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segunda-feira, fevereiro 02, 2009

LENDO O SÁBIO JOHN O'DONOHUE COMO QUEM LÊ UM ORÁCULO
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Peguei os dois livros do John O'Donohue que tenho em português - ANAM CARA e ECOS ETERNOS - e comecei a ler aleatoriamente alguns trechos que havia sublinhado. Quero mostrar para o Kiko esses trechos - meus botões já os conhecem quase de cor.
Eis alguns:
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(...) O senso de honra começaria igualmente a revelar as vastas fissuras e o vazio do imenso reino da imagem e das relações públicas. A televisão talvez deixasse de ser um reino do melodrama. Ao anoitecer, a tela vazia talvez se tornasse, de fato, uma espécie de espelho autêntico das nossas preocupações reais. Algumas das imensas questões que hoje nos confrontam poderiam, efetivamente, começar a se manifestar ao nosso lar, a fim de substituir a procura de questões falsas que só promovem a bisbilhotice e a passividade. (ECOS ETERNOS)
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(...) Um senso de honra na maneira como nos relacionamos uns com os outros suscitaria a volta do respeito: o reconhecimento de que toda pessoa merece respeito. ninguém devia ter de conquistar respeito. Poderia igualmente significar um redespertar do nosso senso de cortesia. Há grande refinamento em uma pessoa cortês. A nossa época é muitas vezes grosseira. (ECOS ETERNOS)
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(...) É estarrecedor como enfrentamos a violência dirigida contra nós. Quando alguém nos ataca, é quase certo que internamente atacaremos a nós mesmos. Seria ótimo ter autoconfiança suficiente, assim como liberdade e equilíbrio interior suficientes, a fim de que, quando a hostilidade viesse em nossa direção, pudéssemos deixá-la passar por sobre o ombro. Uma pessoa agride-nos verbalmente, salienta as nossas fraquezas e falhas, afirma que basta ver-nos para querer reencarnar imediatamente e expressa a mais sincera compaixão por aqueles que têm de suportar a nossa presença perniciosa com maior freqüência. Não seria ótimo, em tal ocasião, ser capaz de fitar essa pessoa nos olhos e dizer sinceramente: "Lamento que isso a perturbe tanto, mas, sabe, neste momento estou me sentindo tão bem. Lamento que você esteja se sentindo tão infeliz. Quer que eu lhe traga uma xícara de café ou algo assim?" O que em geral acontece é que ficamos magoados e começamos a usar a munição que acabou de ser lançada contra nós. (...) Ninguém de fora pode abrir a porta para soltar-nos da prisão interior. A chave, na verdade, está do lado de dentro." (ECOS ETERNOS)
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O feitio de cada alma é diferente. Existe um destino secreto para cada pessoa. Quando nos esforçamos para repetir o que outros fizeram, ou para forçar-nos em um molde preestabelecido, traímos a nossa individualidade. Precisamos voltar ao isolamento íntimo, reecontrar o sonho que se acha no cerne da alma. (ANAM CARA)
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Precisamos reavaliar o que julgamos ser negativo. Rilke costumava dizer que a dificuldade é uma das maiores amigas da alma. Nossa vida seria incomensuravelmente enriquecida se pudéssemos apenas apresentar a mesma receptividade no encontro com o negativo que apresentamos ao ver alegre e prazeroso. Ao evitar o negativo, somente estimulamos o seu reaparecimento. (ANAM CARA)
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Às vezes, os nossos programas espirituais levam-nos para bem longe da nossa vinculação interior. Habituamo-nos aos métodos e programas da psicologia e da religião. Ficamos tão desesperados para aprender a ser, que a nossa vida passa e descuidamos da prática do ser. Uma das coisas encatadoras na mente celta é o senso de espontaneidade, que é um dos maiores dons espirituais. Ser espontâneo é escapar da prisão do ego, confiando no ser que acha além do eu. (ANAM CARA)
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Como disse, peguei uns trechos aleatoriamente. Poderiam ter sido outros e teriam sido igualmente proveitosos. John O'Donohue é um poço de sabedoria.
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