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quinta-feira, agosto 23, 2012

QUESTÃO DE IDADE
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É interessante - e divertido! - observar o mundinho das crianças: ver como elas agem e reagem. Essa última vez que estive em uma sala de embarque de aeroporto, vi um garoto com uma mochila cheia de brinquedos. O pai estava sentando, lendo jornal. Então, vendo que não teria a atenção paterna, o garotinho abriu a mochila e ficou brincando com vários bonecos, carrinhos e monstros. Ele brincava alheio a todo o mundo: fazia sons (de tiros, de pneu cantando, de boneco/homem caindo no chão etc) e se mexia pelos bancos (enquanto o pai continuava quieto, só lendo o jornal).
Mas eis que apareceu uma mãe com um garotinho que estava começando a caminhar. O garotinho, obviamente, já olhou para os brinquedos do menino maior e puxou a mãe até lá. Quando o pai do menino viu que o outro se aproximava para ver os brinquedos, pegou um dos bonecos do filho e mostrou para ele e a mãe. O olhar dessa criança se iluminou. Mas o olhar do outro - o dono dos brinquedos - escureceu: ele ficou sério, olhando (fuzilando!) para a criança enxerida. Percebendo que o pai ia emprestar o boneco de qualquer maneira para o outro, ele imediatamente escondeu os carrinhos atrás de si - e ficou assim por vários segundos: olhar sério e mãos, com os carrinhos, para trás.
Em seguida, eu não ouvi bem o que falaram, mas a mãe saiu com o garoto pequeno. O maior aproveitou para reclamar com o pai que não era para dar o brinquedo para o outro, mas o pai o ralhou, dizendo que não se pode ser egoísta, que o outro só estava olhando.
Acontece que aquela mãe retornou com o filhinho e um caminhão de brinquedo enorme. Ela veio mostrar o caminhão para o garoto maior e disse:
- Meu filho veio te mostrar o brinquedo dele.
Pois, imediatamente, o dono dos brinquedos largou os carrinhos que estava escondendo, abriu os olhos e ficou admirando o grandioso e belo caminhão do outro. Depois, como que se libertando de todo o egoísmo anterior, perguntou:
- Você quer ver os meu carrinhos?
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Nem preciso dizer que fiquei rindo com os meus botões. Uma cena dessas é engraçada - e até mesmo bonitinha - porque envolve crianças e o seu mundinho todo especial. Seus defeitos são divertidos, mas porque essa é a fase da doce imperfeição.
Mas, e se essa cena envolvesse somente adultos? Daí já não fica mais tão gracioso, né?
Adultos birrentos, mimados e egoístas, isso não tem nada de bonitinho.
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