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domingo, julho 01, 2007

"MANTER ALGO BELO NO CORAÇÃO" (*)
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Apesar de vários trabalhos que eu precisava fazer neste fim de semana, dei uma trégua a mim mesma e assisti ao FELIZ NATAL. Se serve para convencê-los a ver este filme, antes dele só havia um filme de guerra de que eu gostava: CÍRCULO DE FOGO - é que nos outros, ou eu acabo dormindo, ou acabo me interessando por outras coisas; mas não é algo de que me orgulhe...nem me envergonhe, é só gosto pessoal mesmo. Agora, FELIZ NATAL é o segundo que vou ver e rever muitas vezes. Se bem que ele nem é tanto um filme de guerra. Ou melhor, seria se os personagens não tivessem resolvido dar uma trégua da guerra (trégua da guerra, trégua dos trabalhos...me dei paz neste fim de semana) para confraternizar na noite de Natal. Idéia linda, né?
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Pois imaginem: primeira guerra mundial, guerra de corpo a corpo, num campo estão as trincheiras da Escócia, da França e da Alemanha. É noite de Natal, os combatentes estão ali, naquele frio, naquela solidão coletiva. Um tenor alemão aparece e começa a cantar músicas natalinas para os conterrâneos. A poucos metros dali, os escoceses ouvem a voz, se emocionam e o acompanham com as gaitas de fole. Os franceses, desconfiando de alguma armadilha, vão conferir o que está acontecendo. Os responsáveis por cada grupamento se reúnem na parte neutra - fora das trincheiras - e decidem que não será na noite de Natal que a guerra será decidida. O chefe francês volta para sua trincheira e sai de lá com uma garrafa de champanhe para celebrar. É então que todos os combatentes, dos três países inimigos, saem de suas trincheiras e confraternizam no campo neutro.
Quando termina a noite, e a guerra pede para voltar ao normal, eles se dão conta de que não poderão voltar a ser como eram antes do Natal. O que se passou ali foi muito mais forte do que qualquer hostilidade que a guerra faz eclodir.
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É nisso que se baseia o filme. Não vou contar mais para não tirar a emoção de ver as muitas cenas bonitas que ele contém.
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Aliás, vou contar só mais uma cena: durante a confraternização, eles fazem uma missa, ao redor de uma cruz, em que o padre escocês reza em latim. No dia seguinte, esse mesmo padre faz o seguinte comentário ao seu superior: Essa noite, esses homens foram atraídos pelo altar como se fosse uma fogueira no inverno. Até os ateus vieram se aquecer. Talvez apenas para estarem juntos. Talvez para se esquecerem da guerra.
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Quem for ver este filme no DVD, não deixe de ver a entrevista com o diretor, Christian Carion, onde ele conta que a história contém muitos fatos reais. Carion diz que leu em vários documentos da época testemunhos e descrições de confraternizações ocorridas em algumas trincheiras durante o Natal.
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(*) "Gosto muito da idéia de Blaise Pascal de que, em um momento difícil, deve-se sempre manter algo belo no coração. Talvez, como disse um poeta, seja a beleza que, no fim, nos salvará." (John O'Donohue, em ANAM CARA)
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O filme tem uma bonita música no final, que você pode ouvir aqui.
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Comments:
Oportuníssima postagem !

Você está de parabéns! Além da lúcida referência ao filme "Feliz Natal", aparece a palavra - sempre sábia - de John O'Donohue, citando aquele de quem poderíamos dizer que foi um grande homem da Ciência, porém não se deixou levar pelo cientificismo: Pascal.

Valeu!
Bobby
 

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