Desanuviando

Nunca fucei a biografia do John Lennon, então, vocês não vão estranhar se eu disser que sempre o vi envolto em uma áurea, não digo de paz, mas de "paz e amor", bem ao estilo hippie da época.

Qual não foi a minha surpresa quando, um dia desses, em uma livraria, dei uma folheada em um livro que continha várias cartas escritas por ele. Muitas delas, endereçadas a fãs, críticos e jornais. Pois fiquei bastante surpresa pelo estado de espírito contido nesses escritos: muito belicoso!

A impressão que deu é de que o John Lennon estava sempre tirando satisfação e não aceitava nenhuma crítica negativa. Bem diferente da imagem que eu fazia de alguém que escreveu "Imagine".

Esse estado de espírito belicoso se confirmou quando li a reportagem "Tão longo amor - Tão curta a vida", que comentei no post de ontem. 

Um dos casais retratados é justamente o John Lennon e a Yoko Ono. E ali diz:

Na "frente" doméstica, o clima entre ambos era bem diferente do sugerido pelas fotografias em que, de branco vestidos, apelavam à paz mundial. Incapaz de viver sem Yoko, o ex-Beatle nem por isso deixava de a tomar por alvo nos seus frequentes ataques de raiva. (...) Lennon tinha já um historial em que aos períodos de harmonia se sucediam aqueles em que tudo quanto o movia era um coktail de sexo, drogas e pouco rock'n'roll.