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segunda-feira, março 22, 2010

MOMENTO-TRANSBORDA-CORAÇÃO!
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Li um texto da Raquel de Queiroz em que ela dizia sobre o livro JANE EYRE:
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A história melodramática e simples fez chorar muita gente na Inglaterra (...).
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Pois confesso que a mim também. Não deu pra controlar. Li a maior parte desse livro no ônibus e tive que, várias vezes, me valer dos óculos escuros para disfarçar as lágrimas. Você pode até pensar: é só um livro. Mas não adianta: é sempre assim. Você entra na história e já está xingando personagem, já está chorando com eles, já está rezando por eles. Sabe quando a Jane Eyre fugiu, passou fome, dormiu no sereno? Pois cheguei a pedir: Deus, ajude essa mulher! Faça virem bons bocados para ela! E não é que Ele atendeu?
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Estes últimos trechos que vou transcrever do livro são do tipo: "transborda-coração". Já estão no final do livro. Então você imagina, né? Depois de tudo o que o coração agüentou, final feliz, regado a declarações de amor. Doce de melado é pouco perto de todo este doce!
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E há tanta magia nestas horas que estou passando com você! Ah, quem pode lá saber que vida terrível, oca e desesperada eu tenho vivido estes últimos meses! Sem nada fazer, sem esperar coisa alguma; em pleno dia, mergulhado na noite; sentindo apenas sensação de frio quando deixavam que o fogo se apagasse e sensação de fome quando me esquecia de comer. Às vezes, uma tristeza resignada e, de repente, um verdadeiro delírio de desejo, de tornar a abraçar a minha Jane. Sim, eu sentia mais a sua falta do que a falta da minha vista. E como pôde acontecer que Jane esteja agora comigo, dizendo que me ama? Não irá partir, tão inesperadamente como chegou?
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Tenho agora dez anos de casada. Sei o que é viver inteiramente com e para o que mais se ama na terra. Considero-me feliz - mais feliz do que a linguagem pode exprimir, porque sou a vida do meu marido, tanto quanto ele é a minha vida. Nenhuma mulher se integrou mais no seu esposo do que eu: fiz-me, cada vez mais, o osso do seu osso e a carne da sua carne. Não me canso do convívio do meu Edward. Ele não se cansa do meu. Não nos cansamos do pulsar dos nossos corações. Estamos sempre juntos. Estar juntos, para nós, é ao mesmo tempo estar tão livres como na solidão e tão alegres como em companhia. Conversamos o dia inteiro. E conversar, para nós dois, não é senão pensar de um modo mais animado e audível. Toda a minha confiança repousa em mim. Combinamos perfeitamente nos gênios - e o resultado é o que se pode esperar.
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