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quinta-feira, janeiro 29, 2009

MINHA CASA DOS SONHOS
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Ontem revi minha casa dos sonhos. Eu só soube que era a minha casa dos sonhos quando a vi pela primeira vez. (E desde então, sonho com ela...)
(Um adendo: como em muitos posts, estou sendo literal. Digo casa querendo dizer casa mesmo. Feita esssa declaração, poupo-os de análises literárias e/ou psicológicas desgastantes.)
Conto como foi este encontro:
No início de janeiro a vi pela primeira vez. Em uma longa caminhada, depois de me encontrar com a fortaleza, e depois de ter andado por várias ruas residenciais, contemplando muitas casas bonitas, passei ao lado daquela que se tornaria a minha casa.
Sempre achei que minha casa dos sonhos seria no estilo mediterrâneo. Mas percebi que, já que vou morar perto do mar, não preciso ser tão óbvia. Posso ter um canto que me inspire um campo de lavandas, sabendo estar a alguns passos da praia... Pois essa minha casa é assim.
Ela é de dois andares, não é tão grande, nem minúscula. Tem o tamanho ideal para quem gosta de espaço, mas sem exagero, para não perder o ar do aconchego. A cor é de um tom amarelado, podendo ser trocada pelo branco provençal, caso eu me enjoe do amarelo (embora acredite que isso não acontecerá tão cedo). As janelas estão pintadas de marrom. No segundo andar, e de frente para a rua, tem uma pequena sacada bem romântica com bougainvilles roxas caindo ao chão.
Minha casa é linda, mas não se expõe desesperadamente para a rua. Eu a vi porque estava com os olhos sonhadores. Só quem tem o olho sonhador é que a nota entre as demais.
No jardim - pequeno, se comparado com o das outras casas -, há um banco de madeira e uma caixinha de correios também de madeira.
Logo na entrada, que não fica exatamente no centro da casa, uma rede descansando. E minha casa dos sonhos tem que ter rede, para sempre nos lembrar do descanso necessário.
O mais incrível é que da rua só consegui ver isso. Acho que a combinação de amarelo com marrom e, principalmente, com o roxo das boungaivilles foi o que primeiro me cativou. Mas continuei namorando-a e percebi que aquela é a casa dos meus sonhos por tudo o que me inspirou: me inspirou silêncio, para começar. É uma casa que, entrando nela depois de um dia agitado, temos vontade de ficar em silêncio e de falar baixinho. Ou não tão baixo, mas num tom em que só os seus moradores ouvirão. Também me inspirou a imagem de crianças lendo. Vi crianças lendo e ouvindo lendas e histórias de bruxas; e imaginando todas as histórias que leram. Inspirou cheiro de pão de queijo, bolo, café e chá no final da tarde, e todos reunidos ao redor da mesa para saborear o lanche. Inspirou quartos claros e confortáveis, com edredons alegres no inverno. Inspirou flores e anjos pelos cômodos. Inspirou alguma música, mas não em som muito alto. Inspirou casal apaixonado e avós brincando com netos. Inspirou saudades depois da viagem e lembrança carinhosa depois que se vai morar em uma nova casa. E inspirou cheiro de lavanda em uns cômodos; e um aroma cítrico (laranja? tangerina?) em outros.
Infelizmente, ainda não tirei foto dessa minha casa. Farei isso assim que voltar a passear por aqueles lados. Mas informo que não postarei a foto aqui, por respeito aos atuais donos, que não devem imaginar o quanto sua casa me inspirou tantas imagens sensoriais.
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