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segunda-feira, janeiro 07, 2008

RÁPIDA REFLEXÃO PÓS-COMBATE - ou: os ensinamentos que tiro dos mais velhos
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Há uma coincidência nos relatos de muitos ex-combatentes de guerras (qualquer uma delas). Todos dizem ter descoberto o que realmente importa na vida: ser bom para o próximo, ter um canto sossegado, viver em paz todos os dias do ano, valorizar as pequenas coisas...
Isso sempre me chama a atenção, pois me indago se é preciso passar por uma guerra ou ir ao fundo do poço para se chegar a essas conclusões. (E isso também me faz pensar em um ensinamento bem simples, bem direto, mas muito sábio: você não precisa ser atropelado para aprender que se deve olhar para os dois lados da rua antes de atravessá-la.)
Pode parecer dramático, mas às vezes penso, me lembrando desses relatos: não vou esperar (nem tenho que esperar) por uma guerra para descobrir o que realmente importa. Muitas vezes, é observando os erros e acertos dos outros que colhemos alguma pérola para a nossa vida. (E observando o passado, claro, que se não trouxer boas lembranças, ao menos pode trazer algum ensinamento.)
E como fruto dessa rápida observação "pós-combate", me lembro de uns versos que gosto de ter como norte para a minha vida. O que é e o que será a minha vida? Grandes façanhas, grandes espetáculos, o living la vida loca, nada disso enche muito os meus olhos. Prefiro mais aquilo que os combatentes buscaram depois das guerras: o bem, o sossego, a paz, as pequenas coisas. Quero que minha vida seja parecida com o que o poeta espanhol Jorge Guillén cantou nestes versos, trocando apenas a areia dura por uma areia macia e acrescentando uma água de coco diária:
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Mi vida es este mar, estas montañas,
La arena dura junta al oleaje,
Mi amor y mi labor,
Hijos, amigos, libros,
El afán que comparto a cada hora
Con el otro, lo otro, compañía
Gozosa y dolorosa.
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Só isso, para mim, já tem muito do que realmente importa.
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