Desanuviando

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Dizem que é coisa de taurino hipervalorizar uma comida saborosa. Pode ser uma comidinha simples (*), mas se for bem feita e, acima de tudo, feita com capricho, com ingredientes na medida certa - e nada de exageros pra mais ou pra menos - é a lembrança que vai ficar do dia. (Ok, talvez não a única lembrança, mas uma das principais).

Falo isso, pois volta e meia me torturo pensando em um doce que comi em 2001. É um doce que me trouxeram da Turquia. Um docinho branco, que vinha em uma caixa retangular pequena. A gente tocava no doce, e ele se desmanchava como se fossem vários fios de tecido macio. Já era gostoso no tato. Quando provava, então...nossa! A gente é que se desmanchava de prazer com a doçura dele. A pessoa que me trouxe o doce disse que ele era feito pelos cegos e era vendido na rua. Talvez isso explicasse o fato de a textura ser tão gostosa quanto o sabor.

Mas o problema desse doce: quando voltarei a prová-lo? Alguém tem viagem marcada pra Turquia nos próximos dias? Eu não peço mais nada, mas aquele doce...

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(*) Estava falando com o Kiko esses dias: simples não tem nada a ver com simplório. A coisa pode ser simples, mas, ainda assim, ser fina, elegante, limpa, educada (e me refiro a qualquer coisa ou situação da vida). Aliás, é bom que "simples" não caia na simploriedade. É um dos perigos do nosso país: que o simples, por ser simples, ache que tenha que cair na galhofa ou na baixaria.

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