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segunda-feira, julho 27, 2009

A ABADIA DE NORTHANGER, de Jane Austen
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O texto abaixo está na minha edição (da Editora Francisco Alves) de A ABADIA DE NORTHANGER. A tradução é de Lêdo Ivo e foi ele próprio quem escreveu o que se segue. Hoje vai a primeira metade do texto; no próximo post vai a outra metade. Pessoal do CHÁ COM JANE AUSTEN já recebeu!
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A CAUSA DE JANE AUSTEN
(Lêdo Ivo)
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Sob uma laje negra, repousa na Abadia de Winchester a autora deste livro, a romancista inglesa Jane Austen, nascida em 1775 e falecida em 1817.
Não é sem razão que seus romances são amados no mundo inteiro. Jane Austen praticou a mais pura forma de romance de costumes e caracteres de que temos notícia. Tudo em suas narrativas é simples e correntio, mas convém que o leitor não se deixe enganar por essa simplicidade, que semi-esconde uma maestria sem rupturas, a gentileza de uma arte fina e apurada. Romancista da vida doméstica, das ilusões e desilusões que atravessam a vida, Jane Austen mostra que a intriga romanesca habita qualquer aqui e agora, sem privilégios ou exclusões.
Há, em todos os seus romances, em Emma ou Persuasão, em Orgulho e Preconceito ou Mansfield Park, um elemento de crítica que não é apenas de natureza social, mas se volta para o procedimento moral dos personagens com a sua reflexão e preceito. Integrante da grande tradição realista da literatura ocidental que vê no romance um espelho da vida, Jane Austen não separa, em suas histórias, a psicologia e o costume, a paixão das criaturas e os cenários em que elas se movem. Assim, de acordo com a lição perene de Stendhal, ela se engasta no elenco dos romancistas que são observadores do coração humano.
Escrito em 1798, mas editado somente em 1818, um ano após sua morte (pois passou vinte anos na gaveta de um editor que não sabia jogar na baixa), este A Abadia de Northanger é um dos mais belos livros dessa grande escritora sempre sensível à hora e ao lugar e que, em sua comédia romanesca, soube transportar para a arte o estilo malicioso e admiravelmente poético, e colado à vida cotidiana – um desses estilos que o tempo não consegue tisnar, antes reaviva mais o seu frescor, graça e colorido.
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(continua no próximo post...)
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