Desanuviando

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Abrindo uma exceção para este mês de maio, aí vai um post bem rapidamente.

No xerox do Centro costuma ter, no balcão, um exemplar do jornal mais popular da cidade. Esse jornal sempre tem uma mulher seminua na capa e notícias do tipo: "Coveiro conta como é trabalhar no cemitério e como lida com as aparições".

Pois bem, semana passada estive lá e uma notícia desse diário me chamou a atenção (estava mais ou menos com estas palavras): "Cavalo desmaia de tanto apanhar". O moço do xerox teve que me chamar duas vezes, pois estava completamente absorta por causa dessa notícia. Quando percebi que era a minha vez de ser atendida, ainda comentei: "Puxa, coitado desse cavalo".

Acho que me impressionei com isso porque me lembrei do que o meu pai sempre diz: "O verdadeiro melhor amigo do homem é o cavalo. Ele é o mais fiel de todos. Se ele precisar te levar pelo deserto, só vai desmaiar quando estiver morrendo. Ele agüenta até o fim da vida, sem te abandonar".

Para um cavalo ter desmaiado é porque ele já devia estar por um fio. Lembro que também fiquei impressionada com a cena do livro CRIME E CASTIGO, em que um cavalo é espancado. Esse animal, para mim, é o mais bonito, o mais elegante. Seu porte natural contrasta com a cena de um cavalo desfalecido, cheio de sangue.

Talvez por essa razão, não foram só os leitores do tal jornal popular e eu que se impressionaram com a notícia. Segunda-feira, ouvi uma promotora comentar sobre esse episódio e do quanto ela ficou indignada com isso. Ela disse que quando veterinários foram socorrer o tal cavalo, ele estava com anemia e outras doenças. Não sei se o animal chegou a sobreviver.

O fato é que, entre notícias de assassinato de crianças, Amazônia, ciclone, há outros extremos que também comovem muita gente, não importa de qual classe, gênero ou profissão. Um cavalo desfalecido por ter apanhado tanto é um desses extremos.

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Uma bela história (real) que envolve cavalos está no filme MAR DE FOGO, com o ator Viggo Mortensen. Recomendo. Muito bom.

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