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sexta-feira, março 04, 2011
CARTA PARA CATHY (*), ANTES DO CARNAVAL
.
Cathy,
Os ventos continuam uivando, mas você não mudou.
Arruma-se um pouco melhor, é verdade, mas continua insuportável, azeda, egoísta, mimada e ingrata.
Aqueles amigos que te ajudaram naquela época? Agora você lhes vira a cara? E se faz de vítima, dizendo pelos cantos que eles não a cumprimentam?
Ah, Cathy, Cathy...Abra os olhos, encare a verdade. Você é a pessoa mais ingrata que existe. "Acha que quando está na pior todos têm obrigação de ajudá-la. Mas é incapaz de agradecer ou de ajudar os outros quando estes precisam" (**) É incapaz de oferecer ajuda, é incapaz de fazer uma gentileza quando a pedem (o que dirá daquelas gentilezas espontâneas que cativam meio mundo...).
Existe um escritor, da mesma terra da sua escritora, que teria muito a te ensinar: Charles Dickens. Ele fala muito da gratidão, esse sentimento que traz junto outros tantos bons sentimentos, como a paz, a alegria, a serenidade. Sei que você, lendo essas palavras, até torce o nariz. Mas esse desdém é típico de quem nunca os sentiu.
Há pessoas, Cathy - e você é uma delas -. que quando Deus resolve fazer um milagre e enviar a borboleta da serenidade para suas vidas, elas pegam o chinelo e vão com tudo para cima dela. Não se contentando em ver a borboleta estirada no chão, fazem um escarcéu e saem lançando farpas por todos os lados. Gratuitamente.
Sabe, Cathy, sei que no fundo essa carta não vai fazer diferença na sua vida. Você é muito infeliz, né?! Deve ser horrível habitar sua própria pessoa. É que você, Cathy, é perturbada. Mas você só vai perceber isso e procurar ajuda quando descobrir que há um mundo inteiro além de você e da sua casa perdida nesse lugarzinho.
Você já ouviu a história daquele homem - o Maior de todos - que limpou, ele próprio, os pés de seus discípulos? Nunca ouviu? Ou nunca pensou a respeito? Pois pense, ingrata Cathy. Procure fazer algo pelos outros. Veja como é bom e como te cura.
Caso contrário, seu azedume, extremamente ácido, vai acabar te consumindo por inteira.
Da pessoa que te acha a personagem mais desprezível da literatura.
P.s.: Mas você é totalmente dispensável. Mandei essa carta porque senti um pingo de compaixão por sua pessoa. Mas é um pingo que seca rápido por ver que a pessoa não muda nunca. Então não espere receber outra carta dessas. Se quer continuar azeda assim, consuma-se sozinha.
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Cathy,
Os ventos continuam uivando, mas você não mudou.
Arruma-se um pouco melhor, é verdade, mas continua insuportável, azeda, egoísta, mimada e ingrata.
Aqueles amigos que te ajudaram naquela época? Agora você lhes vira a cara? E se faz de vítima, dizendo pelos cantos que eles não a cumprimentam?
Ah, Cathy, Cathy...Abra os olhos, encare a verdade. Você é a pessoa mais ingrata que existe. "Acha que quando está na pior todos têm obrigação de ajudá-la. Mas é incapaz de agradecer ou de ajudar os outros quando estes precisam" (**) É incapaz de oferecer ajuda, é incapaz de fazer uma gentileza quando a pedem (o que dirá daquelas gentilezas espontâneas que cativam meio mundo...).
Existe um escritor, da mesma terra da sua escritora, que teria muito a te ensinar: Charles Dickens. Ele fala muito da gratidão, esse sentimento que traz junto outros tantos bons sentimentos, como a paz, a alegria, a serenidade. Sei que você, lendo essas palavras, até torce o nariz. Mas esse desdém é típico de quem nunca os sentiu.
Há pessoas, Cathy - e você é uma delas -. que quando Deus resolve fazer um milagre e enviar a borboleta da serenidade para suas vidas, elas pegam o chinelo e vão com tudo para cima dela. Não se contentando em ver a borboleta estirada no chão, fazem um escarcéu e saem lançando farpas por todos os lados. Gratuitamente.
Sabe, Cathy, sei que no fundo essa carta não vai fazer diferença na sua vida. Você é muito infeliz, né?! Deve ser horrível habitar sua própria pessoa. É que você, Cathy, é perturbada. Mas você só vai perceber isso e procurar ajuda quando descobrir que há um mundo inteiro além de você e da sua casa perdida nesse lugarzinho.
Você já ouviu a história daquele homem - o Maior de todos - que limpou, ele próprio, os pés de seus discípulos? Nunca ouviu? Ou nunca pensou a respeito? Pois pense, ingrata Cathy. Procure fazer algo pelos outros. Veja como é bom e como te cura.
Caso contrário, seu azedume, extremamente ácido, vai acabar te consumindo por inteira.
Da pessoa que te acha a personagem mais desprezível da literatura.
P.s.: Mas você é totalmente dispensável. Mandei essa carta porque senti um pingo de compaixão por sua pessoa. Mas é um pingo que seca rápido por ver que a pessoa não muda nunca. Então não espere receber outra carta dessas. Se quer continuar azeda assim, consuma-se sozinha.
(*) A "do Heathcliff".
(**) post do dia 5 de abril de 2010.
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