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domingo, abril 15, 2007
SONHOS
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Quem acompanha o Desanuviando deve ter percebido que eu não falei de um quarto filme a que assisti nas férias. Devia ter comentado na época, mas outros posts foram se intrometendo, furando fila e aparecendo antes.
Com paciência oriental, o filme esperou sua hora certa de ser postado. As pistas que eu tinha dado sobre ele, se não me engano, foram: filme de um japonês, muitas cores, e trata de sonhos. Alguém adivinha?
Pois o filme é este:
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Quem acompanha o Desanuviando deve ter percebido que eu não falei de um quarto filme a que assisti nas férias. Devia ter comentado na época, mas outros posts foram se intrometendo, furando fila e aparecendo antes.
Com paciência oriental, o filme esperou sua hora certa de ser postado. As pistas que eu tinha dado sobre ele, se não me engano, foram: filme de um japonês, muitas cores, e trata de sonhos. Alguém adivinha?
Pois o filme é este:
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O nome dele, como vocês vêem, é SONHOS. É bem diferente de qualquer outro filme. Eu mesma nunca tinha visto um filme desse diretor antes. Peguei o DVD pelo nome – SONHOS – e pelo que dizia na capa.
O filme é mais ou menos assim: são 8 episódios e cada um conta um sonho que, segundo o livreto do DVD, trabalha sobre algo do nosso inconsciente. Depois li um pouco mais sobre o filme e descobri que esses oito sonhos pertenciam ao próprio diretor, Akira Kurosawa.
Por se tratar de sonhos e, ainda por cima, dos de uma outra pessoa, o filme é todo simbólico, subjetivo. Acho que nem tudo é fácil de captar, mas o livreto ajuda nesse ponto. Dos oito sonhos, os meus favoritos foram OS CORVOS, em que o alter-ego de Kurosawa entra num quadro do van Gogh para se encontrar com o próprio pintor (interpretado por Martin Scorcese); O TÚNEL, que mostra um militar atravessando um túnel e, do outro lado, encontra seus subalternos e conversa com eles, mas estão todos mortos devido a um combate – e o militar se dá conta de que também está morto; por isso ele atravessou “o túnel”; e O POVOADO DOS MOINHOS em que há um encontro do protagonista com um senhor muito velho e muito sábio de um pequeno povoado, que parece ter ficado alheio a vários progressos da humanidade, mas que, por outro lado, não pagou o preço que tivemos que pagar com alguns desenvolvimentos. Nesse último sonho, o velho do povoado dá uns conselhos sábios ao visitante, sobre a natureza e os homens, e eu gostaria de reproduzi-los aqui, mas não os anotei. Quando pegar o DVD novamente, copio e repasso para o Desanuviando.
O mais bonito de tudo, porém, é como o diretor mexe com as cores. Depois li na internet que essa é uma característica dele. No sonho em que há o encontro com o van Gogh, o personagem entra num quadro do artista, e é lindo esse momento. O quadro, já todo colorido e harmônico, se transforma em “cena real”, sem perder a sua beleza. No povoado dos moinhos, as cores também são lindíssimas para representar a sabedoria que permaneceu ali. Já em outros sonhos, como MONTE FUGI EM VERMELHO, as cores são um pouco mais áridas, pois a bomba atômica tinha eclodido recentemente. As únicas cores mais fortes são as das fumaças da bomba, mas só servem para intensificar o desespero das e nas pessoas.
Outro aspecto interessante é que em todos os sonhos está presente o Japão: sua cultura, sua música, sua história. Isso, naturalmente, também dá um toque distinto ao filme, e o torna ainda mais subjetivo, mas não menos atraente.
Ah! E o filme começa assim: “Uma vez eu tive um sonho...”
Por se tratar de sonhos e, ainda por cima, dos de uma outra pessoa, o filme é todo simbólico, subjetivo. Acho que nem tudo é fácil de captar, mas o livreto ajuda nesse ponto. Dos oito sonhos, os meus favoritos foram OS CORVOS, em que o alter-ego de Kurosawa entra num quadro do van Gogh para se encontrar com o próprio pintor (interpretado por Martin Scorcese); O TÚNEL, que mostra um militar atravessando um túnel e, do outro lado, encontra seus subalternos e conversa com eles, mas estão todos mortos devido a um combate – e o militar se dá conta de que também está morto; por isso ele atravessou “o túnel”; e O POVOADO DOS MOINHOS em que há um encontro do protagonista com um senhor muito velho e muito sábio de um pequeno povoado, que parece ter ficado alheio a vários progressos da humanidade, mas que, por outro lado, não pagou o preço que tivemos que pagar com alguns desenvolvimentos. Nesse último sonho, o velho do povoado dá uns conselhos sábios ao visitante, sobre a natureza e os homens, e eu gostaria de reproduzi-los aqui, mas não os anotei. Quando pegar o DVD novamente, copio e repasso para o Desanuviando.
O mais bonito de tudo, porém, é como o diretor mexe com as cores. Depois li na internet que essa é uma característica dele. No sonho em que há o encontro com o van Gogh, o personagem entra num quadro do artista, e é lindo esse momento. O quadro, já todo colorido e harmônico, se transforma em “cena real”, sem perder a sua beleza. No povoado dos moinhos, as cores também são lindíssimas para representar a sabedoria que permaneceu ali. Já em outros sonhos, como MONTE FUGI EM VERMELHO, as cores são um pouco mais áridas, pois a bomba atômica tinha eclodido recentemente. As únicas cores mais fortes são as das fumaças da bomba, mas só servem para intensificar o desespero das e nas pessoas.
Outro aspecto interessante é que em todos os sonhos está presente o Japão: sua cultura, sua música, sua história. Isso, naturalmente, também dá um toque distinto ao filme, e o torna ainda mais subjetivo, mas não menos atraente.
Ah! E o filme começa assim: “Uma vez eu tive um sonho...”
Vale a pena desvendá-lo.
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HORIZONTE PERDIDO
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E parece que resolvi andar pelo Oriente. Não que eu seja mais uma dessas pessoas que morrem de amores pelo Oriente; nada disso: conheço pouco esse lado da Terra e meu povo idílico é mesmo o celta, mas, enfim...Dando um tempo da longa jornada pelo Anel, resolvi descobrir o segredo de Shangri-la. Não vi o filme do Frank Capra e, portanto, não faço idéia do que vou encontrar nesse refúgio de lamas. Ainda. Porque já estamos escalando o monte que nos levará ao horizonte perdido e os lamas vieram nos socorrer. A minha dúvida é: há uma Shangri-la dentro de mim, querendo despertar?
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PARA ENCERRAR,
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uma afirmação com a qual concordo plenamente, sobre a questão de se desenvolver a espiritualidade e a intelectualidade. O principal desenvolvimento, na minha opinião, é o espiritual, mas creio que não se deve abandonar o intelectual. Um deve fortalecer o outro, orientar o outro. Esta afirmação, a encontrei quando buscava artigos sobre o livro Horizonte Perdido, de James Hilton, mas não é sobre o livro, e sim sobre o Tibet:
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No Tibet, os eruditos não esqueceram a prática espiritual e os praticantes não negligenciam o estudo; os sábios uniram o conhecimento à realização. E trata-se, a meu ver, de um excelente procedimento.
(Dalai Lama, Como um Relâmpago Rasgando a Noite, daqui)
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