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terça-feira, agosto 28, 2012

AS BRUXAS ESCOCESAS
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Estou lendo, bem aos poucos, um livro interessantíssimo, chamado SCOTTISH WITCHES, de Lily Seafield.

A autora (acho que é autora, né? Procurei uma foto dela, mas não encontrei.) conta a história das mulheres   (e alguns poucos homens) que foram acusados de bruxaria na Escócia durante os séculos 16 e 17. Ela relata, além disso, as circunstâncias da época, o que é importantíssimo para a gente compreender como acontecia algo que, hoje em dia, não teria nenhum cabimento.
O primeiro dado que me chamou a atenção, talvez por ignorância minha, que sempre ouvi que os católicos dizimaram as "bruxas": os protestantes também mataram gente pra dedéu, sob a alegação de que essa gente praticava ritos satânicos. E mais um dado: eu já tinha lido em outro lugar e, agora, com esse livro, se confirma: algumas das piores mortes de bruxas que ocorreram no mundo se concentraram na Escócia. Isso também dá o que pensar porque, mais uma vez, sempre tinha a informação da Espanha como a pior inquisidora de todas. Talvez o fato de sabermos mais sobre a Espanha do que a Escócia, nesse assunto, nos mostra que os escoceses conseguiram "abafar o caso" - ou silenciar mais as "bruxas" -, mas são suposições que faço, o que mostra que esse assunto tem muito pano pra manga, com vários meandros religiosos, políticos, ideológicos.
Outra informação interessante que extraímos do livro é sobre as acusações que as tais bruxas sofreram. Uma delas, uma das mais famosas da Escócia, fora acusada de se transformar em lebre. Diante da pressão no tribunal, ela confessou: - realmente, tinha se transformado em lebre! (Eu tento imaginar a cena: ela fala uma coisa dessas e o tribunal inteiro permanece sério, medroso. Fosse hoje em dia e as pessoas iam se matar de rir!) Para piorar a situação dela, ela tinha uma filha que nascera com os pés tortos: só podia ser filha do coisa-ruim!
Além dos protestantes que não gostavam das bruxas (recém ocorrera a Reforma Protestante e, matar as bruxas - mostrando esse ato às pessoas -, era uma forma de firmar a autoridade da nova religião), os reis dessa época se sentiam ameaçados por elas. Imagina: os reis, morando na Inglaterra e tentando manter os escoceses sob seu jugo, enquanto as bruxas dispersavam o povo: davam-lhe remédios, distrações - quem precisava dos reis?
Curiosamente, a época em que menos houve perseguição às bruxas escocesas foi durante o período do Cromwell. Claro, dizem os meus botões, tão parciais quanto eu, ele estava mais preocupado em perseguir os irlandeses...  

Agora estou em uma parte do livro que a autora fala sobre as características em comum das pessoas acusadas de bruxaria: a maioria delas eram viúvas e pobres e, ao contrário do que se pensa, não viviam isoladas, morando sozinhas na floresta: elas estavam nas cidades e conviviam com os demais habitantes.
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O engraçado é que, se você for a Edimburgo hoje, terá a impressão de que verá bruxas voando em suas vassouras pelo céu. Todas as histórias de bruxas que eu ouvia, se ambientavam lá, sem eu conhecer o lugar.
Dizem que Praga é uma cidade de contos de fadas. Pois Edimburgo é uma cidade de contos de bruxas. Não me admira que o Harry Potter tenha nascido lá. A cidade inspira isso!
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(Restaurante THE WITCHERY, em Edimburgo. Dizem que nesse local, durante o século 17, houve vários julgamentos de bruxas . Se você olhar muitos minutos para a foto, verá uma bruxa saindo em sua vassoura!)
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Mas nem só de bruxas vive Edimburgo: essa cidade tem umas luzes lindas...
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(Frase do escocês Robert Louis Stevenson: There are no stars so lovely as Edinburgh street-lamps.)
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ADEUS, LACTOSE!
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A propósito, foi depois daí que eu me despedi da lactose. Ô, povo leitoso!
- Alguma bruxa tem a cura para este meu mal?
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