentido do night. E, a cada cena, eu fui tentando entender que espécie de filme era aquela? seria suspense, infantil, ou simplesmente um conto?
em certo ponto, desisti. preferi sentir o filme mais puro do que acreditei ser capaz.
foi fabuloso.
um dos melhores filmes da minha vida. :P
parece exagero, mas é difícil explicar tudo o que passou pela minha cabeça durante o filme...
 
rafa, vc é novo por aqui! veio pelo blog da pri?
bjos!
 

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