<$BlogRSDURL$>

segunda-feira, fevereiro 08, 2010

COMENTÁRIO FINAL SOBRE JANE EYRE, DE CHARLOTTE BRONTË
.
Pra quem acompanha o blog, em janeiro lemos, para o grupo CHÁ COM JANE AUSTEN, o livro Jane Eyre, da Charlotte Brontë. Como neste novo ciclo intercalamos os livros da Jane Austen com romances de outros escritores, estamos com um mês para cada livro, então nem todos já terminaram o da Charlotte (*). Por isso, meus comentários finais ficaram assim, mais gerais. Mas na essência dá pra captar que eu gostei do livro e que o achei bem escrito.
.
(*) Charlotte, Jane, Charles...vamos ficando íntimos dos escritores.
.
***************************************************
Oi, gente!
Me desculpem o atraso (o bom de a dona do grupo se atrasar é que todos têm uma desculpinha pra se atrasar tb, né? rsrsrs), mas até maio vou estar com os meus dias assim, bem corridos e com certa dificuldade de acessar a internet como acessava antes. O meu consolo é saber que, apesar de toda a correria e todas as obrigações do dia-a-dia, tenho um cantinho onde encontro pessoas com quem posso falar de literatura e da querida Jane Austen. Isso dá um ânimo extra!!!
.
Em primeiro lugar, SUSI TREVISAN, seja bem-vinda ao grupo CHÁ COM JANE AUSTEN. Este ano estamos no "segundo ciclo" do grupo, onde intercalamos os livros da Jane com outros romances. Em janeiro, acabamos de ler JANE EYRE, da Charlotte Bronte. O bom é que vc já leu. Se quiser enviar algum comentário sobre esse livro, ainda dá tempo. E agora em fevereiro é a vez de PERSUASÃO. Com o meu tempo corrido de agora, e como já li os livros da Jane Austen no ano passado, vou pular direto para O MORRO DOS VENTOS UIVANTES, que é o livro do mês de março. Mas gosto tanto de PERSUASÃO, que vou adorar acompanhar e interagir com os comentários que vcs enviarem. Sinta-se à vontade para enviar suas impressões sobre o livro.
.
INDIRA E MARCIA, sabe o que eu adorei nos comentários de vcs? É que vcs deram um exemplo de como é pra ser o comentário final: bem livre. Cada uma comentou do jeito que lhe pareceu melhor, e ambos comentários ficaram ótimos. É impressionante como cada pessoa se sente atraída por algum detalhe específico do livro e acaba dando nova luz à interpretação.
.
A minha edição de Jane Eyre é da Editora Itatiaia. Achei uma boa tradução, mas em algumas passagens fiquei curiosa para ver como era o original. É que algumas passagens me pareceram extremamente formais, mais especificamente, passagens que mostravam falas do personagem. Daí não ficava tão natural. Mas, no geral, nada que comprometesse o sentido da história.
.
Sei que algumas pessoas ainda não terminaram de ler o livro, então vou tomar cuidado pra não revelar nada do final. Mas adianto que é interessante ler Charlotte Brontë depois de ter lido os seis livros da Jane Austen. Como tinha dito em outro email, as duas são ótimas escritoras, mas têm tantas diferenças no estilo. Não encontrei, em Jane Eyre, passagens que me fizessem rir como nos livros da Jane Austen. Aquelas ironias da Austen desaparecem em Bronte, mas, em compensação, esta sempre deixa umas impressões no ar, algumas sutilezas que captamos, quando a autora não é - ou não quer ser - explícita. O modo como a protagonista Jane Eyre vai se apresentando, e apresentando sua mudança e seu amadurecimento, é muito bom. De garotinha que se rebelava a uma moça mais centrada, tentado racionalizar seus "devaneios", tentado se controlar. A personagem fica bem "viva" para o leitor.
.
Quanto ao Rochester, comentário hiper pessoal: acho-o uma figura rara. Também bem diferente "dos homens" da Jane Austen. Meio grosseirão, meio inconstante. Sabe o que é o 'bem', até admira o 'bem', mas sabe que nem sempre andou na trilha do 'bem'. Personalidade interessante. Tentei lembrar se, naquele tópico sobre o "melhor homem da literatura" alguma de vcs chegou a mencioná-lo como favorito. Alguém lembra?
.
Terminado o livro, fiquei curiosa pra ver o filme. Vi no blog da Marcia que até o Orson Welles estreou em uma das versões. Fiquei curiosa para vê-lo no filme, pois de cara achei que ele combina com o Rochester!
.
Bom, gente, uma ótima semana a todos!
Grande abraço,
Rebeca
.
p.s.para INDIRA: por acaso esta é uma das passagens a que vc se refere (é uma das passagens que marquei, pois é o tipo de pensamento que a gente acha que não poderia aparecer em uma mulher daquela época, por pensar que todas as mulheres eram submissas....ledo engano!): É em vão que se aconselha sossego aos seres humanos. Eles precisam de ação. E têm que agir, se quiserem a ação. Milhões estão condenado a um destino mais estagnado do que o meu e em silêncio mulhões se revoltam contra a sorte. Ninguém imagina quantas rebeliões, além das políticas, fermentam as massas que povoam a terra. Têm-se as mulheres como entes passivos; e elas, todavia, sentam tanto quanto os homens. Tanto quanto os seus irmãos, necessitam de campo onde exercitam as suas faculdades. As mulheres penam nos constrangimentos exagerados na inércia absoluta, precisamente como os homens sofreriam nas mesmas condições. E é pobreza de espírito dos seus privilegiados companheiros dizer que elas devem limitar-se a fazer pudins, cerzir meias, tocar piano e bordar almofada. Condená-las, ou ridicularizá-las se agem ou aprendem mais do que o preconceito permite ao seu sexo - constitui uma insensatez. (cap. XII)
.
Comments:

This page is powered by Blogger. Isn't yours?

Site Meter