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sábado, setembro 22, 2007

FINALMENTE: SUN TZU x HARE KRISHNA
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Os leitores fiéis (que estou privilegiando com essa referência; acho até que vou criar o PLFD - Partido dos Leitores Fiéis do Desanuviando. Não, não. Não faria isso! É muito excludente. Pobres dos leitores não fiéis, mas que também são leitores, apesar de tudo.) perceberam que não comentei sobre Sun Tzu x Hare Krishna. Eis o momento.
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Faz uns meses, estava em uma sala de espera, sem nada para ler, a não ser uma daquelas revistas chatíssimas de executivo ("TU" S/A etc). Pois comecei a folheá-la e minha atenção foi chamada por um artigo que comparava o executivo do passado com o executivo atual, sob o título de SUN TZU X HARE KRISHNA. Dizia que o executivo de antes precisava seguir as características do general chinês, sendo um líder que não conversava muito com os seus subordinados, que não explicava as razões para o que decidia e outras características, interpretadas por executivos a partir de uma leitura extremamente profunda do livro A ARTE DA GUERRA.
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Em compensação, o novo líder, de acordo com os anseios do mercado moderno, deveria ser mais como o Hare Krishna: estar presente com os subordinados, decidir com eles, não ser tão distante, mas, antes, ser mais amigo etc.
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Não quero criticar a proposta dos perfis, até porque, pela revista, as características que os novos executivos teriam, reflexo do Hare Krishna, seriam muito mais humanas. O que me intriga deveras é imaginar que alguém siga os conselhos de uma revista. Francamente! Fiquei imaginando o chefe de uma empresa, todo Sun Tzu (porque a revista não-sei-quê-SA disse que era para ser assim), e, depois de ler aquela edição, anunciando o "novo executivo", ele aparece, no dia seguinte, todo zen, todo Hare Krishna, inclusive vestindo roupas laranjas (porque essa mesma revista disse que era para ser assim, de agora em diante).
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Sério: alguém precisa ser de um jeito só porque a revista tal disse que era para ser assim? Ou que tem que ser assim para corresponder aos "anseios do mercado"? E outra: não dá para a pessoa formar sua personalidade, ou, como eles preferem, seu "perfil", sozinha, descobrindo por conta própria o que é melhor e buscando auxílio em bons livros (tipo: clássicos, que eles não lêem) e em vários bons exemplos?
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Imaginem se, num dia, toda a Wall Street lê aquela reportagem e os vários guerreiros chineses que se digladiavam nas bolsas de valores, no dia seguinte se transformam em milhares de Hare Krishnas levitando e entoando mantras pelas ruas... A Wall Street talvez ficasse mais zen, mas onde estariam os indivíduos?
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