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segunda-feira, agosto 31, 2009

COMENTÁRIO FINAL - A ABADIA DE NORTHANGER
(pro grupo Chá com Jane Austen)
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Tinha comentado, no meu blog, alguma coisa sobre a A ABADIA. Em julho, ainda, quando terminei de ler o romance. Acho que não tenho muito mais coisa pra acrescentar. De todos os livros, foi o que comecei detestando. Era tão sem graça, tão fútil; os personagens tão sem sal. Dava vontade de abandonar este livro e pegar outro. Mas fui insistindo. Os irmãos Thorpe me irritaram muito. Até mandei um email-desabafo pro grupo. Ô, pessoas mais chatas, mais desprezíveis!!! Mas acho que só quando desabafei é que comecei a me interessar mais pelo livro. Fiquei curiosa pra saber o que ia acontecer com eles e com os outros personagens. Fui entrando na história e me deixando envolver. Pronto! Reencontrei o talento da Jane Austen! Até nesse romance de "história medíocre". Suas observações, suas ironias, são o que há de melhor neste livro. Inclusive anotei alguns trechos, que transcrevo mais abaixo. Nesse ponto, o livro me lembrou EMMA, que não tem uma personagem e uma história excepcionais, mas tem uma escrita primorosa. E é o valor estetético, nesses livros (EMMA e A ABADIA DE NORTHANGER), que mais cativam. (Sem contar na maneira inteligente com que a Jane "brinca", na ABADIA, com os romances góticos. E como ela "conversa" com o leitor, para apresentar a protagonista e fazer alguma reflexão. Sensacional!).
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Quanto à Catherine Morland, ela está longe de ser uma Elizabeth ou uma Elinor, mas não desgostei dela. Achei-a muito ingênua, mas sua pouca idade pode justificar isso.
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Henry Tilney tb não tem nada dos homens anteriores. Nada que nos faça suspirar, melhor dito. Mas dentro da história, acho que ele é o melhorzinho.
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Abaixo, alguns trechos que achei interessante:
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"A senhora Allen era da numerosa classe das mulheres cujo trato não pode provocar senão uma emoção: a surpresa de existirem homens capazes de amá-las bastante para as desposar."
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"A senhora Allen sentia-se agora itneiramente satisfeita por estar em Bath. Ela encontrara relações e, por felicidade, na família de uma antiga amiga querida entre todas; e, por cúmulo da sorte, essa amiga estava longe de apresentar-se tão bem vestida como ela."
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"(...) pois só um homem pode saber quanto um homem é indiferente aos encantos de um vestido novo Seria mortificar muitas e muitas damas ensinar-lhes - mas elas o entenderiam? - como o coração de um homem é pouco sensível ao que haverá de custoso ou de novo em seus objetos de uso, como é cego à tessitura de um tecido esse coração, e como é incapaz de optar, com conhecimento de causa, entre uma certa qualidade de musselina, a cambraia de linho, o nanzuque e o organdi, mesmo bordado? Uma mulher é elegante para sua única satisfação. Nenhum homem a admirará mais por isso, nenhuma mulher gostará mais dela por isso. Mas nenhuma dessas graves reflexões perturbava Catherine. "
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(O Post a que me refiro:)
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Quarta-feira, Julho 29, 2009
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DIGNÍSSIMA, SEMPRE.
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Acabei de ler, há poucos minutos, o livro A ABADIA DE NORTHANGER, da digníssima Jane Austen, e guardo o meu comentário final, aquele mais geral, para 31 de agosto, como está combinado no grupo CHÁ COM JANE AUSTEN. Mas não posso deixar de adiantar algumas admirações. Comecei detestando esse livro, que só retratava mediocridade: a heroína ingênua que só pensa na roupa que vai usar no baile seguinte e no rapaz que ela achou interessante, e sua amiga, que é falsa, vazia, extremamente ordinária e me dava nos nervos. Mas Jane Austen escreve tudo isso tão bem, de forma tão elegante...E foi assim o livro todo. Do começo ao fim. Então, novamente, me rendi à digníssima: ela mostra como é possível transfigurar até a situação mais medíocre. No caso dela, ela o faz com o seu talento: a escrita. E isso me deu consolo: pois apesar de toda aquela vidinha vazia (nesse romance, nem a heroína tem qualidades como as grandes Elizabeth e Elinor), eu consegui permanecer naquele lugar, com aquelas pessoas.
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Conclusão dos botões: precisamos de pessoas que usem seus talentos para transfigurar realidades inóspitas.
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Como disse, esse comentário foi curto. O comentário maior, aquele final, fica para agosto. É que não queria deixar essas primeiras impressões se perderem.
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A outra metade do texto de Lêdo Ivo vem no próximo post! Sem falta!
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